Na caminhada da vida, há decisões que tomamos de forma errada e, depois, retornar é inviável. Sei que este texto pode parecer estranho ou excessivamente sentimental, mas não conseguimos contê-lo. Todo o sagrado que habita no humano, como chamas divinas ou presságios dos deuses, não consegue se guardar, insistindo em deixar transbordar.
Quantas vezes nos decepcionamos ao acreditar em alguém que já se mostrou inseguro? Alguém que não acredita em nossas palavras e, pior, que não acredita em si mesmo, preso em seu egoísmo e ego? Dizem que somos responsáveis pelo sentimento que cativamos no outro, e, de fato, a arte de cativar é algo que poucos dominam. Amar, afinal, é uma arte tão antiga quanto caminhar.
Quando falamos de amor, somos invadidos por um turbilhão de sentimentos que, no final, podem não significar nada, quando o outro não valoriza o que lhe foi dado. Resta, então, a decepção, a dor e a dúvida: por mais que nos esforcemos, nunca parece ser suficiente. E, por mais que tentemos, parece que nada do que fazemos tem valor. A felicidade, então, se torna apenas uma quimera, uma fantasia que se dissolve.
Não usaremos nomes ou endereços para falar daqueles que nos prometeram o céu e nos conduziram à solidão. Sabemos que, em qualquer relação, a culpa nunca é unilateral, e, por isso, não culpamos você totalmente. Ambos têm responsabilidades.
Hoje, a tristeza nos envolve pelo fracasso de ontem, refletido nas palavras ditas no momento errado. Brincaram com nossa alma, com o mais íntimo dos nossos sentimentos, com aquilo que dava sentido à nossa vida. Choramos pelos erros cometidos enquanto tentávamos acertar. Lamentamos as mágoas que surgiram quando tudo o que queríamos era afeto, atenção ou apenas um segundo de silêncio — para evitar a dor, o sofrimento e a partida.
Não existe sinônimo para insegurança, medo e o frio "boa sorte, você será feliz de novo". Existe, sim, uma revolta silenciosa, uma indignação que nos consome, nos levando a questionar: "Por que não estamos vivendo conforme a vontade de Deus?" "Não merecemos um pouco de Sua graça, ou pelo menos algo que se pareça com felicidade?"
A mais triste constatação é que Deus nunca nos pediu para sermos egoístas ou viver apenas para buscar nosso prazer. Ele não nos concede graça para realizações egoístas, e nunca nos ordena as decisões que tomamos. Mas teimamos em culpá-Lo pela falta de respeito que temos por nós mesmos.
Alguns chegam ao ponto de tomar a vida como uma forma de “reclamar com o gerente”, acreditando que acabar com a dor é a solução, mas deixando uma dor ainda maior em quem fica. Porém, somos diferentes. Somos filhos de um Senhor que nos deu a vida e nos chama para a luz. Não é uma decepção que pode nos fazer desistir. O jogo só termina quando o Dono do jogo apita o fim.
Não se brinca com os sentimentos dos outros. Não se deve dizer o que não se pretende cumprir. Um ladrão não pode ser grato à sua vítima. Lembremo-nos do Justo Juiz, Aquele que nos deu a vida como um dom.
O que podemos dizer é apenas isso: “Obrigado por tudo, mesmo que o que tenha restado sejam apenas lembranças, memórias e uma cicatriz que me faz lembrar de você e tudo o que um dia me fez sentir.”
DNonato – Leigo católico, graduado em História; carregando lembranças e cicatrizes que me fazem lembrar do caminho.
Eu sei que esse texto é direcionada. Não pense que vou voltar atrás, eu ainda te amo e graças a você em parte estou realizada. Quanto ao resto vamos levando!!!
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