sábado, 29 de outubro de 2022

Um Olhar no texto de Lucas: 19, 1-10; 31º Domingo do Tempo Comum

 

Neste domingo que  o povo Brasileiro tem um  compromisso de construir  um pais melhor,   no meio de um feriadão. Como cristãos temos um compromisso cidadão, embora observando grupos que falam em  agir com violência  se por acaso seu candidato perder, isso  nos causa certa  preocupação, diante da realidade de um ex-deputado que recebe  a policia a tiros,  fazendo o  lançamento de granadas e ver que indignação ficou para poucos. Ainda temos  o uso da mentira e a pregação do ódio, que  fez  até  o Papa Francisco se manifesta na  Catequese de quarta-feira  pedindo para Mãe Aparecida que nos ajude,   falando na Mãe Negra de Aparecida  recordamos que no ultimo domingo estivemos lá no Santuário Nacional em um ato de desagravo,  rezamos pela Pátria  fizemos um manifesto contra o comportamento dos seguidores de um certo candidato,  que estiveram no santuário e entraram em conflito com a imprensa.  Destacamos que  foi um momento de  oração animado e organizado pelo Conferência dos  Religiosos do Brasil e o Conselho Nacional do Laicato do Brasil   reunindo cristãos do Rio de Janeiro, Minas e São Paulo, sobre o lema: Pela paz, pela vida plena e democracia, destacamos que em nenhum momento foi citado o nome de um candidato seja de um lado ou de outro.   Agora chegou o domingo que o nosso gesto concreto se faz necessário, depositaremos um voto com esperança de uma Mãe Pátria que de fato cumpra seu papel, que aquele que foi eleito tenha compromisso pleno com os mais pobres e que  saiba que ele esta dentro do Pais, nesta realidade,  temos 34 milhões de brasileiros  que passam fome, um numero maior que toda  população da   Venezuela ( 28 milhões).  Por isso nosso voto consciente para que a Pátria cumpra seu papel, sendo mãe, que o patriotismo não seja um modismos para defender nossos egoísmos e interesses de um grupo que tem sua mesa farta.


Então vamos para a nossa reflexão dominical a liturgia desse domingo é a seguinte:  Sabedoria 11,22-12,2; Salmo 144(145) com o refrão: Louvarei para sempre o vosso nome,
Senhor meu Deus e meu Rei; 2 Tessalonicenses  1,11-2,2 e evangelho é Lucas 19,1-10 que iremos  refletir  neste domingo eleitoral.

Recordamos que na semana passada  Jesus nos apresentou dois personagens o publicano e fariseu  no texto de Lucas: 18, 9-14 do 30º Domingo do Tempo Comum.   Jesus esta próximo  de Jericó uma cidade próspera (devido à produção de bálsamo),  com seus belos jardins e palácios (graças a Herodes, o Grande, que fez de Jericó a sua residência de inverno). Era uma importante rota comercial, o lugar das oportunidades, que devia proporcionar bons negócios.  Jesus  já tinha anunciado aos doze que ele iria sofrer  e logo na entrada cura um cego e sua entrada  na cidade que era o ultimo ponto antes de Jerusalém se torna um evento,  contando  com uma grande multidão.  Aqui Ele revela o  universalidade do amor de Deus.

O publicano ou cobrador de  imposto era uma pessoa  proibida de participar do culto, pois estavam a serviço dos dominadores e devido seu contato com o dinheiro e com os pagãos  eram vistos como impuro, por isso que no domingo passado o publicano não ousava entrar  ou se aproximar do altar no templo e hoje temos um publicano que recebe Jesus e sua casa.   No novo testamento temos dois publicano que  conviveram diretamente com Jesus.  Mateus e Zaqueu (o segundo  tem o nome que significa inocente ou puro)  e sabemos que ambos eram excluídos por causa do seu trabalho, mas Jesus fez o primeiro seu discípulo e hoje neste evangelho ele se encontra com Zaqueu  um pecador, marginalizado e desprezado pelos seus patrícios, que se encontra com Jesus e  n'Ele  consegue ver o rosto do Deus que  o ama,  talvez nos falte essa visão que Deus nos ama. Jesus se convida para jantar  na casa de dele.  Zaqueu recebe com alegria e pela sua profissão de fé e compromisso de mudança de atitude,  é chamado  a sentar-se à mesa do "Reino", deixou a pratica do  homem egoísta, abraçou o amor de Deus e se transformou em  um homem generoso, capaz de reconhecer seus erros  e assumindo  que irá  partilhar os seus bens.

Jesus olha para Zaqueu e o  chama pelo nome demonstrando que Deus nos vê , e não considera  os nossos pecados como muitos assim o fazem, ele não aponta para nossas mazelas e falhas, o seu amor é incondicional.  Ele esta além da lei, Lucas traz sempre essa vertente, do pecador que retorna para  comunhão com Deus.  No momento que pregamos que Deus é amor, mas ousamos ter o comportamento de exclusão, não demonstramos um empatia ou um mínimo de acolhida com aqueles que estão ao longo do nosso caminho estamos sendo apenas fariseus dos tempos modernos. Infelizmente muitas vezes agimos contra o evangelho, ate dentro das  nossas Igrejas como  o fariseu  da semana passada.  Sempre  estamos  fiscalizando a moral alheia e a acolhida de Zaqueu que  acolhe Jesus em sua casa e ali faz um voto de mudança de atitude, voto que devemos fazer todos os dias, de sermos melhores uns para com os outros. Neste tempo eleitoral tivemos candidatos se declarando pardo para obter vantagens para obter vantagens da lei, como também  alguns políticos que fazem do altar um palanque eleitoral com a benção dos pastores, padres e bispos que querem o povo silenciado  e vice e versa.

Somos todos chamados a combater nossas inclinações para o egoísmo, a exclusão e tudo aquilo que reflete o homem velho, não podemos ser  os mesmos depois de nos encontrados com Jesus, não podemos a exemplo dos fariseus,  nos escondermos no véu da religião.  Nos últimos tempos temos muitos  cristãos tem  feito de tudo para defender as suas ideologia  políticas, o seu candidato  se esquecendo de testemunhar o projeto do Reino dos céus.  Deus nos convida a sermos um outro Cristo que acolhe a todos, sem preconceitos  e essa é mensagem desse evangelho. Jesus podia entrar na casa dos religiosos,  dos oficiais ou dos comerciantes com prestigio,  mas Ele escolhe ir ate  a casa de Zaqueu, um pecador público.

O autor fala que Zaqueu subiu em uma figueira  para ver Jesus e  ainda fala que ele era um homem rico e na naquela multidão ele era mais um, talvez nos falte essa  humildade de saber que na comunidade somos apenas mais um. Que para ver Jesus precisamos subir na figueira da oração, da penitência, do silencio e da leitura diária da palavra de Deus. Não somos melhores por ainda podermos entrar na fila da comunhão em nossas Igrejas ou tão pouco por ocupar um cargo de direção na comunidade, somos apenas parte de um todo,  que forma o Povo de Deus. Precisamos  nos esvaziar dos nossos acúmulos para permitir que Jesus entre e sente a mesa conosco como diz o Apocalipse de São João  3,20.

·        Eis que estou à porta e bato: se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei em sua casa e cearei com ele, e ele comigo.

Jesus ao sentar-se a mesa como Zaqueu se torna impuro pela lógica da religião,   mas lógica de Deus é bem maior e com isso ele resgata e converte aquele que outrora era um pecador publico, que o evangelho de hoje nos inspire ser um novo Zaqueu acolhendo Jesus e revelando o Cristo ao mundo acolhendo todos os Zaqueu que estão  no nosso caminho para Jerusalém celeste





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