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Celebremos a vida e a
santidade neste domingo depois de um tempo
que muitos cristãos deixaram o evangelho e o
verdadeiro Messias, com a defesa da
ideologia de um projeto de poder
político. Vivemos tempos ainda difíceis devido a falta de maturidade
democrática de alguns brasileiros, motivado pela loucura ideológica da extrema
direita que desde 2018 tenta dominar pela força com uso da
violência extrema, como a invasão de uma festa de aniversário
causando o assassinato do aniversariante e ainda
a violência com aqueles que usavam vermelho em Aparecida
do Norte e por ai vai.
Com a eleição todos pensavam que essa insegurança e esse
delírio hipócrita patriota teria o seu fim, mas parece
que não, muitos loucos que fecham vias, que se penduram em
caminhões, que colocam seus filhos menores em risco no meio de um
protesto (usando os mesmo como escudos), que fogem das torcidas organizadas
quando elas chegam nas barreiras com disposição para violência,
esses que diziam que o país não podia parar no meio da pandemia e
agora tentam a todo custo parar o Brasil, esses que invocam um
patriotismo de tolos, pois todos pensam na própria barriga se
recusam aceitar que dentro das regras
democrática, este um modelo de governo foi
recusado. Esta na hora de volta para casa e celebrar como uma grande família,
não se deixar entorpecer pela alegria de um resultado de uma eleição e como
cidadãos devemos cobrar dos eleitos o compromisso com os pobres e fazer valer
de fato o nosso direito e se faz
necessário uma aliança pelo bem do Brasil. As cores verde e amarela
que muitos invocam para si e atribuída a nossa pátria, foi uma cor de uma elite
que governou esse pais e nos deixou esse legado, se de fato
tivéssemos que adotar uma cor, o vermelho não sairia do tom, pois
vermelho é a cor do nosso sangue e nos recorda os milhares
de negros, indígenas e pobres que foram martirizados jorrando o seu
sangue na Terra de Santa Cruz, sem mencionar que o nome
Brasil vem da uma arvores que dava uma tinta
vermelha. Então o uso do verde e amarelo como um legado e
do vermelho como sinal de compromisso com nosso pais deveria nos
unir na defesa desta Pátria nossa Mãe que esta
sendo violado por nossos conflitos ideológicos. Aqui não se trata de
quem ganha ou perde, mas como vamos sobreviver nos próximos anos, tenhamos em
nossos corações que como aquele que deixa o cargo em janeiro e como
aquele que assume, seremos obrigados a conviver com nossos vizinhos, amigos,
parentes toda gente, afinal foi assim 2018 e será assim em
2023. Sendo a esquerda ou a direita na direção do Brasil somos todos
chamados como brasileiros a respeitar aquele que pensa diferente, que vota
diferente assim iremos espelhar a santidade a exemplo do Deus revelado por
Jesus: “para que vocês venham a ser filhos
do Pai que está nos céus. Porque ele faz raiar o seu sol sobre maus
e bons e derrama chuva sobre justos e injustos.”[1]
A liturgia desse domingo
aqui no Brasil é a seguinte 1ª Leitura: Apocalipse 7,2-4.9-14;
Salmo 24 com a resposta: É assim a geração dos que
procuram o Senhor!; 2ª Leitura: I João 3,1-3 e o
evangelho tirado de Mateus: 5,1-12.
Para melhor celebramos a
esta de todos os Santos que nasce de uma necessidade da Igreja,
em celebrar todos os homens e mulheres que dão seu testemunho e
permanece no anonimato, se faz necessário saber que hoje não
celebramos os padroeiros mas todos os Santos e Santas (incluindo São
Nunca). Celebramos a vida de todos os cristãos que ousaram e ainda
ousam testemunhar o Deus de amor e essa liturgia
era celebrada no dia 13 de maio e Papa Gregório III n em
715 transferiu para 1º de novembro, próximo do dia dos
fiéis defunto, data da dedicação da Capela de todos os Santos na
Basílica de São Pedro, sendo uma festa particular da
Igreja de Roma e mais tarde no ano de 840 d.C o sucessor
de Gregório III determina que seja uma celebração para toda Igreja
e se inicie na sua véspera com a All Hallow’s Eve (celebração
de vigília de todos os santos ) que mais tarde
foi paganizada como Halloween.[2] E no Brasil a Igreja transfere a festa
para domingo seguinte ao dia 1 de novembro com licença da Sé Apostólica.
Dito Isto, vamos mergulhar
no texto do evangelho que lemos em nossas celebrações
apresenta as bem aventuranças, é inicio do sermão da montanha e aqui Jesus
apresenta as bem aventuranças. Se olhar para esse texto com a lógica do mundo,
teremos só decepção pois fala de perseguição. Estamos
longe dessa realidade de viver de fato como o bem aventurado que Jesus
apresenta, cada vez mais temos uma santidade das aparências, uma
espiritualidade ligada a conceitos morais e longe do projeto de justiça, pois
sempre ligamos a ideia religiosa a um ser submisso a um sistema que agoniza
isso que não quer dizer que precisamos pegar em armas olhemos
para Mahatma Gandhi, o notável líder hindu, que libertou a
Índia da opressão inglesa sem disparar um único tiro e como Desmond
Tutu[3] Arcebispo Anglicano diz: Deus tem tão profunda
reverência pela nossa liberdade que prefere deixar-nos livres para irmos pro
Inferno do que nos obrigar a ir para o Céu. Nossas escolhas em viver as bem
aventuranças, é só nossa.
Podíamos aqui declamar o
texto que nos serve como um mapa para nossa salvação, pois aqui Jesus fala do
Deus que é Pai que nós quer com Ele. Se faz necessário olhar para o
quadro pintado Jesus e uma multidão.
Quem faz parte desse
povo?
Todos aqueles que não
podiam estar no templo, que não podiam esta nos grandes
banquetes, pobres, doentes, mulheres, crianças e enfim todos que são
colocados a margem da sociedade e da religião no seu
tempo. O Evangelho de Mateus iniciam a missão de
Jesus falando de um Reino, pois naquele contexto,
eram dominados pelo império Romano e a preocupação de Jesus nunca
foi em apresentar algo estupendo para seduzir ou atrair a
multidão ou tão pouco se prender a esse ou aquele grupo político, religioso e
viver a santidade envolve querer e fazer parte desse Reino que é sem
fronteira, o texto inicia falando dos pobre e aqui muitos tentam transforma a
pobreza em algo simbólico, quando na verdade apresenta os pobres de
fato e de direito e não podemos fugir da lógica da clareza desse texto, pois se
vamos tentar legitimar ou transforma em
simbolismo quando fala da pobreza, podemos da mesma forma definir
como simbolismo todo restante do texto, distorcendo e pecando
contra o próprio Senhor, pois até a promessa de
recompensa se torna simbólica.
As bem-aventuranças
de Lucas 6, 20-26 acontece na planície e logo
depois da escolha dos doze e quase como uma diretriz e ainda traz a
ideia da planície, enquanto em Mateus 5,1-12 é primeiro discurso de Jesus e
ambos fala Justiça e da pobreza e aqui vamos fazer um quadro com
ambos textos.
O maior desafio para sermos santos seria viver plenamente
a bem aventuranças de Mateus e
Lucas. Lucas e apresenta quatro ais, que
condena a riqueza e apresenta ainda o contexto da perseguição que a comunidade
apostólica vivia. Mateus é um texto que prepara
para todo o contexto da missão de Jesus, em Lucas a missão dos Apóstolos e da
Igreja. Jesus apresenta um único projeto de fidelidade, de vida
plena e dignidade para todos independente da religião como
diz I Pedro 2, 19: “porque isto é grato, que
alguém suporte tristezas, sofrendo injustamente, por motivo de sua consciência
para com Deus.
Mateus 5,1-12 |
Lucas 6, 20-26 |
"1.Vendo aquelas
multidões, Jesus subiu à montanha. Sentou-se e seus discípulos aproximaram-se
dele. |
20"Então, ele ergueu
os olhos para os seus discípulos e disse: |
2.Então, abriu a boca e
lhes ensinava, dizendo |
“Bem-aventurados vós que
sois pobres, porque vosso é o Reino de Deus”! |
3.“Bem-aventurados os que
têm um coração de pobre, porque deles é o Reino dos Céus! |
21.Bem-aventurados vós que
agora tendes fome, porque sereis fartos! |
4.Bem-aventurados os que
choram, porque serão consolados! |
Bem-aventurados vós que
agora chorais, porque vos alegrareis! |
5.Bem-aventurados os
mansos, porque possuirão a terra! |
22.Bem-aventurados sereis
quando os homens vos odiarem, vos expulsarem, vos ultrajarem, e quando
repelirem o vosso nome como infame por causa do Filho do Homem! |
6.Bem-aventurados os que
têm fome e sede de justiça, porque serão saciados! |
23.Alegrai-vos naquele dia
e exultai, porque grande é o vosso galardão no céu. Era assim que os pais
deles tratavam os profetas. |
7.Bem-aventurados os
misericordiosos, porque alcançarão |
24.Mas ai de vós, ricos,
porque tendes a vossa consolação! |
8.Bem-aventurados os puros
de coração, porque verão Deus! |
25.Ai de vós, que estais
fartos, porque vireis a ter fome! |
9.Bem-aventurados os
pacíficos, porque serão chamados filhos de Deus! |
Ai de vós, que agora
rides, porque gemereis e chorareis! |
10.Bem-aventurados os que
são perseguidos por causa da justiça, porque deles é o Reino dos Céus! |
26.Ai de vós, quando vos
louvarem os homens, porque assim faziam os pais deles aos falsos
profeta" |
11.Bem-aventurados sereis
quando vos caluniarem, quando vos perseguirem e disserem falsamente todo o
mal contra vós por causa de mim. |
|
12.Alegrai-vos e exultai,
porque será grande a vossa recompensa nos céus, pois assim perseguiram os
profetas que vieram antes de vós”." |
[1] Mateus 5,45
[2] Halloween
ou All Hallow’s Eve, "dia das Bruxas?
[3] Desmond Mpilo Tutu foi um arcebispo da Igreja Anglicana consagrado com o Prêmio Nobel da Paz em 1984 por sua luta contra o Apartheid em seu país natal. Desmond é o primeiro negro a ocupar o cargo de Arcebispo da Cidade do Cabo, tendo sido também o Primaz da Igreja Anglicana da África Austral entre 1986 e 1996
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