sábado, 25 de março de 2023

Um Olhar no texto de João 11,1-45; 5º domingo da quaresma

 


Estamos  no 5º domingo da quaresma e na  próximo já estaremos  celebrando a semana das semanas e  olhando para realidade  temos ai uma fala do atual presidente que recordou o discurso do ex com palavras  nada publicáveis, mas também foi nessa semana que tivemos a queda de braço entre  o Banco Central e atual onde se percebe claramente que o BC esta a serviço de uma minoria  que concentra a riqueza do Brasil e sem deixar de fora que durante essa semana a Policia Federal independente  que frustrou um possível sequestro do ex-juiz, ex-ministro da Justiça e atual senador  que tenta fazer discurso de acusação como sempre sem prova. Mas vamos lá, dia 30 de  março  o Embusteiro disse que vem ai.  Em resumo uma semana cheia de emoções  para  todos os gostos, vamos para a liturgia desse domingo.
As leituras são as seguintes: Ezequiel  37,12-14; Salmo 129 (130) com o refrão: No Senhor está a misericórdia e abundante redenção;  Romano  8,8-11, e evangelho de João  11,1-45.   A proposta de hoje da liturgia  nos apresenta  a ressurreição como base para os seguidores de Jesus. Hoje temos todo o capitulo 11 de João  com a narrativa da ressurreição de Lazaro o seu amigo revelando para todos quem de fato Ele era,  o Messias esperado. O evangelho de João também é conhecido como o livro dos sinais começando com o milagre de Caná e encerra  com a ressurreição de Lazaro em Betânia a 3 km  onde ele faz catequese da vida. Aqui pedimos uma parte para refletir como nos sétimos triste quando não estamos juntos com os amigos na hora de um funeral de um parente e aqui o autor fala que  já teria ocorrido a 4 dias o falecimento sendo o único evangelho que narra tal fato.

Diante da realidade da morte o evangelho hoje nos chama para  comunicarmos a vida e podemos dividir esse texto em 4 partes

1ª parte:

 João 11,1-16

O texto inicia falando da doença de Lazaro e termina falando da morte do mesmo.  Aqui temos uma comunidade Apostólica que não percebe ainda a missão de Jesus e chega ao ponto de apresenta  uma realidade de perseguição e até mesmo de uma possível reação

 

2ª parte:

João11,17-29

Jesus encontra a Marta que não espera Jesus chegar e ali faz sua profissão de fé e volta pra comunicar sua irmã que Jesus estava a caminho e também faz sua profissão de fé e é seguida pelos religiosos presentes no funeral

3ª parte:

João: 11,30- 37

Jesus procura saber onde estar o corpo  e  pede para remover a pedra e se emociona diante da realidade revelando sua profunda amizade aqueles seus amigos e

4ª parte:

João 11-38-45

 

Se percebe o deboche dos fariseus diante do fato e Jesus pergunta onde esta o tumulo, e ali se percebe a falta de fé, pois todos  falam do mal cheiro do corpo de lazaro, pois já tinha passado 4 dias, mas diante do desafio removem a pedra.  E lazaro sai do sono da morte com o chamado do Senhor.

Diante dos mortos nas diversas realidades que vivemos somos convidados a  abrir e chamar para vida, a morte pode ser social para aqueles que estão nas dependências químicas, no desemprego  e outras mortes que fechamos os olhos   e aqui  recordamos São Oscar Romero que celebramos  a data do seu martírio  no dia 24 de março. Ele  denuncia uma religião sem comunhão com a vida pregada por Jesus: 

  • “Uma religião de missa dominical, mas de semanas injustas não agrada ao Deus da Vida. Uma religião de muita reza, mas de hipocrisias no coração não é cristã. Uma Igreja que instala só para estar bem, para ter muito dinheiro, muita comodidade, porém que não ouve os clamores das injustiças não é a verdadeira igreja de nosso Divino Redentor.”[1]
E ele nos   traz para nossa reflexão uma  meditação do papel da igreja :

  •  "Quando lutamos pelos direitos humanos, pela liberdade, pela dignidade, quando sentimos que é um ministério da igreja Para se preocupar com aqueles que estão com fome, pois aqueles que não têm escolas, para aqueles que são privados, não estamos partindo da promessa de Deus. Ele vem nos libertar do pecado, e a igreja sabe que as consequências do pecado são tais injustiças e abusos. A igreja sabe que é salvar o mundo quando se compromete a falar também de tais coisas."

Em resumo ser Igreja é remover as pedras  que sepultam os 33 milhões de famintos, os 14 milhões de desempregados e aqueles escravizados pela rede de juros ditados pela economia.  Lazaro que esta doente, Lazaro que esta na sepultura é uma realidade que não queremos ver. No batismo recebemos a graça da vida eterna que receberemos segundo a nossa profissão de fé com a nossa ressurreição e devemos ser agentes de ressurreição, chamando  Lazaro para fora dos túmulos. Lazaro, Maria e Marta eram irmãos e    autor faz questão de ressaltar essa linha parental, demonstrando a relação fraterna aqui  voltamos a dos textos que  convidamos todos a leitura  o primeiro é: Como se faz uma hermenêutica II. A ressurreição de Lázaro  e segundo é uma fala de Leonardo Boff que nos pede para olhar para outro e para natureza   como irmão e irmã: Leonardo Boff fala da Encíclica do Papa Francisco em resumo a relação empatia ao sofrimento do outro.  Que sejamos um Cristo ressuscitando os mortos.

Encerramos como um texto desse domingo  com a fala  do Papa Francisco[2]: 

  • "Aqui constatamos diretamente que Deus é vida e dá vida, mas Ele assume o drama da morte. Jesus poderia ter evitado a morte do seu amigo Lázaro, mas ele quis fazer sua a nossa dor pela morte de entes queridos, e acima de tudo ele quis mostrar o domínio de Deus sobre a morte. Neste trecho do Evangelho, vemos que a fé do homem e a omnipotência de Deus, do amor de Deus procuram-se e, por fim, encontram-se. É como um caminho duplo: a fé do homem e a omnipotência do amor de Deus que se procuram,  no final encontram-se. Vemo-lo no grito de Marta e de Maria e de todos nós com elas: «Se Tu estivesses aqui!». E a resposta de Deus não é um discurso, não, a resposta de Deus ao problema da morte é Jesus: «Eu sou a Ressurreição e a Vida... Tende fé! No meio do choro continuai a ter fé, mesmo que a morte pareça ter vencido. Tirai a pedra do vosso coração! Que a Palavra de Deus restitua a vida onde há a morte». Ainda hoje Jesus nos repete: «Tirai a pedra».   Deus não nos criou para o túmulo, Ele criou-nos para a vida, bela, boa, alegre. Mas «a morte entrou no mundo por inveja do diabo» (Sb 2, 24), diz o Livro da Sabedoria, e Jesus Cristo veio para nos libertar dos seus laços. Por isso, somos chamados a remover as pedras de tudo o que cheira a morte: por exemplo, a hipocrisia com que se vive a fé é morte; a crítica destrutiva dos outros é morte; a ofensa, a calúnia, é  morte; a marginalização dos pobres é morte. O Senhor pede-nos para remover estas pedras do coração, e a vida então florescerá novamente ao nosso redor. Cristo vive, e aquele que o acolhe e adere a ele entra em contacto com a vida. Sem Cristo, ou fora de Cristo, não só a vida não está presente, mas cai-se de novo na morte. A ressurreição de Lázaro é também um sinal da regeneração que se dá no crente através do Batismo, com plena inserção no Mistério Pascal de Cristo. Pela ação e poder do Espírito Santo, o cristão é uma pessoa que caminha na vida como uma nova criatura: uma criatura para a vida e que vai em direção à vida."

Que Deus nos Ajude!!!




[1] Dom Óscar Romero (04/12/1977)

[2] Domingo, 29 de março de 2020

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