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sábado, 13 de setembro de 2025

Um olhar sobre João 3,13-17 - Festa da Exaltação da Santa Cruz

A festa da Exaltação da Santa Cruz, celebrada em 14 de setembro, é um mergulho no mistério paradoxal da fé cristã: aquilo que aos olhos do mundo parecia derrota, humilhação e fim, torna-se sinal de vitória, amor e vida plena, tem a seguinte liturgia: a   1ª leitura Números 21,4b-9;Salmo 77(78),1-2.34-35.36-37.38 (R. cf. 7c); a 2⁰ leitura Filipenses  2,6-11 e Evangelho  de  João 3,13-17 que iremos aprofundar

A primeira leitura (Nm 21,4b-9) recorda a serpente de bronze erguida por Moisés no deserto, pela qual o povo, ao olhar, era curado do veneno da serpente. É um anúncio simbólico: quem contempla com fé o Crucificado encontra salvação e cura para as feridas mais profundas da existência.O hino de Filipenses (2,6-11) mostra a dinâmica da cruz: Cristo, sendo Deus, não se apegou a sua condição divina, mas esvaziou-se, assumindo nossa humanidade até a morte de cruz. Essa humilhação, porém, não é fracasso, mas caminho para a exaltação, pois é no amor radical e na entrega total que Deus manifesta sua glória.

A liturgia deste dia, portanto, não celebra o sofrimento em si, mas a transformação da cruz em fonte de esperança. Olhar para a Cruz é olhar para o amor extremo de Deus, que se faz frágil por nós e nos abre um horizonte de vida e ressurreição.



A Festa da Exaltação da Santa Cruz, tem uma origem que remonta ao século IV, ligada à dedicação da Basílica do Santo Sepulcro, em Jerusalém, construída por ordem do imperador Constantino, após a descoberta da cruz por sua mãe, Helena. Não se trata de um culto à cruz como objeto material, mas da memória viva e celebrativa do mistério pascal: a cruz é exaltada porque nela Cristo não apenas sofreu, mas venceu o pecado e a morte, transformando o que era sinal de humilhação em fonte de vida nova. A liturgia deste dia proclama o Evangelho de João 3,13-17, passagem que coloca em palavras a síntese do amor de Deus: “Deus amou tanto o mundo que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo 3,16). Aqui, a cruz é interpretada não como derrota, mas como o ápice da revelação do amor, o momento em que Deus assume o abismo da dor humana e o transforma em caminho de salvação.

A liturgia usa este texto também no 4º Domingo da Quaresma, chamado Laetare, justamente como alento no meio do caminho penitencial, recordando que o centro da fé cristã não é a dor, mas a esperança que brota da entrega de Cristo. João apresenta a cena do diálogo com Nicodemos, um mestre da Lei que procura Jesus de noite, movido pelo desejo sincero de compreender, mas ao mesmo tempo cheio de receios. A noite em João é mais que uma referência temporal: é símbolo de incerteza, de ambiguidade, de busca entre sombras (Jo 3,2). Ali, Jesus evoca a serpente erguida por Moisés no deserto (Nm 21,4-9), quando o povo, mordido pelas serpentes, recebia a vida ao olhar para o sinal levantado. O paralelo é direto: “assim como Moisés levantou a serpente no deserto, assim também o Filho do Homem deve ser levantado, para que todo o que nele crê tenha vida eterna” (Jo 3,14-15).

A cruz, portanto, é a nova serpente: sinal paradoxal, escândalo para uns, loucura para outros (1Cor 1,18), mas força de Deus para os que creem. Na carta aos Gálatas, Paulo insiste: “Quanto a mim, longe esteja gloriar-me, a não ser na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo” (Gl 6,14). E aos Filipenses ele escreve: “Humilhou-se a si mesmo, tornando-se obediente até a morte, e morte de cruz. Por isso Deus o exaltou sobremaneira” (Fl 2,8-9). A exaltação da cruz já está inscrita no próprio movimento pascal: humilhação e glória se entrelaçam no mesmo mistério.

Nos sinóticos, a cena da crucifixão é relatada com intensidade. Marcos e Mateus sublinham o clamor de Jesus: “Meu Deus, meu Deus, por que me abandonaste?” (Mc 15,34; Mt 27,46), ecoando o Salmo 22, que começa em tom de lamento, mas termina em confiança. Lucas nos dá outra chave, mostrando o crucificado que perdoa: “Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem” (Lc 23,34) e que se entrega confiante: “Pai, em tuas mãos entrego o meu espírito” (Lc 23,46). João, por sua vez, mostra Jesus como quem reina do alto da cruz, entregando sua mãe ao discípulo amado (Jo 19,26-27) e consumando a missão: “Tudo está consumado” (Jo 19,30). A cruz é o centro da revelação: nela se encontra a justiça do Servo sofredor de Isaías 53, que levou sobre si as nossas dores e foi traspassado por causa de nossas iniquidades.

Na antropologia, toda cultura humana lida com símbolos de dor e superação. A cruz, no Império Romano, era o símbolo máximo da humilhação pública, reservado aos escravos e subversivos. Que um crucificado seja proclamado Filho de Deus é uma inversão radical da lógica social. Por isso Paulo escreve aos Coríntios: “Pregamos Cristo crucificado, escândalo para os judeus e loucura para os pagãos, mas para os que são chamados, força e sabedoria de Deus” (1Cor 1,23-24). A sociologia da religião mostra que símbolos assim podem ser instrumentalizados: quantas vezes a cruz foi usada para legitimar conquistas coloniais, cruzadas, discursos nacionalistas e até práticas de exclusão? Mas o Cristo da cruz é aquele que se identifica com os pobres e pequenos (Mt 25,31-46), que se fez servo (Mc 10,45), que não tinha onde reclinar a cabeça (Lc 9,58).

Na filosofia, Hegel dizia que a cruz revela a reconciliação dos contrários: a morte gera vida, a finitude abre para o infinito. Nietzsche, por sua vez, via na cruz um símbolo de negação da vida. Mas a teologia cristã responde que, longe de negar a vida, a cruz é a afirmação plena de que nenhuma dor é inútil quando se torna oferta de amor. O próprio Jesus declarou: “Se o grão de trigo não cair na terra e não morrer, ficará só; mas se morrer, produzirá muito fruto” (Jo 12,24). Para os Padres da Igreja, a cruz é árvore da vida. Santo Irineu já dizia: “A glória de Deus é o homem vivo, e a vida do homem é a visão de Deus”. São João Crisóstomo pregava: “A cruz é mais luminosa que o sol”. Santo Agostinho comentava: “A paixão de Cristo é suficiente para ser modelo de toda a vida” (In Ioannem, tr. 84).

O texto joanino nos convoca a romper com a visão mercantilizada da fé. A teologia da prosperidade reduz a cruz a um amuleto contra sofrimento, quando na verdade ela denuncia sistemas que geram dor. A teologia do domínio transforma a cruz em bandeira política, quando deveria ser memória da entrega gratuita. O individualismo a reduz a símbolo decorativo no peito, sem compromisso comunitário. A fé-mercadoria vende crucifixos caros, mas silencia diante dos crucificados de hoje: pobres, negros, indígenas, mulheres violentadas, jovens sem futuro, trabalhadores descartados. Mas a Escritura é clara: “Se alguém disser: ‘Eu amo a Deus’, mas odeia o seu irmão, é mentiroso” (1Jo 4,20). O clericalismo também trai a cruz: quando o clero se coloca acima do povo, esquece que o Cristo da cruz lavou os pés dos discípulos (Jo 13,14-15) e se fez servo.

O Papa Francisco denuncia isso na  Evangelii Gaudium, ao afirmar que a Igreja deve ser “casa paterna onde há lugar para todos” (EG 47), e em Fratelli Tutti, quando chama à fraternidade que rompe exclusões: “Ou nos salvamos todos, ou ninguém se salva” (FT 137). O Concílio Vaticano II, em Gaudium et Spes (63–66), recorda que o ser humano só se realiza no dom de si.

A psicologia nos mostra que a cruz toca também nossa dimensão interior. Carregar a cruz, no sentido evangélico, não é buscar sofrimento, mas aprender a lidar com nossas sombras, limites e perdas. É o convite à resiliência, à capacidade de transformar a dor em sentido, o luto em memória fecunda, a perda em solidariedade. O próprio Jesus, ao falar da cruz, convida a seguir com liberdade e entrega: “Quem quiser vir após mim, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz cada dia e siga-me” (Lc 9,23).

A ciência histórica recorda que a festa surgiu não como devoção intimista, mas como celebração pública da vitória do cristianismo sobre a perseguição. Mas, em tempos de cristandade, o risco foi usar a cruz como símbolo de poder político. Hoje, em tempos de neoliberalismo, a cruz pode ser reduzida a símbolo de mercado religioso. Daí a necessidade de recuperar seu sentido original: não objeto de ostentação, mas sinal do amor de Deus que se esvazia e se dá.

A antropologia nos lembra que povos indígenas e africanos, ao se encontrarem com a cruz, reinterpretaram-na em chave de resistência: a cruz erguida em quilombos e aldeias não era símbolo de colonizador, mas sinal de esperança e força espiritual. A cruz, assim, pode ser ressignificada como símbolo de libertação, como eco da palavra de Jesus: “Vinde a mim, todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei” (Mt 11,28).

Por tudo isso, a Festa da Exaltação da Santa Cruz é chamada a ser um ato de memória e profecia. Memória, porque nos recorda a raiz da fé, o amor incondicional de Deus que entrega o Filho. Profecia, porque denuncia todos os sistemas que ainda crucificam e conclama a Igreja a estar junto dos crucificados. Como dizia São Romero da América: “Se me matarem, ressuscitarei no povo”. A cruz é exatamente isso: morte e ressurreição, derrota e vitória, fragilidade e potência do amor.

Celebrar este dia é fazer a pergunta que Nicodemos fez no silêncio da noite: “Como pode ser isso?” (Jo 3,9). E ouvir de Cristo que só o Espírito pode gerar a vida nova. É perguntar-nos se estamos dispostos a deixar que a cruz não seja apenas adorno, mas critério de vida, modo de amar, compromisso com os últimos. É deixar-se iluminar pela palavra de Paulo: “A linguagem da cruz é loucura para os que se perdem, mas para nós que somos salvos é força de Deus” (1Cor 1,18). A cruz exaltada é o espelho em que a Igreja deve se olhar, não para se enfeitar, mas para se converter


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DNonato – Teólogo do Cotidiano


segunda-feira, 1 de setembro de 2025

Um breve olhar sobre Lucas 4,31-37

O Evangelho nos conduz hoje a Cafarnaum, cidade às margens do lago da Galileia, onde Jesus entra numa sinagoga e ali manifesta a força da sua palavra. O evangelista Lucas destaca que todos ficavam admirados, pois Ele ensinava “com autoridade”, e não como os mestres religiosos de sua época. O episódio do homem possuído que se levanta e grita diante de Jesus revela o confronto decisivo: o Reino de Deus se põe diante do império do mal, e o mal, embora grite e se agite, não resiste.

Este texto é proclamado na liturgia da terça-feira da 22ª semana do Tempo Comum, mas também ressoa em outros momentos do ciclo litúrgico, especialmente quando se recorda o início do ministério de Jesus. Faz parte de um conjunto de textos em que a Igreja nos apresenta Cristo como Aquele que, ungido pelo Espírito em Nazaré, agora passa a realizar concretamente a libertação prometida. É como se a liturgia quisesse nos recordar, em meio à rotina dos dias, que a missão da Igreja é prolongar esta autoridade que liberta e não que aprisiona, que cura e não que controla, que gera vida e não exploração.

O contexto imediato é importante: em Nazaré, Jesus havia lido o rolo de Isaías, proclamando que fora enviado para anunciar a boa-nova aos pobres, libertar os cativos, devolver a vista aos cegos e proclamar o ano da graça do Senhor (Lc 4,18-19). Os seus conterrâneos não aceitaram sua palavra e tentaram matá-lo. Diante da rejeição, Ele segue para Cafarnaum, e ali sua palavra encontra espaço e produz libertação. A rejeição em Nazaré contrasta com a acolhida em Cafarnaum, revelando que a missão de Jesus só pode frutificar onde há abertura de coração.

Os sinóticos nos ajudam a alargar a compreensão. Marcos 1,21-28 narra a mesma cena: Jesus ensina na sinagoga, e o povo fica admirado com sua autoridade, pois até os espíritos impuros lhe obedecem. Mateus, embora não traga esse episódio, termina o Sermão da Montanha com a mesma nota: “Ele ensinava como quem tem autoridade, e não como os escribas” (Mt 7,29). Essa convergência mostra que, desde o início, os evangelistas querem sublinhar que a autoridade de Jesus não está ligada a um cargo ou a uma instituição, mas à sua própria pessoa, à sua vida coerente e à sua união com o Pai.

A questão hermenêutica fundamental é: de onde vem a autoridade de Jesus? Não era uma autoridade política, porque não ocupava cargos. Não era uma autoridade religiosa institucional, porque não fazia parte da elite sacerdotal nem do grupo dos escribas. Sua autoridade vinha do Espírito Santo, que o ungiu no batismo e o conduziu no deserto. Vinha da coerência entre a sua palavra e a sua vida. Vinha do amor que se tornava concreto em compaixão, em cuidado, em proximidade. É por isso que as pessoas simples o reconhecem, enquanto as elites o rejeitam.

O grito do espírito impuro — “Que tens a ver conosco, Jesus de Nazaré? Vieste para nos destruir?” — ecoa como resistência do mal diante da luz. Psicologicamente, podemos ver nesse grito a reação da sombra, aquilo que Jung descreve como a parte reprimida e não integrada do ser humano. Quando a luz de Cristo se aproxima, nossas sombras não suportam, e se agitam. O processo de libertação passa pela revelação daquilo que estava oculto. Não há cura sem desvelamento. Jesus obriga o mal a se mostrar, a sair das sombras, para que o homem possa ser restituído à sua verdadeira identidade.

Sociologicamente, esse “espírito impuro” pode ser lido como símbolo das ideologias e estruturas que oprimem os povos. Pode ser a idolatria do mercado que transforma a fé em mercadoria, como vemos na teologia da prosperidade que promete bênçãos em troca de dízimos, transformando Deus em um contrato comercial. Pode ser a teologia do domínio, que busca o poder político para impor a fé, negando a liberdade de consciência. Pode ser o individualismo, que fecha cada pessoa em seu próprio mundo e a impede de viver a comunhão. Pode ser também o clericalismo, esse mal dentro da própria Igreja, que transforma o ministério em privilégio, que fala em nome de Deus, mas oprime o povo com pesos que ele mesmo não carrega. Esse espírito impuro está dentro da sinagoga, no espaço religioso. E não é justamente isso que vemos hoje, quando a Igreja se deixa contaminar por ideologias de poder, quando o altar se torna palco, quando a liturgia vira espetáculo?

Do ponto de vista filosófico, é útil recordar a distinção entre potestas e auctoritas já feita no mundo romano. Potestas é o poder imposto pela força; auctoritas é o reconhecimento de uma vida que inspira confiança. Jesus não tem potestas, mas tem auctoritas. Sua palavra não precisa de coerção porque é verdade. Hannah Arendt dizia que a autoridade só existe onde há reconhecimento, e que desaparece quando precisa se impor pela violência. A autoridade de Jesus não é violenta, mas gera adesão. É a força da verdade que atrai.

A patrística ilumina ainda mais. São Cirilo de Jerusalém lembrava que os demônios reconhecem Jesus como “Santo de Deus”, mas não por amor, e sim por medo. Saber quem Ele é não basta: é preciso segui-lo. Santo Irineu dizia que “a glória de Deus é o homem vivo”, e aqui vemos a glória de Deus quando o homem liberto volta a ser ele mesmo, não mais escravo do mal. São João Crisóstomo sublinhava que a palavra de Cristo é simples, mas poderosa, porque nasce da coerência entre vida e anúncio. É um convite para a Igreja hoje: mais do que discursos pomposos, precisamos de testemunho coerente.

O Magistério da Igreja ressoa essa mensagem. A Gaudium et Spes (n. 37) recorda que “toda a história humana está impregnada por uma luta tremenda contra as potências das trevas”. A Evangelii Gaudium denuncia a tentação de transformar a missão em negócio, advertindo contra a “mundanidade espiritual” que esvazia a força do Evangelho. A Fratelli Tutti insiste que a verdade deve ser buscada sempre no amor e na fraternidade, contra toda manipulação e mentira. Quando olhamos para a cena da sinagoga de Cafarnaum, vemos que ela continua a se repetir na história: o Cristo liberta, mas os poderes resistem; o povo se admira, mas muitos preferem a escravidão.

Há também um paralelo litúrgico a destacar. Quando rezamos o Pai-Nosso e pedimos: “Não nos deixeis cair em tentação, mas livrai-nos do mal”, estamos ecoando a experiência daquele homem da sinagoga. Ele foi liberto porque o Cristo estava presente. Na liturgia, Cristo continua presente, sua palavra continua a expulsar os demônios que nos cercam. Mas é preciso abrir-se a Ele, deixar que sua autoridade toque nossa vida.

É também importante recordar os paralelos com outras expulsões de demônios. O possesso geraseno (Mc 5,1-20; Lc 8,26-39) mostra que o mal pode escravizar não apenas uma pessoa, mas toda uma comunidade, representada pela legião. A libertação gera medo, e a cidade expulsa Jesus, preferindo conviver com os porcos a acolher a liberdade. Em Mateus 12,28, Jesus diz: “Se é pelo Espírito de Deus que eu expulso os demônios, então chegou a vós o Reino de Deus”. Cada exorcismo é um sinal escatológico: o Reino está presente, e as forças do mal perdem espaço.

Hoje, esse Evangelho é uma convocação profética. Ele nos chama a não ter medo do mal, mas a cultivar o bem. A autoridade de Jesus não se compra, não se negocia, não se impõe; ela se acolhe. É preciso deixar que essa autoridade nos liberte também de nossos próprios demônios: a ganância, o ódio, a indiferença, a tentação de manipular a fé. É preciso deixar que sua palavra nos contamine de amor, para que possamos contagiar o mundo com a força do bem.

O povo exclamava: “Que palavra é esta?” Essa pergunta continua aberta. O que a palavra de Jesus é para nós? Espetáculo ou vida? Curiosidade ou seguimento? O espírito impuro grita: “Que tens a ver conosco, Jesus de Nazaré?” E nós, que resposta damos? Queremos mantê-lo à distância ou deixamos que Ele nos toque e nos liberte?

O mal pode gritar, mas não terá a última palavra. A última palavra é sempre de Deus, e essa palavra é vida, é liberdade, é amor. É a autoridade de Cristo que continua a nos libertar. Que hoje, ao ouvir este Evangelho, possamos acolher essa autoridade em nós, e viver como testemunhas de um Reino que não se compra, não se negocia e não se vende, mas que se constrói na coerência entre palavra e vida.



DNonato – Teólogo do Cotidiano