Nesta realidade que somos
convidados a celebrar esse terceiro domingo do Advento com as seguintes
leituras: Isaías 35, 1-6a.10; Salmo 145 (146) com a resposta Vinde, Senhor, e
salvai-nos; São Tiago 5, 7-10 e o evangelho São
Mateus 11, 2-11
Como sempre iremos meditar o
evangelho, não é que as demais leituras não mereça nossa reflexão, mas de forma
geral e por motivo óbvio meditemos o evangelho, o nosso texto tem a característica
refletir de forma livre é apenas um seta que indica uma possível reflexão e não
temos a pretensão de impor o nosso ponto de vista ou tão pouco estamos aqui
escrevendo em nome de algum grupo pastoral ou Igreja. Estamos nos aproximando do Natal e nas semana
passada tivemos a pregação falando da chegada do Messias e hoje temos a ação
desse Messias, a exemplo de outros compatriotas de Jesus o Batista trazia em
sua pregação um messias que traria o fogo, mas também realizaria sinais, curar
os cegos, fazer paralítico andar, curar os leprosos, fazer com que os surdos ouçam
ressuscitar os mortos e o principal anunciar aos pobres que o "Reino"
da justiça e da paz chegou.
O evangelho de hoje temos
duas partes. A primeira a confirmação do messianismo de Jesus apresenta aos discípulos
de João a sua ação dentro da perspectiva do profeta Isaias: “os cegos veem, os aleijados andam, os
leprosos são purificados, os surdos ouvem, os mortos são ressuscitados, e as
boas-novas são pregadas aos pobres” e a segunda parte o reconhecimento da missão
e da pessoa do Batista.
Neste tempo de mídias sociais onde se postam tanta coisa somos chamados a
refletir e checar as informações antes de repassar, foi isso que os discípulos de
João vieram fazer junto a Jesus, existem milhares e Igrejas que apresentam um
Cristo de acordo com seu interesse, alguns falam e valorizam o milagre narrados
na bíblia, outros um Cristo ativista político e ainda aquele que trazem um
Cristo líder religioso e omisso diante da realidade, mas de fato Jesus é bem
maior que todas as leituras limitadas dele, Ele é uma proposta de mudança de
vida e nesse caso voltamos na semana passada no texto Um
Olhar no texto de Mateus 3, 1-12 - Segundo Domingo do advento que
apela para nossa conversão, Jesus deve ser um presença salvadora
e libertadora; Ele não esta a
serviço desse ou daquele grupo religioso ou político e diante de uma casta que
se escondem Jesus apresenta seu projeto do Reino que é a
boas nova pregadas aos pobres, pois muitos pregam um Cristo apático da realidade. Somos
chamados a abrir nossos ouvidos surdos para os gritos pedindo pão de milhares
de brasileiros, supera nossa cegueira religiosa, ideológica política e ver a
realidade de milhares de pessoa nas filas do osso, ainda somos convidados a
romper com paralisia de um sistema político engessado pelos desejos e vontades
dos eleitos, romper com esse modelo de classes que usam o evangelho para benefícios
próprio, ficam pregando e criticando o bife de ouro no Qatar, mas aqui na sua
realidade estão preocupados em manter a sua estrutura de poder, com mesa farta
e com uma visão empresarial da comunidade, visando o lucro, segundo o modelo de
Judas.
João ficou em duvida sobre a
pessoa de Jesus, muitas das vezes temos as nossas crises de fé, nos questionamos
sobre a presença de Deus diante do câncer de uma criança, diante da morte de
alguém que amamos e até mesmo diante do mal e da injustiça que muitos nos fazem. Os fatos apresentados por Jesus é algo que
respondeu os anseios dos seguidores de João e voltando as leituras do Cristo que
vem no natal, não podemos esquecer que ele veio pobre, que Ele assumiu o manto dos
excluídos e aqui vale a pena citar Papa Francisco:
“Só a humildade nos abre à
experiência da verdade, da alegria genuína, do conhecimento que conta”. Sem
humildade, estamos “desligados”, somos excluídos da compreensão de Deus, da
compreensão de nós mesmos. É preciso ser humilde para nos compreendermos a nós
mesmos, e mais ainda para compreender Deus. Aceitam a humildade de procurar, de
se pôr a caminho, de perguntar, de arriscar, de cometer erros... Cada homem, no
íntimo do seu coração, é chamado a procurar Deus: todos nós temos aquela
inquietação e o nosso trabalho consiste em não apagar aquela inquietação, mas
deixá-la crescer, pois é a inquietação de procurar Deus; e, com a sua própria
graça, pode encontrá-lo. Façamos nossa a oração de Santo Anselmo (1033-1109): «Senhor,
ensinai-me a procurar-vos”. Mostrai-vos, quando vos procuro. Não posso
procurar-vos se não me ensinardes; nem encontrar-vos se não vos mostrardes. Que
eu vos procure, desejando-vos e vos deseje procurando-vos! Que eu vos encontre,
procurando-vos e vos ame, encontrando-vos! ”[1]
A segunda parte Jesus apresenta
João como o maior dos profetas, sabemos que João era filho de um sacerdote do baixo
clero e dentro da lógica era para o mesmo ser um sacerdote, mas ele rompe com essa
estrutura sendo percussor do Messias, precisamos romper com as estruturas engessadas
que nos limitam. João mesmo tendo visto o
Espírito Santo de descer no batismo de Jesus, faz a pergunta essencial se ele era
o Messias diante das nossas praticas de fé devemos nos questionar e refletir sobre
as nossas escolhas diárias se de fato estamos fazendo a obra de Jesus ou apenas
reproduzindo os ritos.
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