Neste domingo
dedicado ao Papa somos chamados a olhar o texto de Mateus e ver que Jesus faz sua pesquisa datapovo, querendo ver quem estava
de fato ligado no projeto que ele trazia, podemos dizer que e
as respostas são variadas: João Batista,
Elias, Jeremias, algum dos profetas. Parece que há entre eles uma forma de evitar
compromisso, pois quando tomamos consciência quem de fato é Jesus somos
chamados ao compromisso com a realidade. Sabemos que a profissão de fé de Pedro
é uma resposta de um cristão
comprometido e não era a primeira vez que
ele dava essa resposta, tivemos essa resposta
outras vezes[1]
e Pedro não é o único a professa[2] essa fé. Neste mesmo capítulo ele
tentará tirar da cabeça de Jesus a ideia de
encarar o martírio, mas Jesus o repreende e mais tarde confirma a
vocação e a missão de Pedro mesmo assim. Sabemos que Pedro era um homem dentro
da realidade e na simplicidade[3]
Pedro sendo pescador
recebe a missão de ser pedra, ser firme
na direção da barca e hoje olhamos ainda para o Apóstolo Paulo que é diferente
de Pedro no carisma e recebe a missão direta do Cristo no caminho de Damasco[4]. Tanto Pedro como Paulo tem seus nomes
trocados pelo Cristo. Paulo é marcado
como perseguidor e um fariseu zeloso[5] e Pedro um homem do meio
do povo que durante sua caminhada emite
sua opinião e tem sua ação no momento
agindo de forma emocional[6] e sem esquecer o conflito
entre os dois por terem linhas diferente ou ponto de vista
diferente[7].
Voltando ao texto de
Mateus sendo o único evangelho que aparece duas vezes o termo Igreja[8] do termo grego ekklésia
aparece 105 vezes no novo testamento e tem o significado de Assembléia Eleita, Escolhida. A Igreja
de Jesus Cristo não pode esta presa a semanas injustas ou ainda concorda
com a injustiças em todos os campos. Por
isso que o Papa Francisco pode que
vivamos claramente o Vaticano II vivendo a realidade de uma Igreja sem o ritualismos ou preso as vestes
caras e aqui vale a pena citar a mensagem
de Francisco o dia mundial da Paz de
2016 quando ele escreveu:
·
“A indiferença para com o próximo assume diferentes
fisionomias. Há quem esteja bem informado, ouça o rádio, leia os jornais ou
veja programas de televisão, mas fá-lo de maneira entorpecida, quase numa
condição de rendição: estas pessoas conhecem vagamente os dramas que afligem a
humanidade, mas não se sentem envolvidas, não vivem a compaixão. Este é o
comportamento de quem sabe, mas mantém o olhar, o pensamento e a ação voltados
para si mesmo. Infelizmente, temos de constatar que o aumento das informações,
próprio do nosso tempo, não significa, de por si, aumento de atenção aos
problemas, se não for acompanhado por uma abertura das consciências em sentido
solidário.Antes, pode gerar uma certa saturação que anestesia e, em certa
medida, relativiza a gravidade dos problemas. «Alguns comprazem-se simplesmente
em culpar, dos próprios males, os pobres e os países pobres, com generalizações
indevidas, e pretendem encontrar a solução numa “educação” que os tranquilize e
transforme em seres domesticados e inofensivos. Isto torna-se ainda mais
irritante, quando os excluídos vêem crescer este câncer social que é a
corrupção profundamente radicada em muitos países – nos seus governos,
empresários e instituições – seja qual for a ideologia política dos
governantes».”[9]
Somente uma
Igreja comprometida com um projeto de vida plena poderá de fato reconhecer o
verdadeiro Messias, uma Igreja que presa
pelos direitos da minoria, que usa a
chave de ligar e deixa no cofre a chave
de desligar. Neste tempo de quase pois pandemia cada dia mais observamos Padres, Bispos e ate mesmo leigos preocupado
em usar a chave de desligar e usando com gosto e aqui vale a pena citar o cantor Católico que assumiu a homossexualidade e agora as portas
desta Igreja se fecha para ele ou ainda
uma que vivia um casamento onde o companheiro (a) tinha amantes ou usava de violência e aqui
vale pena lembrar que a violência não é só física, quando decide dá um basta, a
porta dessa Igreja se fecha pra essa pessoa e sem esquecer os milhares de
cristãos que pregam a pena de morte como solução para crise de segurança pública que vivemos e se
esquecem que Jesus disse que veio para os enfermos, para os excluídos e
abandonados[10]
Devemos nos
questionar se de fato somos a Igreja de Jesus
Cristo, devido aos vícios do farisaísmo,
observamos os pequenos detalhes do culto, queremos usar a todo custo a chave
desligar, queremos purificar e excluir e
perdemos a noção da motivação da vinda do Cristo. A Igreja de Pedro e Paulo vivia uma
unidade e não havia uma motivação para esses ou aquele ser mais ou
menos santos. Todos estavam mirando no modelo e exemplo de Jesus.
Jesus interroga e
quer saber aquilo que dizem dele e hoje diante de um Brasil de 33 milhões de
famintos querem um Jesus de arma na mão e com um projeto para alguns. Para ser Igreja de Jesus se faz necessário ser como
Ele, se deixar mover pelo Espírito para entender que Jesus é sinal de
contradição e segui-lo envolve também ser esse sinal, rompendo os esquemas
as barreiras e ainda mais sendo a
diferença, não só anunciando mas vivendo
a Boa Nova. Andar com Jesus envolver abraçar o martírio, envolve ser a pedra para dar sustento as
nossas comunidades, envolve esta com Jesus e não o contrario, pois muitos fazem
de Jesus uma propriedade particular e se
dizem representante legitimo com um
testemunho dúbio e fraco em relação a justiça do Reino
Jesus reconhecido por
Pedro foi um homem subversivo pois
não compactuou com hipocrisia do seu tempo e certamente hoje
Ele não esta por trás das vestes caras, das mesas fartas etc conquistadas com uso do nome Dele, Ele sendo
Deus não buscou privilégios ou honras, não foi uma pessoa distante e fora da
realidade e foi por isso que humilde Pedro o reconheceu. Sem esquecer que em Mateus Jesus pergunta que dizem que eu sou
e lá no caminho de Damasco[11], Ele responde a pergunta
de Saulo: “Eu sou Aquele você persegue”, persegui o cristão é
perseguir o próprio Cristo
Autoridade e autoritarismo que temos em nossas
comunidades, autoridade é sim ao projeto de amor, serviço, conduzir pelos caminhos do Reino e uma certeza que aquela missão lhe foi
confiada e não é propriedade particular
onde podemos fazer como quiser, pois somos o único canal, ponte ou via e possuímos
as chaves. As chaves são de Jesus, ele
confiou ao colégio apostólico
Neste dia que de forma plena celebramos a liturgia dos Stos Pedro e Paulo devemos olhar em nós e percebe o quanto do Pedro (cabeça dura) e o quanto de Paulo (o fariseu Saulo) devemos remover de nossas escolhas e ainda mais o quanto dos valores que ambos representam em nossas caminhada que precisamos buscar. O Cristo da estrada de Damasco, o Cristo da região de Cesárea de Filipe e Cristo adorado por muitos nas missas e cultos é o mesmo ou são pessoas antagônicas partindo do principio da nossa realidade?
Que Deus nos ajude!
[1] Vejamos: Mt 14,33,
[2] profissão de fé é feita por Marta (Jo 11,27).
[3] Mt 11,25-27 e Mt
13,16
[4] At 9,1-20
[5] https://dnonato.blogspot.com/2010/10/sao-paulo-padroeiro-do-movimento-de.html
[6] Mt 16,22:
26,51.70-72, Mc 14,68-70
[7] Gl 2,11-14
[8] Mt 16,13-19 e Mt 18,17
[9] https://dnonato.blogspot.com/2016/01/mensagem-do-santo-padre-francisco-para_4.html
[10] Mc 2,17
[11] Idem numero 4
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