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sábado, 19 de novembro de 2022

Um Olhar no texto de Lucas: 23,35-43 - Solenidade de Cristo Rei, Dia do Leigo!

 Chegamos ao último domingo do ano litúrgico católico, um ano marcado por uma série de coisas que nos fez refletir sobre toda a realidade, afinal tivemos o aumento dos famintos, dos desempregados, mas também foi um ano de eleição com a chance de mudança real no quadro político e com isso somos chamados a celebra o dia do leigo e da leiga, de Cristo Rei e esse ano com abertura do ano Vocacional, quando falamos de vocação falamos da disponibilidade de ouvir a voz de Deus, da capacidade de seguir segundo os preceitos do amor serviço, dentro da perspectiva sócio transformadora.   O laicato não é uma classe que deve esta submissa ao clero ou são simples ovelhas dispostas a seguir um o Pastor nos seus sonhos e projeto pessoal.  Ser Leigo na Igreja envolve descobri sua real motivação,  consciência de uma cidadania batismal que lhe reveste do tríplice ministério,  o fazendo ser a Igreja de Jesus Cristo que Anuncia,  que reza (ora) e serve com fidelidade e amor.  Ao contrario que muitos pregam por ai que Leigo deve ser um subserviente as autoridades eclesiásticas e o evangelho de hoje traz a maior autoridade em uma cruz. Nesse texto o primeiro mortal comum a ir para o paraíso é um malfeitor.  Poderíamos hoje olhando parta semana falar da doença que o presidente esta vivendo,  aquele mesmo que dizia que tinha físico de atleta, também podíamos comentar sobre o grito do povo na COP27 que o Brasil voltou e diante dessa realidade que o laicato é chamado a viver sua vocação de batizado.


Como sempre vamos fazer um comentário sobre a o Evangelho sem a pretensão de criar dogmas ou impor uma ideia, você dentro da sua sabedoria pode percebe algo que não passou pelo nosso ponto de vista, e durante todo esse ano Litúrgico que termina  escrevemos  e gravamos videos dominicalmente no sentido de ajudar os diversos irmãos e irmãs nas suas homilias, pregação, partilha como queiram chamar e não escrevemos em nome de uma paróquia, grupo e também não somos membros do clero da Igreja Católica ou de qualquer outra Igreja e aquilo que nos impulsiona,  a escrever é a nossa vocação, nossa cidadania batismal, que percebeu que não podemos ficar trancados em nossas paróquias, comunidades falando de um Cristo fora da realidade, com adornos de um europeu quase nórdico, um Cristo Rei de um trono de graças que não chega àqueles que estão na fila do osso, do desemprego, das doenças e de todo tipo de exclusão e que se faz necessário ser um sinal de esperança que ecoe em nessas  realidades de cruz.

As leituras neste 34º domingo do tempo comum, domingo do Cristo Rei do universo e dia dos Leigos são as seguintes: II Samuel 5,1-3; Salmo 121 (122) com o refrão de resposta Vamos com alegria para a casa do Senhor;  Colossenses 1,12-20 e Lucas 23,35-43 seria muita ousadia fazer uma  reflexão das três leituras e do salmo, por issos, vamos  meditar o evangelho. Já sabemos que  a Liturgia do ultimo domingo do ano litúrgico, nos chama atenção para reinado do Senhor Jesus, não um reinado de poder e glória como muitos pastores, bispos, padres gostam de pregar, um Cristo só de vitórias com "V" minúsculo e glórias, em  uma Igreja voltada para o empreendimento financeiro com a teologia da prosperidade de  um Cristo sem cruz ou um messias sem missão.  O evangelho nos revela que Ele foi crucificado diante do povo que olhava em silêncio e até hoje o povo é silenciado pelo poder paralelo, pelo poder das armas que geram o medo ou por comodismo 

O Cristo crucificado é espetáculo midiático no momento e muitos olhavam e lá tinha uma placa com a motivação da condenação “Este é o Rei dos Judeus” (basileus tôn Ioudaiôn outos em grego), somos bons em rotular, condenar, somos capazes de criar todo tipo de justificativa para as condenações dos outros.

A liturgia de hoje devia nos levar a refletir quantas vezes colocamos o Cristo em uma Cruz e quantas vezes passamos pelos crucificados deste mundo e fingimos não conhecer ou simplesmente balançamos a cabeça como reprovação e deboche. O lugar da crucificação tinha o nome de Monte da Caveira devido o seu formato e certamente o seu nome era para causar terror e medo no povo, nesse espaço que que  cumpre a lógica de Deus, a morte que gera vida. Um malfeitor que debocha, ofende  e o outro consciente das suas opções e faz a maior profissão de fé que se pode fazer, se entrega nas mãos de Deus. Muitas das vezes pedimos em nossas  cruzes  uma solução rápida e objetiva segundo a nossa lógica limitada.

Muitos cristãos querem fé de espetáculos,  de cura e uma religião do choro emocional  em uma fé desconectada da vida, que não  revela o poder da fé de um cristão,  que tem consciência da sua vocação para vida plena, que deseja assumir de fato sua condição de batizado comprometido plenamente com o evangelho. Com compromisso autêntico que  nos faz  reconhecer em  nossa eclesialidade, a capacidade de uma comunhão com os crucificados que estão nas ruas, no desemprego, com fome. A Igreja como mãe ou Corpo de Cristo deve reconhecer e ser a diferença nas atitudes com o seu clero, com  os consagrados e com todo laicato vivendo plenamente a sua vocação e missão.

Jesus o próprio Deus visto pelos seus como um criminoso, que esperar que pense de nós?  Ele  na cruz recebe ofensa de  quem  esta  na condenação (o malfeitor Gestas) e recebe a defesa de Dimas que sofria como eles a mesma pena. Aqui vale pena citar que o povo estava ali, que todos  tinham sua posição social bem definida.

 Os grupos

 Citação bíblica

Os grupos

Citação bíblica

1 O povo em silencio

 Lc 23,35a

 Os militares

Lc 23,36--37

2 Os religiosos

Lc  23,35b

 Os condenados

Lc 23,39-43


São pontos vistos diferente da mesma cruz e até aqueles que estão na cruz tem uma atitude diferente diante do suplicio.   O texto de hoje é o único que Jesus fala de um paraíso, não de um paraíso que acontecerá, mas de um paraíso no hoje, no momento presente, aqui longe de pregar um imediatismo de Deus, Lucas trás 4 hoje de Jesus.

Citação

Texto

Lc 2,11

“nasceu hoje um salvador”

Lc 4,21

na sinagoga de Nazaré, Jesus diz que “as escrituras se cumpriram hoje”

Lc 19,5. 9

Jesus quer “permanecer hoje na casa de Zaqueu” e diz que “hoje a salvação entrou nessa casa”

Lc 23,43

“Eu lhe garanto hoje mesmo estarás comigo no paraíso”

 

Todo o evangelho de Lucas prepara esse momento e se percebe que Jesus não esta descolado do mundo, muitos convertidos falam do tempo que eram do mundo, como se tivesse morando em outro planeta ou outra dimensão se esquecendo daquilo Jesus diz em João: 

“Não peço que os tires do mundo, mas que os livres do mal. Não são do mundo, como eu do mundo não sou. Santifica-os na tua verdade; a tua palavra é a verdade” [1] 

Neste espaço que o laicato deve atuar,  neste mundo, no hoje como escrevemos na semana passada.  Deus habita na eternidade fora do tempo e aqui estamos nós como seu povo fazendo o hoje e somos chamados a contemplar e a refletir sobre a nossa escolha: Se seremos: o povo silenciado, os religiosos que não querem perder seus privilégios. Dimas que reconhece sua falha ou Gestas que só reclama e critica o companheiro?

Que Deus nos ajude! Feliz ano novo Litúrgico, encerramos o Ano C, vamos iniciar o A, semana que vem vamos explicar sobre o tempo litúrgico.



[1] João 17:15–17

 


sábado, 27 de agosto de 2022

Um olhar no texto de São Lucas 14,1.7-14 ; 22º Domingo do Tempo Comum

 



Na  semana que passou vivemos ai a expectativa da fala dos candidatos a presidência do Brasil e  após a fala dos mesmo houve que dissesse que seu candidato foi prejudicado e outro beneficiado. No Brasil polarizado onde vivemos os polos   a Igreja do Brasil ganha dois novos cardeais  e nos sentimos honrados e ter tido a graça de ter um dia tomado um café na mesma mesa de ambos.  Dom Leonardo Cardeal Steiner    esteve na Diocese de Nova Iguaçu  uma vez que recordo e na ocasião da Rio+20  estivemos presente na sua fala e depois no almoço e parece que sua eleição como Arcebispo de Manaus foi um dos acertos do Papa Francisco  e podemos dizer que será o cardeal verde e quanto a  Dom Paulo Cezar Cardeal Costa  foi reitor do Seminário Diocesano de Nova Iguaçu sempre demonstrou um zelo e uma preocupação com a formação e organização da Igreja, estando em Brasília tem se esforçado para  que a Igreja Particular da  Capital Brasileira possa  ser de fato   presente nas diversas realidades que lá existe.

Talvez o nobre leitor   queira entender  que esses fatos tem haver com a nossa liturgia, nesse domingo dedicado a vocação do Leigo e forma especial aos Catequistas que ganharam status de ministério  com o Papa Francisco o 22º Domingo do Tempo Comum nos leva refletir sobre a importância de nossa amizades e como  nos relacionamos como as pessoas. E por isso antes de mais nada vamos  lembra a leitura  que são:  Eclesiástico  3,19-21.30-31; Salmo 67 (68)  como o Refrão: Na vossa bondade, Senhor, preparastes uma casa para o pobre; Hebreus  12,18-19.22-24 e o Evangelho de  Lucas 14,1.7-14 que tem como temática o banquete, por isso citamos que um dia tivemos a honra de estar a mesa com os cardeais  citados acima, mas isso em nossa história de vida nos fará melhor que qualquer outra pessoa.   Pois sentar-se a mesa com alguém de prestigio, poderá até nos conceder certas honras, mas se isso nos levar a uma fé sem compromisso com os excluídos  nossa prática  será apenas um detalhe na nossa história particular.

Certa vez ouvimos a frase que saiu da boca de uma pessoa que era preciso ter ambição,  respondemos que precisamos ter um sonho e a critica de Jesus hoje é aos puxa-sacos que  se tornam amigos, que se aproximam daqueles que possuem algum poder ou prestigio e orbitando suas mesas, seus gabinetes e até fazendo acordos políticos para  benefícios  próprio.  Durante a  semana aconteceu a sabatina dos  candidatos devemos ouvir todos, mesmo contra a nossa vontade, não podemos permitir que o ódio  nos cegue. A mesa do  esta posta  nas nossas comunidades e essa mesa é para toda humanidade  e nesse  sentido  a critica de Jesus a espiritualidade e a religiosidade sem  compromisso  pois  se olharmos a figura do banquete qual diz a Escritura: «Preparais-me um banquete à vista dos meus adversários» (Sl 22,5). Aí, encontramos os pães da oferenda, o vitelo gordo e o Cordeiro que tira os pecados do mundo (cf Ex 25,30; Lc 15,23; Jo 1,29); são-nos oferecidos o pão que desceu do Céu e o cálice da Nova Aliança (cf Jo 6,51; 1Cor 11,25 e a figura do banquete é momento festivo  onde  todos podem fazer parte.  A figura do  banquete nupcial é uma referência a Eucaristia celebrado pelos católicos ou a Santa Ceia para os protestantes.   Alguns entram na fila com seus títulos e honras  se achando os já salvos plenamente, arrotando santidade e se achando os senhores donos do próprio Deus.

Outro dia durante um  almoço  com pessoa ela nos questionou sobre o Amor de Deus, se de fato   tínhamos experimentado diante de tanta perseguição que sofremos  por nossas escolhas e naquele mesmo dia em uma conversa com um  Pastor Batista falávamos o quanto Deus nos ama  e nos permite um recomeço a cada dia e quanto a participação  na vida comunitária   no culto, na missa no estudo da Palavra se faz necessário, mas isso não deve ser  nossa única base. Pois ir   somente   a Igreja  negligenciando o tempo com a família, as obrigações com o trabalho, não praticar a solidariedade   e também não ter um tempo para  oração  intima   com Deus  não nos abrirá as portas do céu, pois estamos apenas buscando primeiro lugar.   Ser Bispo, Pastor, Padre ou qualquer cargo eclesiástico  não nos abre a porta do céu de forma automática, para alguns  o efeito é aos contrario  pois  o caminho do Inferno é sua única possibilidade   e aqui vale pena volta   lá no texto[1]  do primeiro domingo de agosto. Neste dia dos Catequistas somos chamados a refletir sobre a nossa cidadania  batismal, o modelo de Igreja muitas das vezes  que se prende a ritos  solenes que nada dizem, que se tornam apenas representações e batismo virou um detalhe e o apostolo Paulo fala sobre o se revestir do homem novo[2]

·        Se revestistes do novo homem, que se renova para o pleno conhecimento, segundo a imagem daquele que o criou; Nessa nova ordem de vida, não há mais diferença entre grego e judeu, circunciso e incircunciso, bárbaro e cita, escravo ou pessoa livre, mas, sim, Cristo é tudo e habita em todos vós. …

Recordamos que   neste capitulo Jesus curou um homem no dia de sábado  na casa desse fariseu, gerando  uma certo comentário no evento, sem esquecer que o evento é no sábado onde existe seria regra  religiosa que proibia certas  atividade mas não proibiu os serviçais  preparem o almoço para eles. Jesus ao questionar o padrão de qualidade dos religiosos daquele tempo, acreditamos que Ele também questionar o nosso padrão  de qualidade de uma Igreja muitas das vezes que pregam tudo e  até o evangelho  mas pratica é outra, preferem o ódio, a cobiça, trabalham pela ambição  querem  pregar e  estar somente em Igrejas cheias onde recebem todos os incensos e honras.  Deus nos criou  todos iguais e seu Filho Jesus na Cruz morre por todos sem distinção de ideologia política ou religiosa  e sua exigência  é que façamos  uma   verdadeira revolução nas relações entre  nós, que sejamos  responsável pela inclusão, que possamos ir na contramão da sociedade que  prega a violência  gratuita e aqui recordamos  o comentário de uma pessoa em uma rede social em relação aos jovens  desaparecidos na cidade de Nova Iguaçu  que fez questão  semear o ódio  e  magoa para os seus familiares fazendo insinuações que por questões  éticas que não vamos repetir.  Seguir Jesus não torna Juízes ou donos da misericórdia Divina.

Olhando ainda para realidade quando organizamos temos o costume de deixar o nome na portaria  e Jesus quando faz a observação sobre uns outros que fazem valer seus títulos ou  cargos   deixa bem claro que sempre há alguém com importância para o dono da festa e aqui a sua observação é para que  não sejamos humilhados ou tão nos achemos mais importantes que os outros para que sejamos verdadeiro cristãos combatendo o nosso complexo de superioridade vivendo  em uma proposta de uma Igreja que Semente do Reino. Jesus fala de um Reino pois ele não tem visão imperialista.  Assistimos em nossas Igrejas uma corrida pelos primeiros lugares e isso que esse evangelho vem nos  orientar, o noivo é Jesus e o chamado vocacional é feito por Ele,  se preocupam com as  vestimentas caras e aqui vale a pena recorda a fala do Papa daqueles que usam as rendas da vovó e a preocupação de usar vestes como distinção e prestigio social e assim o serviço se torna poder e prepotência ficando assim fora do grande banquete nupcial.  Lucas apresenta Jesus  pede que sejamos fraternos com aqueles que estão a margem da sociedade  os casais de segunda união, os homoafetivos,  as prostitutas  e os dependentes químicos que sofrem a exclusão em nossas Igrejas.

Aquele fariseu convidou Jesus para se exibir, pois Jesus  tinha se tornado importante para alguns  e sendo chamado de Mestre por alguns  e   Ele aceita o convite,   mas se mostra incomodado, pois sabia que estava sendo vigiado esperando o seu deslize. Jesus usa o momento para apresentar a proposta  de inclusão e  questionar nossas ações e devemos diariamente combater o fariseu que temos em nossos corações, em nossas consciências e nossas práticas sociais. Podemos encerrar  nossa reflexão com a frase de Jesus:  Quem se exalta, será humilhado, e quem se humilha, será exaltado»[3].




[1] Um olhar no texto de São Lucas 12,32-48 ; 19º Domingo do Tempo Comum publicado em 6 de agosto de 2022

[2] Colossenses 3,10-11

[3]  Lucas 14,11

domingo, 27 de março de 2022

Um Olhar no texto de Lucas 15,1-3.11-32 - 4º Domingo da Quaresma

  A temática do evangelho de hoje  que fala do perdão e reconciliação  é cantada por vario artistas e tem canções que nos emociona como por exemplo:  Este pranto em minhas mãos que cantamos Muito alegre eu te pedi o que era meu partir / Um sonho tão normal / Dissipei meus bens e o coração também / No fim meu mundo era irreal…

Ainda temos uma bela oração muitos fazem sem  perceber o  quanto nos compromete  reze conoso depois de ler o artigo abaixo: Oração do Filho Prodigo 

A parábola dos filhos, do Filho ingrato, dos filhos egoístas ou o nome mais bonito que ela carrega que é: O Pai Rico em Misericórdia. Uma parábola que parece uma novela, na semana passada quando lemos o texto de Lucas 13,1-9 ou ainda quando lemos o texto do 3º sábado da quaresma Lucas 18,9-14,  que serve para nos ajudar a entender essa Parábola.  Somos convidados com as leituras de hoje: Josué 5,9a.10-12; Salmo 33 (34); 2 Coríntios 5,17-21 e Lucas 15,1-3.11-32 à descoberta de Deus que nos ama como um Pai amoroso,  como diz o Professor: Carlos Henrique Meditti com um coração de mãe ou ainda como uma galinha com seus pintinhos citado por Jesus[i].  Deus não segue a lógica do revanchismo ou da magoa, Deus tem um jeito todo especial de lidar com cada pessoa. Ele esta longe da religião excludente e legalista que muitos ainda praticam nos dias de hoje.

Desde primeiro domingo da quaresma estamos seguindo um ciclo. O deserto, a montanha e inicio da viagem para Jerusalém e durante essa viagem ele vai sendo questionado, na semana passada a parábola de Figueira que precisava de mais um ano e hoje sendo o domingo da alegria, Jesus vem nos dizer que todos podemos volta ao convívio do Pai, que É Deus, que Ele  nos aguarda de forma amorosa e não tem uma prática  condenatória como o filho mais velho.   Todo o capitulo 15 de Lucas vai apresentar Parábolas que nos convida ao retorno e vai nos alerta a pratica excludente em nossas Igrejas.  Os religiosos daquele contexto traziam consigo uma opinião que Deus não ouvia o pecador e por isso que o autor sagrado apresenta o fato. Lucas sendo grego faz questão ressaltar a oportunidade de retorna comunhão, dos evangelhos sinóticos, ele faz questão de ressaltar essa possibilidade de retorno.

A parábola conta com alguns personagens, sendo três centrais.

O Pai

Lucas: 15, 11

O Filho mais velho

Lucas 15,25

O Filho mais novo

Lucas 15,12

Os amigos da gastança

Lucas 15,13-14

O dono dos porcos

Lucas 15,15

O funcionário fofoqueiro

Lucas 15,26-27

 

No Contexto bíblico o Pai tinha toda autoridade sobre os filhos, os filhos eram quase que  uma propriedade, mas esse Pai é diferente, ela permite toda liberdade, ofertando um amor sem igual.  No domingo da transfiguração o Pai diz que Aquele é seu Filho amado, aqui neste contexto, cuidando dos porcos  esse filho da parábola  se torna um invisível, pois o seu patrão não se preocupa se ele tem fome ou esta doente. O filho faz uma reflexão, de toda miserabilidade que estava vivendo, uma reflexão  que devemos fazer, ser ver na  sua condição e ser servo e  na casa paterna era diferente. Esse momento nos faz refletir sobre os donos das Comunidades, os irmãos que não percebem o quanto devemos nos colocar como bons servos. 

O filho mais velho sempre foi o primeiro herdeiro e ele teria a disponibilidade de toda herança, quando o filho mais novo solicita a sua parte, para muitos é um escândalo, se percebe que  naquele núcleo podemos ter um conflito, pedir a parte da herança para muitos é declara o óbito do Pai, contudo nesse contexto patriarcal ninguém comenta sobre a mãe, se ela esta viva etc. Os Filhos querem ser independente, a famosa frase dos adolescentes quando: “Eu fizer 18 anos vou fazer isso ou aquilo e ninguém vai mandar em mim”.

Chamar o filho mais novo de ingrato ou de outra coisa poderá ser uma Injustiça de nossa parte. Lemos esse evangelho com tanta piedade e nos colocamos sempre como o filho que voltou que pediu perdão e que o Pai de amor acolheu.  Quantas vezes somos o filho mais velho que fecha a porta da Comunidade, colocamos todo direito Canônico, os versículos bíblicos diversos, os catecismos e vamos perguntar o Bispo, o Papa se concordam com a volta daquele filho. Quando não somos o empregado fofoqueiro que conta o fato com lasciva de veneno, os amigos pra hora da coisa boa ou ainda nas relações profissionais tratamos os nossos semelhantes como escravos ou inferiores, pois aqui se fala em comer lavagem dos porcos, nem a isso ele tinha direito.
Mas não podemos olhar para o filho mais novo como o modelo de arrependimento e não nos arrependermos de verdade.


Na Igreja de Jesus somos todos irmãos uns dos outros, sempre estamos como o filho ingrato tomando a herança que é nossa vida e gastando com coisas inúteis e muitos daqueles que deveriam se inspirar no modelo do agricultor do domingo anterior, do pai de misericórdia do evangelho de hoje, mira no modelo farisaico onde a lei é todo preceito é o único sentido.

A parábola nos convida a sermos firmes em nosso propósito de permanecer com o Pai, pelo seu amor e não sair por ai seguindo qualquer vento ou modismo, se alguém se afasta da Comunidade devemos manter a porta aberta se deixando guiar pela Justiça sem abandonar a Misericórdia de Deus que nos ama.

O Pai que acolhe o filho como seu coração feliz pelo retorno deveria ser o coração das nossas Igrejas quando alguém retorna, deveríamos fazer festa por todos que estão conosco, mas uma festa maior pelo retorno dos arrependidos. A quaresma na origem da Igreja era o momento de acolher os novos cristãos e nesse domingo os neófitos ouviam que eles eram esse filho que volta e por isso a comunidade esta feliz, no Movimento de Cursilhos de Cristandade o Pai Rico de Misericórdia é uma das meditações mais importante, pois diz para os cursilhistas que o Pai esta nos esperando com coração cheio de saudade. O filho mais velho até tem sua razão pela situação pelo sofrimento que o Pai vivenciou, imaginamos quantas vezes o Pai chorou pela saudade do filho ingrato.  Mas, ele se perdeu quando foi dá ouvido ao servo que  pintou  o quadro da sua maneira, a Alegria do Pai deveria ser  a Alegria do filho mais velho. O Pai recorda de tudo que eles passaram juntos e de  tudo que ele tem,  sempre lhe pertenceu.

Em Lucas 15 Jesus apresenta três relatos e todos falam da alegria do encontro:

A ovelha perdida

Lucas 15,4-7

A Moeda Perdida

Lucas 15,8-10

O Pai de Misericórdia

Lucas 15,11-32

 Tanto a ovelha, a moeda é o proprietário que a procura, mas no caso do filho,  o pai espera que ele  caia em si e decida retorna. O filho se recorda do profundo amor que o Pai lhe transmitia.

Aqui vale a pena contar a História de Jovem padre que no meio do processo vocacional no seminário resolveu sair por suas crises etc., arrumou um trabalho e sempre passava na frente de uma Igreja. Quando passava via aquele povo feliz, ele se encantava por ver o povo feliz, se interrogava como ele não via aquela alegria quando era seminarista. Ele sentiu saudade daquele convívio e voltou para o seminário e já vai completar 10 anos de Padre. 

A moeda, a ovelha tem que ser buscada e filho tem que ser acolhido. Qual filho não discordou do Pai, qual cristão que no meio da caminhada não pensou em pegar tudo que é seu e meter o pé?

Quem de nós, não teve o comportamento do filho mais velho que exclui e se faz dono da vontade de Deus ou como o empregado fofoqueiro?

Somos convidados para uma festa, o Pai fala que filho estava morto, mas a ressurreição maior foi a do Pai, pois todos sabem como um pai sofre sem noticia de um filho.

Vivemos a lógica do humano, o Pai por amor espera o filho cair em si, por amor não se contenta em esperar e vendo filho vir ainda distante parte ao encontro e lhe restitui a dignidade. Ele recebe uma roupa nova sinal da veste batismal, um anel sinal de aliança e compromisso e a sandália sinalizando  que ele voltou à condição de filho.

O cordeiro (que representa  Jesus neste contexto) que o Pai sacrifica estava reservado para aquele momento de reencontro e do resgate desse filho do inicio da nova vida, agora sim ao lado do Pai e devido reconhecimento.

O Pai nos conhece e sabe muito bem o quanto somos falhos em nossas escolhas e o quanto precisamos dele para não perde a dignidade de filhos amados e aqui parafraseando o Apostolo Paulo:[ii]

 

E, porque sois filhos, Deus enviou o Espírito de seu Filho para habitar em vossos corações, e ele clama: “Abba, Pai!” Portanto, tu não és mais escravo, mas filho; e sendo filho, és igualmente pleno herdeiro por decreto de Deus. Zelo por uma doutrina sadia




[i]  Mateus 23,27

[ii] Gálatas 4,6-7


sábado, 12 de março de 2022

Um Olhar no texto de Lucas 9,28b-36 - 2º Domingo da Quaresma

 Vivemos no Brasil e temos diante das nossas telas as mais variadas  noticias, ouvimos ou assistimos  relatórios das tragédias:  guerra na Ucrânia, o incidente em Petrópolis  e ainda  o aumento dos preços dos combustíveis e a vivência de uma pandemia global somos convidados nesse 2º Domingo da Quaresma a fazer as seguintes leituras: Genesis  15,5-12.17-18; Salmo 26 (27) com a resposta: O Senhor é a minha luz e a minha salvação.; Filipenses: 3,17-4,1 e o evangelho  Lucas9,28b-36.

Neste sentido,  somos convidados  a uma transfiguração dentro da nossa realidade que   acontecerá dentro de um projeto se abraçarmos  a conversão,  onde unimos a oração  com a escuta do Deus Vivo e nossa disposição pra vivermos  a vida em sociedade e na Comunidade de Fé. A promessa de Deus ao Patriarca Abraão  devido a sua fidelidade  total, sua aceitação radical, na sua  entrega plena aos desígnios desse Deus que não falha e é sempre fiel nas promessas,  nos faz pensar neste tempo  quaresmal o quanto somos fieis aos projeto do Deus da Vida.

Escutar a voz do Filho do Pai,  que é Jesus passa pelas periferias existências de uma sociedade consumista que não consegue olhar para  o passado tirar lições para o presente, passa pela nossas escolhas e sobretudo da nossa intimidade com Deus.   “Este é o meu Filho, o meu Eleito: escutai-O”. A voz vinda da nuvem pede-nos para escutar aos clamores do Filho de Deus nas diversas cruzes.  Vivemos o tempo  onde todos querem opinar,  todos querem  gerar ou adquirir likes e aprovação, seja na Igreja, seja na sociedade do barulho,  do som alto e algumas vezes das fakenews. Essa mensagem da escuta é algo essencial, precisamos ouvir o Deus que se revela nas periferias, nos becos e vielas, que fala com a boca dos excluídos e exilados por nosso moralismo religioso e hipócrita, precisamos presta atenção nesses filhos de Deus.  No domingo anterior ouvimos que Jesus foi tentado  e viveu uma experiência de se encontrar com o Inimigo de Deus e hoje diante de três testemunha ele se encontra com as bases do Judaísmo (Moisés e Elias) e parece que aqui neste momento,   há uma conversa entre os três,  e não se fala uma palavra de Jesus para os seus discípulos e os mesmos  ficam em êxtase (abobalhados com tudo que estavam testemunhando),  talvez diante das dores e crises,  muitos buscam apenas essa experiência emocional de uma fé  descomprometida  e a fala do Apóstolo Pedro revela uma espiritualidade do comodismo,  não tinha noção dos altos papos de Jesus  com Moisés e Elias, mas deseja construir uma tenda  pra cada um. O gesto de construir tenda envolve fixar-se em um local, e com a manifestação do Pai   de forma imperativa paralisou qualquer proposta que os apóstolos  tivessem em mente.

Dialogar com o a realidade envolve silenciar, envolve ainda nos comprometermos com um Reino que é pra todos, Pedro no seu êxtase e admiração  não olhou pra si e para os companheiros, três tendas e aqui tínhamos  seis pessoa. Agir por emoção positiva ou negativa nos colocam em risco pode provocar conflitos, o famoso eu disse, mas queria dizer isso.  Por impulso se magoa e ofende e depois fica difícil a emenda, na quaresma neste domingo somos convidados a  ouvir a voz  de Deus, muitas das vezes Deus usa  boca do  próximo e até fala aquilo que não queremos ouvir.  O diálogo verdadeiro é uma via de mão dupla, escuta e fala, geralmente nossas orações são falas e falas,  achamos que Deus não nos responde,  mas  quando nos responde não  entendemos, pois estamos acostumados a sociedade do excessos de som, imagens, dos vídeos  etc.

Jesus se encontrando com Moisés e Elias só confirma sua natureza de Filho de Deus e a característica de sua missão. O jeito de ser de Jesus  no falar e no agir deveria ser seguido  por todos, sem a  aplicação  da logicas humana. Ele é  a manifestação de um  Deus, sendo sua plena Revelação, Daquele que  cuida e protege. Nesses tempos que há  os mais diversos tipos e modelo de Igreja,   de pregadores.   Ouvir a voz de Deus é o desafio, pois Deus vira um aplicativo que é usado pra  justificar as mais diversas situações, sempre a serviço daquele pregador ou missionário  que diz representa-Lo naquela realidade.  Partido do pressuposto do evangelho se faz necessário distinguir o que de fato é o projeto de Deus  e aquilo que é o ego desse ou daquele pregador,  que  assumiu a voz de Deus e faz disso um meio de vida.  Deus fala na sua Palavra, na realidade das glória e de derrotas da nossa vida cotidiana. Em 2000 anos de Cristianismo quantos homens surgiram  se dizendo  a voz oficial de Deus,   aqui serve  pra muitos que possuem um cargo de liderança na Igreja. Mesmo com litro de óleo ungido,   se percebe nos seus gesto e atitudes  exigindo uma certa  cerimônia de todos, mesmo com o  tratamento  dos seus títulos, todos  sabem que  dificilmente Deus se manifesta pelo sua boca, sendo um mero   funcionário pra não dizer um mercenário que visa o retorno financeiro. Aquele  que  cumpre seu expediente e  normas, a exemplo dos religiosos do tempo de Jesus.   Eles  constroem  um deus que se manifesta no poder, nas honras, nos triunfos; nos rapapés e não percebem que Deus que se manifesta no dia-a-dia nas dores e lutas do povo, na entrega total de si,  sem necessidade de uma recompensa neste plano, falam em  nome próprio dizendo ser a pessoa de Cristo. Muitos Cristão gostam e se encantam por esse  tipo de pregador que fala bonito no altar  e o líder religioso. O  seu  testemunhos e atitudes e   promiscuidade  pregam bonito  pra arrebata as  multidões, mas não tem nada da voz de Deus, o deus dele  se reduz ao luxo  que cargo proporciona.  

Não precisamos  criar ou sair em  busca  dessa voz de Deus  ou  fazer experiências em  cada dia em uma Igreja  ou religião,   não sejamos tolos  Deus, não fala somente   onde  há um  milagre x, y,     nas revelações de um suposto vidente ou ainda na exibição de conhecimento de um pregador, se você se recorda do evangelho da semana passada quem tentou Jesus fez questão de exibir o conhecimento.  A Igreja Católica  vivendo a realidade do seu tempo no século passado fez um concilio que deu uma virada  no jeito de ser  e ouvir a voz de Deus e na  Constituição Dogmática Dei Verbum no numero 4 diz:    

"Depois de ter falado muitas vezes e de muitos modos pelos profetas, falou-nos Deus nestes nossos dias, que são os últimos, através de Seu Filho (Heb. 1, 1-2). Com efeito, enviou o Seu Filho, isto é, o Verbo eterno, que ilumina todos os homens, para habitar entre os homens e manifestar-lhes a vida íntima de Deus (cfr. Jo. 1, 1-18). Jesus Cristo, Verbo feito carne, enviado «como homem para os homens» (3), «fala, portanto, as palavras de Deus» (Jo. 3,34) e consuma a obra de salvação que o Pai lhe mandou realizar (cfr. Jo. 5,36; 17,4). Por isso, Ele, vê-lo a Ele é ver o Pai (cfr. Jo. 14,9), com toda a sua presença e manifestação da sua pessoa, com palavras e obras, sinais e milagres, e sobretudo com a sua morte e gloriosa ressurreição, enfim, com o envio do Espírito de verdade, completa totalmente e confirma com o testemunho divino a revelação, a saber, que Deus está conosco para nos libertar das trevas do pecado e da morte e para nos ressuscitar para a vida eterna.  
Portanto, a economia cristã, como nova e definitiva aliança, jamais passará, e não se há-de esperar nenhuma outra revelação pública antes da gloriosa manifestação de nosso Senhor Jesus Cristo (cfr. 1 Tim. 6,14; Tit. 2,13).

O concilio Vaticano II devolveu para o povo a riqueza da  Palavra de Deus  e fortaleceu a escuta da mesma e fez uma revisão sobre o Papel e a Escritura, fazendo uma releitura do papel do povo de Deus  nesse tempo de noticia  triste a Constituição Dogmática Lumen Gentiu  no numero 38 diz:

"Cada leigo deve ser, perante o mundo, uma testemunha da ressurreição e da vida do Senhor Jesus e um sinal do Deus vivo. Todos em conjunto, e cada um por sua parte, devem alimentar o mundo com frutos espirituais (cfr. Gál. 5,22) e nele difundir aquele espírito que anima os pobres, mansos e pacíficos, que o Senhor no Evangelho proclamou bem-aventurados (cfr. Mt. 5, 3-9). Numa palavra, «sejam os cristãos no mundo aquilo que a alma é no corpo» "

O cristão deve ser a boca Deus   na defesa da Vida  e aqui em consonância com texto da segunda leitura Paulo alerta para pregadores que se diziam mais dignos  da revelação,  sendo os donos da verdade, preocupados com o ritualismo   judaico, a exemplo de pregadores que partem do 1º  Testamento pra justificar essa ou aquela doutrina da sua igreja,  manipulando e instrumentizando a Palavra de Deus pra justificar seu modo de operar e todos sabemos que somos imperfeitos, que devemos  a cada dia caminharmos firmes  no projeto de sermos melhores e para que possamos ser melhores se faz necessário  ouvir a voz do Filho de Deus e com Ele devemos  carregar nossas cruzes cumprindo  a vontade do Pai. 

Ainda olhando pra transfiguração de Jesus nesse domingo  precisamos ter consciência que  esse episodio apresenta elementos do antigo testamento, quando Jesus estava no deserto semana passada, ele foi só e hoje ele leva consigo 3 colaboradores e nesse contexto de revelação temos de fato um projeto sendo gestado. Na montanha Deus falava com Moises e  no monte Ele faz aliança com Povo de Deus (Ex:34,29), sendo ainda que nuvem representa a presença da Gloria e proteção  do próprio Deus, no caso do deserto  Ex 40,35; Nm 9,18.22;10,34). Elias sendo o maior dos profetas aparece pra legitimar a filiação de Jesus, há uma crença judaica que o Reino de Israel será restaurado com volta desse profeta e aqui o evangelista relata os dois presentes para referenda e confirma a condição de Jesus como o Filho de Deus e instauração de um novo tempo.  Jesus anunciou que ele seria condenado a morte, Ele  falou de seu Reino e durante essa semana ele nos ensinou chamar de Deus de Pai, nesse sentido que somos chamados a vivermos  como irmão uns dos outros. No contexto de Jesus subir a montanha envolve tomar uma decisão e receber uma missão, como no caso de Abraão que  recebeu a noticia do próprio Deus  que seria o pai de uma multidão e aqui  Deus revela aos discípulos de Jesus quem de fato Ele era.

Que sejamos mais que pregadores com palavras que sejamos braços  e pernas na missão de revelar a vontade de Deus  aos povos e aqui vale  uma frase de são Paulo: 

"As Escrituras dizem: “Eu acreditei e, por isso, falei”. Assim, tendo o mesmo espírito de fé, nós também acreditamos e, por isso, falamos"

2 Coríntios 4, 13