Nestes dias que lemos nos sites e vimos nos jornais que mais 200 pessoas viveram a situação de trabalho escravo em vinícola em Bento Gonçalves – RS e teve certo vereador em uma cidade do Rio Grande do Sul que não vamos divulgar o nome, para que o mesmo entre para grupos daqueles que nome não deve ser lembrado fez um discurso explicando e tentando normalizar tal situação, ainda tivemos um culto em certa casa legislativa do Ceará atacando os grupos religiosos de Matriz africana, essa realidade que devemos viver em nosso cotidiano e nesse contexto que vamos refletir na liturgia desse 2º domingo da quaresma que trás o evangelho Mateus 17,1-9, hoje o domingo da transfiguração do Senhor e as demais leituras são: Genesis 12,1-4, SALMO 32 (33) com a resposta : Esperamos, Senhor, na vossa misericórdia e segunda leitura 2º Timóteo 1,8b-10.
Certamente
foi uma experiência sem igual. Os três
entram para historia da Igreja um como o primeiro a sofrer o martírio, o outro como ultimo a
morrer no exílio e terceiro como líder do colegiado dos Apóstolos e no contexto
dessa experiência catequética, se percebe que Jesus os leva consigo, pois os
três tinham noção de quem era Jesus, nestes tempo onde cada um vê Jesus do jeito que tem necessidade, se fala de
um Jesus do gozo emocional, um Jesus que se resume ao altar, a um momento de choro
ou mesmo da missa solenes com muito incensos e vestes suntuosas. Somos chamados
a viver e ajudar a transfigurar a nossa realidade, Jesus
vai até a montanha como seus amigos e lá nesse contexto tem o encontro que vai assim alimentar a fé o
desejo da comunidade hoje mais de 2 milênios depois. Ainda devemos viver esse momento, mas não podemos ficar no monte, nesse momento.
Diante de alguns ataques a Campanha da Fraternidade
que tem como tema a fome, ataque por parte de um
grupo que se diz mais católico que o Papa, falando que isso é comunismo etc., querendo apenas o Jesus da transubstanciação,
o Jesus da hóstia consagrada esquecendo
toda a vivencia de Mateus 25,35-45, e de
fato é mais fácil seguir aquele Jesus
que fica lá no seu trono, no altar que o Jesus que se transfigura nos diversos seres
humanos e a musica de 1989 Another Day
In Paradise / Mais Um Dia No Paraíso revela muito daquilo que temos como
pratica de fé, com “f” minúsculo. Jesus se
transfigura para revelar quem de fato Ele é, o Pai se manifesta com a voz confirmando a sua missão, Moises que não tem
um livro com seu nome, Elias que também não tem livro com seu nome nos revela
toda a grandeza do 1ª Testamento, confirmando a condição Divina de Jesus.
Para encerrar recordamos um trecho da mensagem[1]
do Papa Francisco para esse período quaresmal:
·
“A ascese quaresmal é um empenho, sempre animado
pela graça, no sentido de superar as nossas faltas de fé e as resistências em
seguir Jesus pelo caminho da cruz. Aquilo precisamente de que Pedro e os outros
discípulos tinham necessidade. Para aprofundar o nosso conhecimento do Mestre,
para compreender e acolher profundamente o mistério da salvação divina,
realizada no dom total de si mesmo por amor, é preciso deixar-se conduzir por
Ele à parte e ao alto, rompendo com a mediocridade e as vaidades. É preciso
pôr-se a caminho, um caminho em subida, que requer esforço, sacrifício e
concentração, como uma excursão na montanha. Estes requisitos são importantes
também para o caminho sinodal, que nos comprometemos, como Igreja, a realizar.
Far-nos-á bem refletir sobre esta relação que existe entre a ascese quaresmal e
a experiência sinodal.”
Para chegar até topo da montanha, se faz necessário a escalada, do alto
da montanha temos a visão plena, ser cristão é subir a montanha, fazer a experiência
da visão do todo. No nosso trabalho diante das pessoas chegando que não tem nome logo pedimos o documento de identidade para com esse papel oficial essa pessoa possa ter um nome e assim permitir o acesso ao Interior da unidade, ela passará pelo do controlador de acesso que ao fim da visita vai tira a etiqueta e de todos cada um na sua
função técnica, o texto de hoje deve nos ajudar a refletir se estamos
transfigurados no amor, por amor mesmo diante de toda dor ou nossa transfiguração esta presa a rito do
direito canônico, do tá na bíblia ou
mesmo se esta de acordo com o catecismo, com a direção/chefia, com aqueles que estão
no exercício da autoridade, ignorando a transfiguração que outro sofre: da
falta de emprego, do sistema de saúde falido, da cegueira ideológica da
esquerda e da direita, da dependência do álcool e outras drogas, do fanatismos religioso e por fim a
fome que muitos dizem não existir.
A transfiguração de Jesus é
narrada nos três evangelhos sinóticos[2] sempre
depois que a comunidade sabe quem de fato é Jesus, Mateus e Marcos narram que a
transfiguração ocorreu seis dias depois que Pedro fez a profissão de Fé e Lucas
8 dias depois, de fato a forma contar o inicio e fim dos dias já não é a
mesma, o dia começava e encerrava com o anoitecer, a Igreja proclama que Cristo ressuscitou
ao terceiro dia, contudo se formos contar em horas o fato ocorre em entre 36 e
48 horas, mais isso é um outro assunto
que podemos falar em outro momento, mas nesse contexto queremos trazer que para
chegar até o alto da montanha prar viver aquela experiência se faz necessário escalar a montanha, que possamos escalar a
nossas montanhas de preconceitos e desamor para vê Jesus se transfigurar em
comunhão com a Lei e com a Profecia.
[1]
Leia toda mensagem acessando: Mensagem
papa Francisco para o tempo Quaresmal
[2] Mateus 17, 1 Marcos 9,2 e Lucas 9,28
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