quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

Ver Julgar e Agir, eis o desafio.

Não somos donos do mundo para sair julgando. No retiro do cursilho de cristandade que existe no Brasil á mais  50 anos somos chamados no último dia olhar para realidade  e fazer três observações.
·     Ver com olhos de Cristo[i]: Sacerdote, Profeta e Servo de Javé a realidade vivida. Pois se olharmos com a vista humana corremos o risco condenar sem conhecer de verdade.
·     Julgar a parti do Evangelho: que nos orienta a perdoar antes de condenar e recordando que com a medida [ii] que medimos seremos medidos. Observamos o fato de uma da tal reporte que se apressa no julgamento sumário de um fato ocorrido.

·     Agir como cristão:[iii] que viveu a experiência do encontro com Cristo, no casa do cobrador de imposto que viu sua situação de pecado e mudou de vida[iv].
Por isso o Cursilho nos chama pra uma vida de coerência e retidão. Olhamos a nossa realidade  que deixa as coisas pequenas crescer, se preocupando com as coisas maiores, por exemplo, quando  compramos  alguma coisa e pagamos e nos passam o troco a menos, logo nos enchemos de razão e cobramos aquilo que é devido e  quando é o contrário nos calamos, pois, aquele que errou deve aprender a somar, dividir e merece o prejuízo pelo erro cometido. Quando existe uma irregularidade em nosso carro e somos pego em uma blitz do DETRAN, logo desejamos resolver do jeitinho brasileiro.
 Ser cristão envolve fidelidade ao evangelho e compromisso sério nas pequenas ou grandes coisas[v],  observamos que há sempre o desejo de protelar  nossas decisões colocando mil coisas  na frente, olhando que há dificuldades maiores a ser vencida e nos descuidamos das coisas simples da Vida.[vi] Precisamos nos indignar com as pequenas coisas,  aqui vale a pena  citar  aquela história da II Guerra Mundial:
“Um dia vieram e levaram meu vizinho que era judeu.
Como não sou judeu, não me incomodei.
No dia seguinte, vieram e levaram.
Meu outro vizinho que era comunista.
Como não sou comunista, não me incomodei.
No terceiro dia vieram e levaram meu vizinho católico.
Como não sou católico, não me incomodei.
“No quarto dia, vieram e me levaram; já não havia mais ninguém para reclamar...”.[vii]
 É preciso olhar a realidade com os olhos de Deus, porque é nela que ele se revela e nela que Ele nos indaga e nos chama  para dar  resposta consciente. Não podemos viver com uma ideologia pervertida da Realidade onde tudo é mal e tudo é nocivo. No primeiro livro da Bíblia, uma das  primeiras frases atribuída ao nosso:  “Deus  viu que tudo era bom[viii]”.  Então, é preciso ficar indignado e não podemos aceitar um agir sem os valores de um evangelho encarnado na realidade que nós vivemos e com isso nosso ver, julgar e agir, revelará o evangelho na vida  para o  outro que revela de forma imperfeita a imagem de um Deus Criador[ix].  
·         
       Ver,  Julgar & Agir.
Tire suas conclusões?

Primeiro dia de aula, o professor de 'Introdução ao Direito' entrou na sala e a primeira coisa que fez foi perguntar o nome a um aluno que estava sentado na primeira fila:
- Qual é o seu nome?
- Chamo-me Nelson, Senhor.
- Saia de minha aula e não volte nunca mais! - gritou o desagradável professor.
Nelson estava desconcertado. Quando voltou a si, levantou-se rapidamente, recolheu suas coisas e saiu da sala.
Todos estavam assustados e indignados, porém ninguém falou nada.
- Agora sim! - vamos começar.
- Para que servem as leis? Perguntou o professor - Seguiam assustados ainda os alunos, porém pouco a pouco começaram a responder à sua pergunta:
- Para que haja uma ordem em nossa sociedade.
- Não! - respondia o professor.
- Para cumpri-las.
- Não!
- Para que as pessoas erradas paguem por
seus atos.
- Não!
- Será que ninguém sabe responder a esta pergunta?!
- Para que haja justiça - falou timidamente uma garota.
- Até que enfim! É isso, para que haja justiça.
E agora, para que serve a justiça?

Todos começaram a ficar incomodados pela atitude tão grosseira.
Porém, seguíamos respondendo:
- Para salvaguardar os direitos humanos...
- Bem, que mais? - perguntava o professor .
- Para diferençar o certo do errado, para premiar a quem faz o bem...
- Ok, não está mal porém respondam a esta pergunta:
"Agi corretamente ao expulsar Nelson da sala de aula?"
Todos ficaram calados, ninguém respondia.
- Quero uma resposta decidida e unânime!
- Não! - responderam todos a uma só voz.
- Poderia dizer-se que cometi uma injustiça?
- Sim!
- E por que ninguém fez nada a respeito? Para que queremos leis e regras se não dispomos da vontade necessária para praticá-las? Cada um de vocês tem a obrigação de reclamar quando presenciar uma injustiça. Todos. Não voltem a ficar calados, nunca mais! Vá buscar o Nelson - Disse. Afinal, ele é o professor, eu sou aluno de outro período.

Aprenda: Quando não defendemos nossos direitos, perdemos a dignidade e a dignidade não se negocia.

    



[i] Mateus: 13,15
[ii]  João 8,16; Mateus 7,2
[iii] Mateus 5,13-16
[iv]  Lucas: 19, 1-9
[v]  Mateus: 25,21
[vi]  (Familia, amigos e a prática de oração)  
[vii] Martin Niemöller, 1933 - símbolo da resistência aos nazistas.
[viii]  Genesis 1,31
[ix]  Genesis 1,27

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