domingo, 6 de novembro de 2022

Um Olhar no texto de Mateus: 5, 1-12, Celebração de todos os Santos



Celebremos a vida e a santidade neste domingo depois de um tempo que  muitos  cristãos deixaram o  evangelho e o verdadeiro  Messias,  com a defesa da ideologia  de  um projeto de poder político.  Vivemos tempos ainda difíceis devido a falta de maturidade democrática de alguns brasileiros, motivado pela loucura ideológica da extrema direita que desde 2018 tenta  dominar pela força com uso da violência  extrema, como a invasão de uma festa de aniversário causando o assassinato do aniversariante e ainda a  violência  com aqueles que usavam vermelho em Aparecida do Norte e por ai vai. 
Com a eleição todos pensavam que essa insegurança e esse delírio  hipócrita patriota  teria o seu fim, mas parece que não, muitos loucos que fecham vias, que se  penduram em caminhões,  que colocam seus filhos menores em risco no meio de um protesto (usando os mesmo como escudos), que fogem das torcidas organizadas quando elas chegam nas barreiras com disposição para  violência, esses que diziam que o país não podia parar  no meio da pandemia e agora tentam a todo custo parar o Brasil, esses que  invocam um patriotismo de tolos, pois todos pensam na própria barriga  se recusam aceitar que dentro das regras democrática,   este  um modelo de governo foi recusado. Esta na hora de volta para casa e celebrar como uma grande família, não se deixar entorpecer pela alegria de um resultado de uma eleição e como cidadãos devemos cobrar dos eleitos o compromisso com os pobres e fazer valer de   fato o nosso direito e   se  faz necessário uma aliança pelo bem do Brasil.  As cores verde e amarela que muitos invocam para si e atribuída a nossa pátria, foi uma cor de uma elite que governou esse pais e nos deixou esse legado,  se de fato tivéssemos que adotar uma cor,  o vermelho não sairia do tom, pois vermelho é a cor do nosso sangue  e  nos recorda os milhares de negros, indígenas e pobres que foram martirizados  jorrando o seu sangue na Terra de Santa Cruz,  sem mencionar  que o nome Brasil vem da uma  arvores que dava uma tinta vermelha.  Então o uso do verde e amarelo como  um legado e do vermelho como sinal de compromisso com nosso  pais deveria nos unir na defesa  desta Pátria  nossa Mãe que  esta sendo violado por nossos conflitos  ideológicos. Aqui não se trata de quem ganha ou perde, mas como vamos sobreviver nos próximos anos, tenhamos em nossos corações que como aquele que deixa o cargo em  janeiro e como aquele que assume, seremos obrigados a conviver com nossos vizinhos, amigos, parentes toda gente, afinal foi assim 2018 e será assim em 2023.  Sendo a esquerda ou a direita na direção do Brasil somos todos chamados como brasileiros a respeitar aquele que pensa diferente, que vota diferente assim iremos espelhar a santidade a exemplo do Deus revelado por Jesus:   “para que vocês venham a ser filhos do  Pai que está nos céus. Porque ele faz raiar o seu sol sobre maus e bons e derrama chuva sobre justos e injustos.”[1]

 

 

A liturgia desse domingo aqui no Brasil é a seguinte  1ª Leitura: Apocalipse 7,2-4.9-14;  Salmo 24  com a resposta: É assim a geração dos que procuram o Senhor!; 2ª Leitura: I João  3,1-3  e o evangelho  tirado de Mateus: 5,1-12.

Para melhor celebramos a esta de todos os Santos que  nasce de uma necessidade da Igreja, em  celebrar todos os homens e mulheres que dão seu testemunho e permanece no anonimato, se faz necessário saber que   hoje não celebramos os padroeiros  mas todos os Santos e Santas (incluindo São Nunca). Celebramos a vida de todos os cristãos  que ousaram e ainda ousam  testemunhar o Deus de amor e   essa liturgia era celebrada  no dia 13 de maio e  Papa Gregório III n em 715  transferiu para  1º de novembro,  próximo do dia dos fiéis defunto,  data da dedicação da Capela de todos os Santos na Basílica de São Pedro, sendo uma festa  particular  da Igreja de  Roma  e mais tarde no ano de 840 d.C o sucessor de Gregório III determina que seja uma celebração para toda Igreja    e se inicie na sua véspera  com a All Hallow’s Eve (celebração de vigília de todos os santos )   que  mais tarde foi paganizada como  Halloween.[2] E no Brasil a Igreja  transfere a festa para domingo seguinte ao dia 1 de novembro com licença da Sé Apostólica.

Dito Isto, vamos  mergulhar no texto do  evangelho  que lemos em nossas celebrações apresenta as bem aventuranças, é inicio do sermão da montanha e aqui Jesus apresenta as bem aventuranças. Se olhar para esse texto com a lógica do mundo, teremos  só decepção  pois fala de perseguição.  Estamos longe dessa realidade de viver de fato como o bem aventurado que Jesus apresenta, cada vez mais temos uma santidade das aparências, uma espiritualidade ligada a conceitos morais e longe do projeto de justiça, pois sempre ligamos a ideia religiosa a um ser submisso a um sistema que agoniza isso que não quer dizer que precisamos pegar em armas olhemos para   Mahatma Gandhi, o notável líder hindu, que libertou a Índia da opressão inglesa sem disparar um único tiro e  como Desmond Tutu[3] Arcebispo Anglicano diz: Deus tem tão profunda reverência pela nossa liberdade que prefere deixar-nos livres para irmos pro Inferno do que nos obrigar a ir para o Céu. Nossas escolhas em viver as bem aventuranças, é só nossa.

Podíamos aqui declamar o texto que nos serve como um mapa para nossa salvação, pois aqui Jesus fala do Deus que é Pai que nós quer com Ele.  Se faz necessário olhar para o quadro pintado Jesus e uma multidão.

 Quem faz parte desse povo?

Todos aqueles que não podiam  estar no templo, que não podiam esta nos grandes banquetes,  pobres, doentes, mulheres, crianças e enfim todos que são colocados a margem da  sociedade e da religião no seu tempo.  O Evangelho de Mateus  iniciam a missão de Jesus  falando de um Reino, pois naquele contexto, eram  dominados pelo império Romano e a preocupação de Jesus nunca foi em  apresentar algo estupendo para  seduzir ou atrair a multidão ou tão pouco se prender a esse ou aquele grupo político, religioso e viver a santidade envolve  querer e fazer parte desse Reino que é sem fronteira, o texto inicia falando dos pobre e aqui muitos tentam transforma a pobreza em algo simbólico, quando na verdade  apresenta os pobres de fato e de direito e não podemos fugir da lógica da clareza desse texto, pois se vamos  tentar legitimar ou  transforma em simbolismo  quando fala da pobreza, podemos da mesma forma definir como simbolismo todo restante do texto, distorcendo e  pecando contra  o próprio Senhor,  pois até a promessa de recompensa se torna simbólica.

 As bem-aventuranças de  Lucas 6, 20-26  acontece na planície  e logo depois da escolha dos  doze e quase como uma diretriz e ainda traz a ideia da planície, enquanto em Mateus 5,1-12 é primeiro discurso de Jesus e ambos fala Justiça e da pobreza  e aqui vamos fazer um quadro com ambos textos.
O maior desafio  para sermos santos seria viver plenamente a  bem aventuranças de Mateus e Lucas.  Lucas  e  apresenta quatro ais, que condena a riqueza e apresenta ainda o contexto da perseguição que a comunidade apostólica  vivia.   Mateus é um texto que prepara para todo o contexto da missão de Jesus, em Lucas a missão dos Apóstolos e da Igreja.  Jesus apresenta um único projeto de fidelidade, de vida plena e dignidade para todos independente da religião  como diz  I Pedro 2, 19:  “porque isto é grato, que alguém suporte tristezas, sofrendo injustamente, por motivo de sua consciência para com Deus.

 

Mateus 5,1-12

Lucas 6, 20-26

"1.Vendo aquelas multidões, Jesus subiu à montanha. Sentou-se e seus discípulos aproximaram-se dele.

20"Então, ele ergueu os olhos para os seus discípulos e disse:

2.Então, abriu a boca e lhes ensinava, dizendo

“Bem-aventurados vós que sois pobres, porque vosso é o Reino de Deus”!

3.“Bem-aventurados os que têm um coração de pobre, porque deles é o Reino dos Céus!

21.Bem-aventurados vós que agora tendes fome, porque sereis fartos!

4.Bem-aventurados os que cho­ram, porque serão consolados!

Bem-aventurados vós que agora chorais, porque vos alegrareis!

5.Bem-aventurados os mansos, porque possuirão a terra!

22.Bem-aventurados sereis quando os homens vos odiarem, vos expulsarem, vos ultrajarem, e quando repelirem o vosso nome como infa­me por causa do Filho do Homem!

6.Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados!

23.Alegrai-vos naquele dia e exultai, porque grande é o vosso galardão no céu. Era assim que os pais deles tratavam os profetas.

7.Bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão

24.Mas ai de vós, ricos, porque tendes a vossa consolação!

8.Bem-aventurados os puros de coração, porque verão Deus!

25.Ai de vós, que estais fartos, porque vireis a ter fome!

9.Bem-aventurados os pacíficos, porque serão chamados filhos de Deus!

Ai de vós, que agora rides, porque gemereis e chorareis!

10.Bem-aventurados os que são perseguidos por causa da justiça, porque deles é o Reino dos Céus!

26.Ai de vós, quando vos louvarem os homens, porque assim faziam os pais deles aos falsos profeta"

11.Bem-aventurados sereis quando vos caluniarem, quando vos perseguirem e disserem falsamente todo o mal contra vós por causa de mim.

 

12.Alegrai-vos e exultai, porque será grande a vossa recompensa nos céus, pois assim perseguiram os profetas que vieram antes de vós”."






[1] Mateus 5,45

[2] Halloween ou All Hallow’s Eve, "dia das Bruxas?

[3] Desmond Mpilo Tutu foi um arcebispo da Igreja Anglicana consagrado com o Prêmio Nobel da Paz em 1984 por sua luta contra o Apartheid em seu país natal. Desmond é o primeiro negro a ocupar o cargo de Arcebispo da Cidade do Cabo, tendo sido também o Primaz da Igreja Anglicana da África Austral entre 1986 e 1996

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