A presente ilustração acima é apenas um pano da
realidade para entrarmos na liturgia desse domingo que é a seguinte:
Eclesiástico 15,16-21; Salmo 118(119), com refrão . Feliz o homem sem pecado em
seu caminho, que na lei do Senhor Deus vai progredindo; I Coríntios
2,6-10 e o evangelho de Mateus 5,17-37.
Jesus ao subir a montanha
nos apresentou as bem aventuranças e na semana passada nosso papel na
realidade e hoje ele apresenta o
verdadeiro sentido da nossa pratica de fé, não podemos reduzir nossa vida a
fila de comunhão, a culto de adoração ou apenas a leitura da Palavra, a nossa
vivência no espaço eclesial deve ecoar nas diversas realidades que temos, ser
cristão não é ser cumpridor de ritos, ser cristão é uma escolha livre, é uma
adesão ao projeto de amor trazido por Jesus.
Não somos santos por participar
no altar da Eucaristia, pois Jesus se deu e se dá aos pecadores, esse é o
projeto de Deus, uma salvação plena da
pessoa humana.
Jesus traz para o seu
contexto uma radicalidade que ultrapassa a ideiada letra morta, do rito externo e
de forma direta Ele crítica a hipocrisia religiosa revelando que o sagrado é maior que a medíocre religiosidade de muitos que fazem
as adaptações no rito Que mesmo tenha recebido un litro
de óleo na cabeça ou na mão o não
cumprimento dos mandamento a pessoa esta condenada ao inferno Diante de
Padres, Bispos que fazem do seu
ministério una atividade profissional, que foge da justiça, que se
prevalece da pseudo autoridade, ferindo a justiça
a mensagem do evangelho de hoje os reduz sua consagração a religiosos vazios do sagrado,
não são melhores aqueles comerciantes que somente visam o lucro e o retorno, fazendo financeiro fazendo verdadeiras concessões para manter a clientela
Todos rezamos o Pai nosso e pedimos
que Deus nos livre o do mau, mas esquecemos o quanto mal somos em nossas
praticas na sociedade, quando alguém nos
pede comida, algumas vezes logo os taxamos de vagabundo, de desocupado e
não olhamos e não combatemos as causas dessa situação, durante 4 anos um
grupo se fez de cego para todas as mazelas do Brasil, conseguiram ignorar a
morte de mais de 750.000 pessoas e
minimizaram tal fato com as justificativas absurdas, ate mesmo usando a bíblia e com isso
deixando de cumprir o não mataras, sem mencionar a política armamentista
para poder ter a justa ou igual reação diante do conflito. Jesus não foi um
pacifista ideológico, Ele viveu essa realidade, não matar é a lei mas não
continuar o ciclo de violência é uma atitude coerente para aquele que diz
que segue Jesus.
O adultério que tanto se
fala, vivido por muitos e aqui neste contexto de uma sociedade patriarcal
onde hoje, tentam sempre incriminar,
culpa as mulheres e usam até a religião,
pastores e padres que diante do parceiro violento das mulheres de suas
Igrejas são culpados por muitos casos de
violências domesticas, a grande mídia ainda aponta a mulher como um
objeto, mesmo todos os avanços, ainda
encontramos pessoas que tentam justificar os estupros e violência que uma
mulher sofre, não reagir a violência não nos dar direito ao pecado de omissão
diante do crime que sabemos que esta ocorrendo, sempre apontando as mulheres
como culpadas por crimes de cunho sexual, isso que Jesus denúncia. Se a favor
da família não nos permite a covardia e
omissão ou nos torna cego e surdo quando uma mulher pede socorro. A lei de Moisés era dura, permitia o homem
dar uma carta de divorcio a uma mulher e usavam a lei religiosa para justificar
tal fato. Aqui que entra a lógica da justiça de superar a hipocrisia religiosa.
Conhecemos pessoas que não
deixam de confessar para os padres seus pecados toda semana, ainda aqueles que
se pudessem confessava todos os dias, sabe acreditamos sim no sacramento da
confissão mas questionamos o seu valor quando mantemos estrutura injusta, o
perdão dos pecados envolve reparar o mal
feito, aquele políticos que estiveram envolvidos e corrupção grandes e pequenas
deve reconhecer e reparar o mal feito,
acreditamos seriamente que não tem confissão que de fato lhe perdoe o pecado, a
formula sacramental não é uma desculpa para errarmos e confessar e isso que
Jesus nos ordena precisamos reparar o
mal feito, antes de prestar culto ao Senhor. Aqui vale a pena recorda das
ofertas e doações que muitos políticos apresentam nas comunidades de fé para
serem reconhecidos e os lideres religiosos o trazem na frente fazem questão de dizer nome dos mesmos, esses precisam fazer uma reflexão e uma confissão publica dos seus
pecados diante de toda comunidades, pois muitos desses frutos doados não vem do
seu salário, pois aqui entra a máxima de Mateus 6,2
O evangelho de hoje é a parte
mais dura para aquele que tomam o texto ao pé da letra. A questão de arrancar o olho, amputar a
mão. Aqui vale pena recorda um fato
quando um jovem afirmando que só fazia aquilo que a bíblia mandava mas o chamamos
de mentiroso, pois se fizesse de verdade estaria sem olho e sem mão, aqui é um aceno para os religiosos que visam o apenas o
fundamentalismo, radical e extremista, o
evangelho de Jesus não tem espaço para o meio termo, o como dizia Bento XVI, a relatividade é um mal para o século.
A Igreja não é uma escrava do modismo, de uma ideologia os tão pouco de um visão
partidária, a Igreja é uma Mãe e uma Mãe que defende a vida
Em resumo Jesus no inicio do capitulo 5 fala das alegrias, dos benditos, depois
ele fala como age alguém que é bendito e aqui ele traz um desafio de romper com
a religião vazia, sem compromisso com a justiça e com amor, a comunidade de
Mateus tem sua origem no modelo judaica e por isso que autor sagrado toma como
pano de fundo o pleno cumprimento da
lei, Jesus não foi e não é um
reformador ou tão pouco um fundador de
um grupinho. Ele motiva e dar condições para que a comunidade
caminhe dentro de um projeto, ser
cristão é mais que ser frequentador de Igreja, ter
essa ou aquela consagração, ser cristão envolve uma profunda intimidade
com o Deus de amor, que supera as barreiras do preconceitos, dos aproveitadores
da fé alheia e o principal esta
disposta construir novas relações. Para encerra deixamos uma fala
do Papa Bento XVI
Ø Estimados
irmãos e irmãs!
Na
Liturgia da Palavra deste domingo sobressai o tema da Lei de Deus, do seu
mandamento: um elemento essencial da religião judaica e também da cristã, onde
encontra o seu pleno cumprimento no amor (cf. Rm[1] 13,
10). A Lei de Deus é a sua Palavra que orienta o homem pelo caminho da vida,
que o leva a sair da escravidão do egoísmo e o introduz na «terra» da
verdadeira liberdade e da vida. Por isso, na Bíblia a Lei não é vista como um
peso, um limite opressor, mas como o dom mais precioso do Senhor, o testemunho
do seu amor paterno, da sua vontade de estar próximo do seu povo, de ser o seu
Aliado e escrever com ele uma história de amor. Assim reza o israelita piedoso:
«Hei-de deleitar-me nas vossas leis; / jamais esquecerei a vossa palavra. (...)
Conduzi-me pelas sendas das vossas leis, porque nelas estão as minhas delícias»
(Sl 119, 16.35). No Antigo Testamento, aquele que transmite ao povo
a Lei em nome de Deus é Moisés. Depois do longo caminho no deserto, no limitar
da terra prometida, ele exclama assim: «E agora, Israel, ouve as leis e os
preceitos que hoje vos ensinarei. Ponde-os em prática para viverdes e tomardes
posse da terra que o Senhor, Deus dos vossos pais, vos dará» (Dt 4,
1).
Eis
o problema: quando o povo se estabelece na terra e é depositário da Lei,
sente-se tentado a depositar a sua segurança e a sua alegria em algo que já não
é a Palavra do Senhor: nos bens, no poder e noutras «divindades» que na
realidade são vãs, são ídolos. Sem dúvida, a Lei de Deus permanece, mas já não
é a realidade mais importante, a regra da vida; ao contrário, torna-se um
revestimento, uma cobertura, enquanto a vida segue outros percursos, outras
regras, interesses muitas vezes egoístas, individuais e de grupo. E assim a
religião perde o seu sentido autêntico, que consiste em viver na escuta de Deus
para cumprir a sua vontade — que é a verdade do nosso ser — e assim viver bem,
na verdadeira liberdade, e reduz-se à prática de costumes secundários, que
satisfazem sobretudo a necessidade humana de descarregar a consciência em
relação a Deus. E este é um grave risco de cada religião, que Jesus observou na
sua época, mas que se pode verificar, infelizmente, também na cristandade. Por
isso, as palavras de Jesus no Evangelho de hoje contra os escribas e os
fariseus devem fazer pensar também em nós. Jesus faz suas as palavras do
profeta Isaías: «Este povo honra-me com os lábios, mas o seu coração está longe
de mim. Em vão, pois, prestam-me culto, ensinando doutrinas e preceitos
humanos» (Mc 7, 6-7; cf. Is 29, 13). E, depois,
conclui: «Deixando de lado o mandamento de Deus, apegais-vos à tradição dos
homens» (Mc 7, 8).
Também
o apóstolo Tiago, na sua Carta, alerta para o perigo de uma religiosidade
falsa. Ele escreve aos cristãos: «Sede cumpridores da palavra e não apenas
ouvintes, enganando-vos a vós mesmos» (Tg 1, 22). A Virgem Maria, à
qual agora nos dirigimos em oração, nos ajude a ouvir a Palavra de Deus com um
coração aberto e sincero, para que oriente todos os dias os nossos pensamentos,
escolhas e obras.
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