sábado, 22 de abril de 2023

Um olhar no texto de Lucas 24,13-35 - 3º Domingo de Páscoa

 

Entraríamos na fala do Presidente, poderíamos ainda escrever sobre o feriado de Tiradentes. ou sobre a 60º Assembleia da CNBB.  Mas vamos refletir nesse inicio sobre São Jorge, associado ao orixá  Ogum, para os seguidores das religiões de matriz africana,  todos querem a força do  Orixá e ainda há aqueles que se associam ao Santo Guerreiro por causa do uso das armas, mas se faz necessário resgatar que São Jorge foi um homem justo que viveu sua fé em um contexto de perseguição e o  Orixá Ogum é uma força  de um  Povo que foi escravizado que resistiu a dominação religiosa de um outro povo que através de uma doutrinação com uso até da  tortura e da força tentou tirar desse Povo suas  sacralidade ancestral  e a fé intima e particular.  Precisamos ter em nossas mentes que tanto o Santo Jorge que que deu sua vida pela causa do evangelho como o Orixa  Ogum são sinais do sagrados  de uma resistência e representam  força do povo que vive em  uma realidade de dificuldades. 


 

Ogum Yê! ou São Jorge Rogai por nós!

São duas  saudações de religiões diferentes que evoluiu para o Salve Jorge!  Deixemos esse assuntos para os devotos tantos na religião de Matriz Africanas que  tem Ogum como exemplo  ou para os cristãos que se devotam a São Jorge que viveu em 303  e foi decapitado por sua fidelidade  ao projeto  de Jesus.


Vamos para a Liturgia do dia que é a seguinte: Atos 2,14.22-33;  Salmo 15 (16) Refrão 1: Mostrai me, Senhor, o caminho da vida; 1 Pedro 1,17-21 e  o  evangelho Lucas 24,13-35 neste 3º domingo do tempo Pascal e como é nosso costume vamos nos prender a reflexão do evangelho e o texto de hoje nos ajuda a pensar sobre a esperança.   O Capitulo 24 do Evangelho  de Lucas tem 50 versículos que falam da ressurreição e da ascensão do Senhor, incluindo  a narração do episódio  dos discípulos de Emaus que    esta bem no centro do capitulo. Um texto que  podemos dividir em duas partes.  Do versículos 13-27 a caminhada  dos discípulos com Jesus  e os versículos 28-35 que pode se subdividido em 3 partes

1.   Versículos: 28-29 - Quando pedem pra Jesus ficar com Eles

2.    Versículos: 30-31 -  O parti do pão  e o reconhecimentos de

do Mestre.

3.    Versículos:  32-35 – A consciência que precisam volta  e anunciam para  seus amigos a novidade.

Devemos responder uma pergunta: Aonde vamos nos encontrar com Jesus? 

  Em um mundo marcado pelas cruzes e dores,  a liturgia desse domingo nos convida a estar com Jesus nos caminhos da vida, mesmo quando parecer que tudo acabou ou que não podemos sair da situação vexatória e se estamos tendo dificuldades neste caminho somos convidados a parar e rezar, celebrar cultuar ao Deus da vida, para assim poder encontrar a ressurreição. 

O evangelho desse dia, nos traz uma memória  sobre  com estamos caminhando,  pois diante da falta de esperança daqueles dois discípulos (alguns dizem que seria um casal), o Forasteiro  se aproxima e faz uma  reflexão  apresentando o projeto do Reino, o Cristo chagado por causa dos  egoísmos e das  ideologias seja política ou religiosa, mas também um Cristo que vence essa peleja ressuscitando.  O autor sagrado faz questão de relatar cada detalhe, de onde eles vinham e para onde estavam indo e evangelista Lucas é o único que faz questão de fazer tal narração e se prende ao detalhe do partir do Pão para uma revelação da pessoa do Cristo Ressuscitado.

Atualizando o evangelho dentro de uma perspectivas  de hoje onde sofremos desencantos com a vida comunitária, somos omissos e até colaboramos com as crucificações virtuais, morais e aqui   vale a pena lembrar  que o  pior não fogo real que te consome,    mas a fogueira das vaidades humanas que  queimam  e continua acesas no egos de muitos que se acham mais  santos ou perfeitos ao ponto de falar de perdão e amor  no discurso, mas a pratica é outra e é desses que o Forasteiro de Emaús se fará  companheiro,  talvez precisemos compreender esse mistério, todos somos discípulos que durante um momento do caminho bate a desolação, bate o desespero e não acha saída, mas todos somos obrigados a levar a esperança para aqueles que sofrem tal desolação e da falta de fé. Porém para levar essa esperanças se faz necessário ouvir o Mestre Jesus, o Senhor da Historia que não se apresentou  com vestes caras ou com uma  autoridade para ninguém. Somos discípulo do Senhor que assumiu nossa  humanidade, que viveu plenamente  a sua realidade que não fez acordos pra obter vantagens, que não vendeu o irmão pra ficar bem na fita com um grupo.

 Temos dificuldades de ver esse Jesus que caminha conosco que aqueles discípulos pediram para ficar com eles?

Queremos o Cristo sentado em um trono, um Cristo que precisa de não sei quantas vestes, velas e incenso para se transubstanciar no altar,  um Cristo Servo obediente  aos nossos caprichos e manias que condena essa ou aquela forma de viver a fé, um Cristo que só caminha com vencedores e poderosos com certos acordos que nem vamos nos prender pra evitar processos (na atualidade ta difícil até para comprar o feijão e o arroz, imagina se formos processados). Para enxergar o verdadeiro Cristo se faz necessário ter um coração sensível para a dor do próximo,  se faz necessário ter consciência que  temos pessoas desempregadas famílias inteiras que passam fome, que sofrem  na cruz  da falta de atendimento digno na saúde (embora alguns cegos pela ideologia não vejam  os milhões de faminto ou os milhões de desempregados).  Ouvir a palavra e ter compromisso de  mudar essa realidade, não adianta missa da graça enquanto não fizermos nada para acabarmos com as desgraças que muitos irmãos vivem.  Levar a noticia do Ressuscitado envolve  fazer ressuscitar ao longo da nossa caminhada.  

Deixemos uma mensagem do Papa Francisco de Domingo, 26 de abril de 2020

  •       Há uma antiga regra de peregrinação, que diz que o verdadeiro peregrino deve ir ao ritmo da pessoa mais lenta. E Jesus é capaz disto, faz isto, não acelera, espera que demos o primeiro passo. E quando chega o momento, faz-nos a pergunta. Neste caso, é claro: «De que estais a falar?» (cf. v. 17). Faz-se de ignorante para nos impelir a falar. Gosta que falemos. Gosta de ouvir, gosta que falemos, ouçamos e respondamos, faz-nos falar. Como se fosse ignorante, mas com muito respeito. E depois responde, explica até ao ponto necessário. «Aqui diz: “Porventura não convinha que Cristo padecesse estas coisas e entrasse na sua glória?” E, começando por Moisés e por todos os profetas, explicava-lhes o que dele se achava em todas as Escrituras» (v. 26). Explica, esclarece. Confesso que tenho a curiosidade de saber como Jesus explicou, para fazer o mesmo. Foi uma catequese muito boa! E depois, o próprio Jesus que nos acompanhou, que se aproximou de nós, finge ir além, para ver a medida da nossa inquietação: «Não. Vem, fica um pouco conosco!» (cf. v. 29). E é assim que se realiza o encontro. Contudo, o encontro não é apenas o momento de partir o pão, mas todo o caminho. Encontramos Jesus na escuridão das nossas dúvidas, até na dúvida horrível dos nossos pecados, Ele está lá para nos ajudar, nas nossas inquietações... Está sempre conosco! O Senhor acompanha-nos porque quer encontrar-nos. É por isso que dizemos que o núcleo do cristianismo é um encontro: o encontro com Jesus. “Por que és cristão? Por que és cristã?”. E muitas pessoas não sabem responder. Alguns, por tradição. Outros não sabem dizer porque encontraram Jesus, mas não se aperceberam de que era realmente um encontro com Jesus. Jesus está sempre à nossa procura. Sempre. E nós temos a nossa inquietação. No momento em que a nossa inquietação encontra Jesus, começa a vida da graça, a vida da plenitude, a vida do caminho cristão!   Que o Senhor conceda a todos nós a graça de encontrar Jesus todos os dias; de conhecer, de saber que Ele caminha conosco em todos os nossos momentos. Ele é o nosso companheiro de peregrinação.


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