Jesus esta a caminho de Jerusalém isso nos ajuda refletir que estamos todos em peregrinação e durante essa caminhada acontece o seu desenrolar com as interlocuções daqueles que cruzam por Ele. Nesse caminho Jesus vai ser recebido pela mulher Samaritana, , foi chamado de Samaritano pelos Judeus[2] para tentar menospreza-Lo, no caso dos dez leprosos[3] apenas o samaritano voltou para agradecer, pois os samaritanos não frequentavam o templo em Jerusalém e damos o destaque para o papel da samaritana[4] junto ao poço de Jacó ao encontrar com Jesus.
O povo
da Samaria não era visto com bons olhos pelos judeus, pois eles não concordavam
com o modelo religioso que os judeus adotaram com um culto centrado no templo
de Jerusalém( por isso o leproso samaritano não foi ao sacedote no caso dos dez leprosos), só aceitavam o Pentateuco como inspirado por Deus, resumo além
de ser um povo que ocupava o Reino de Israel , que devido às divisões fora
conquistados pelos estrangeiros e assim se misturou deixando de ser judeus puro, eram vistos como hereges, infiéis, segundo os padrões judaicos e por isso não eram
vistos como povo de Deus.
Diante dos fatos olhemos
para a pergunta: Quem é meu próximo?
O doutor da Lei sabia e tinha consciência sobre o próximo, mas queria uma resposta de Jesus para ter algo para acusa-Lo e a resposta do doutor da lei parte da consciência despertada por Jesus a parti da parábola contada. Ser próximo é ajudar e aliviar o sofrimento e a dor. No Brasil com 33 milhões de pessoas que passam fome, sendo o maior país cristão, ainda hoje muitos por preceitos religiosos, medo e por motivo que não vamos citar. O próximo é aquele que está no poder ou exercem cargo de poder politico ou religioso.
Devido a lei, preceitos
religiosos e por motivo de sua fé o sacerdote e o levita não podiam tocar nos
sangue, pois ficariam impuros para participar do culto e assim a sua visão de
olhar só para o culto no templo faz com que percam a noção do culto na vida[5] junto ao povo, mesmo sabendo da lei do amor ao próximo. O samaritano por não
esta preso a essas convenções e normas de uma lei e o preceito religioso, mas
conhecedor da lei do amor ao próximo faz toda a diferença, (não adianta ir na Igreja rezar e fazer tudo errado), ja dizia a canção no fim da decada de 70 do seculo passado.
Aqui vale a pena observar como somos presos ao direito canônico, as
normas do catecismos e se esta ou não na bíblia, fazendo de tais instrumentos armas
de exclusão, perdendo a noção que todo o projeto de Jesus é acolher e cuidar dos flagelados da caminhada. A nossa opção religiosa não pode estar acima
do projeto de vida plena inaugurado por Jesus e o projeto que é para todos independente da sua vivência religiosa, se esta
vivendo dentro do nosso ponto de vista, seja ideológico político ou conforme a norma religiosa que adotamos.
A diferença entre o sacerdote, o levita, e o
samaritano é que os dois primeiros contentam-se em ver e passaram ao lado, sem
dúvida para não se sujarem ao tocar no sangue daquele vitima, enquanto o terceiro aproxima-se,
vê e enche-se de compaixão, ter compaixão é gesto que nos falta como cristãos discípulos de Jesus de Nazaré. O sacerdote e o levita conhecem a Lei, conhecem o
duplo mandamento do amor: passando ao lado no caminho, respeitam a Lei que
proíbe tocar no sangue prestam o culto no templo. Eles sabem orar e o samaritano que talvez não saiba a
Lei ou orar, mas faz a prova de bondade, é ele que põe em prática a Lei de Deus. Então, é
o samaritano que terá a vida eterna, como promete Jesus, na medida em que se faz o que
Deus quer, mesmo sem saber as teologias, ele coloca em pratica o projeto de Deus. E Jesus, o Mestre, do mesmo modo que convidou o doutor da Lei nos convida também a fazer o mesmo, para ter a Vida,
observando verdadeiramente a Lei divina, sendo próximo dos violados e excluídos ao logo do nosso caminho.
E quem é o meu próximo? É uma pergunta que já temos a resposta e a pergunta é outra, que nos pede uma resposta. Como ser próximo daqueles que estão caídos em nosso caminho?
São eles os desempregados, os que vivem no subemprego, os 33 milhões de famintos, as mulheres vitimam da violência, os jovens captados pelo tráficos e todos os demais que foram e são assaltados, violados em seu direito de ser pessoa.
O evangelho mostra um homem
assaltado, um doutor da lei, Jesus, um samaritano, um sacerdote, um levita, o homem assaltado e o dono da hospedaria. Lógicos que nos
colocamos presente como os samaritanos, lógicos que ninguém ver quantas vezes agiu
com base no legalismo da lei, ficamos preocupados com o culto, se aquele canto
é litúrgico ou não e achamos que a caridade e atendimento ao próximo é premissa
de outro grupo e esquecemos-nos de ser próximo de quem esta a margem do
caminho da vida, que foi tombado por ser quem é. Muitas das vezes os religiosos falam de direito
e até criticam o modelo econômico, mas são os primeiros adotar o modelo famigerado
que promove o abismo econômico, por esta cumprindo a lei, esses são os
solidários do discurso, mas a pratica é outra.
Vivemos em tempos que a religião e a fé virou negocio e como toda empresa vai seguir a risca a cartilha que promove a desvalorização da pessoa humana com seu trabalho e dignidade comprometida. O evangelho de hoje fala da palavra compaixão[6] e talvez isso que nos falte como Igreja, compaixão e menos legalismo, menos discursos e mais proximidade e cuidar dos feridos sem interrogar se ele faz parte ou não da nossa panela.
No final do evangelho
Jesus responde ao doutor dentro daquele contexto que podemos ainda entender hoje e somos chamados a responder com muita sinceridade.
Qual, pois, destes três te parece que foi o próximo daquele que caiu nas mãos
dos salteadores?
E ele disse: O que usou de misericórdia para com ele. Disse, pois, Jesus: Vai,
e faze da mesma maneira.[7]
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