sábado, 3 de dezembro de 2022

Um Olhar no texto de Mateus 3, 1-12 - Segundo Domingo do advento

 

Estamos no último mês de 2022 para muitos é um ano de realizações para outros um ano que não deve ser lembrando, mas como todo ano que tem eleição para presidente, também tem copa de mundo e esse ano com gosto de festa natalina, o Brasil esta jogando e como sempre resgata o nosso orgulho de usar o verde e amarelo, sem ser confundido com uma pessoa que diz que entende de política, mas apela até para os ETs para reverter uma eleição legal, sem mencionar a viagem do filho do presidente atual com a desculpa que foi para apresentar a situação do Brasil para algumas autoridades, pior que ele ir é ele apresentar meia dúzia de pendrives dizendo que esta lá com um compromisso diplomático, talvez se ele assumisse como todo ser humano, ele esta de férias, de folga e foi lá sim para torce pela seleção, afina ele também é brasileiro, mas isso não é nada com convocação de atiradores esportivos os CACs para não permitir a diplomação do presidente e do vice eleitos no próximo dia 12 e ainda a prisão de um advogado pichador em Brasília, a Holanda e Argentina nas quartas de finais da Copa do mundo  e  nessa semana  as empresas começam a pagar a metade do 13º salário, pois nem tudo é noticia ruim, sem esquecer a eliminação da Alemanha na Copa do Mundo de futebol. Vãmos nós para liturgia desse 2º domingo do advento quando acendemos a segunda vela da nossa coroa que simboliza a fé de Abraão e dos outros Patriarcas, a quem foi anunciada a Terra Prometida,  (recordamos que cada vela tem um sentido) a primeira vela lembra o perdão concedido a Adão e Eva; a terceira lembra a alegria do rei Davi que recebeu de Deus a promessa de uma aliança eterna  e  a quarta recorda os Profetas que anunciaram a chegada do Salvado. (Leia  sobre a coroa do advento)

As leituras de hoje neste domingo: Isaias 11, 1-10; Salmo 71 (72) com a resposta: Nos dias do Senhor nascerá à justiça e a paz para sempre; Romanos 15, 4-9 e  Mateus 3,1-12[1] que vamos nos aprofunda,  sem intenção de impor uma linha de reflexão, faça também sua meditação partindo dos  quatro pressupostos:  texto, contexto, pretexto e a nossa realidade vivida e nesse contexto  João Batista é apresentado  como um homem vestido com roupas rústicas sem a preocupação de morar em palácios, sendo antagônico aos lideres religiosos que dizem falar em nome de Jesus com pregação  dienheristas e  com vestes caríssimas  ostentando um autoridade através de imagens e  cascas de mãos dadas com o poder deste mundo, revelando mais de fariseus que de fato discípulos de Jesus Cristo, sem nenhum compromisso com o “Reino”  não deixe de o texto da 1ª semana do advento

O evangelho de Mateus traz para nós o projeto e um “Reino” sendo oposição à ideia de um império que impõem a força sua presença. O projeto anunciado por João para quem ouve é algo que assusta, pois a sua fala contra a hipocrisia religiosa que também hoje se apresentam em nossas comunidades, condições que muitas das vezes os cristãos invocam para si, por participar de cultos, por ter essa ou aquela posição dentro da comunidade, e ainda a preocupação de João não era esta de mãos dadas com os grandes do seu tempo. João Batista não invoca para si o protagonismo ou tão pouco uma posição maior apontando o papel de Jesus, anunciando uma solução escatológica para aqueles que se acham maiores ou melhores que outros. A mensagem da liturgia de hoje é que precisamos nos converte e não adianta ter todos os sacramentos da Igreja, ler a bíblia, rezar etc. O convite do Batista é para rompimento de uma espiritualidade ritualística, normativa e construir uma nova cultura superando o discurso de ódio e da pratica de fé que escravista fanática e de estrelismo. Precisamos estar antenados com toda a mensagem do evangelho de Mateus que nos chama para vivermos a pratica do Reino, onde somos todos filhos do mesmo Pai, amados igualmente independente das nossas opções políticas, religiosas etc.

  


João é apenas uma seta que aponta o Cristo, ele é o instrumento de preparação e toda sua pregação envolve as figuras do deserto um lugar de manifestação do Deus Libertador, as sua vestimentas remete a figura de Elias (Reis 1: 8) com o seu modo de vida e sua relação com a multidão que necessita de uma liderança profética e o ele representa o pregador que rompeu com a estrutura de poder do templo, pregando no deserto, questionando aqueles que estavam na direção do templo. João representa uma oposição à hipocrisia religiosa, a sua mensagem de conversão ainda hoje deve ecoar em nossos corações e hoje  anunciada  a vinda de Jesus  no tempo   litúrgico do advento nos preparamos para o natal de 2022 anos após o nascimento de Jesus.

A maior qualidade de João era ter consciência do seu papel como percussor de Jesus e assumir esse papel com vocação de sua vida e missão fazendo sempre a vontade de Deus, não tem medo de ser duro não esta preocupado e ter plateia ou seguidores fanatizados lhe dando razão e aqui ele anuncia o batismo de fogo sendo antagônico ao batismo de água que ele fazia.

Sabemos que a simbologia do fogo trazida no texto aqui remete ação de Deus com o batismo, o fogo sempre é vista como uma revelação de Deus nos tempos bíblicos, mas também aparece na escatologia como ação purificadora de Deus: Jó 21, 18Salmo 1, 4Isaías 17,13Oséias 13,13. Isaías 5,24; 41,152 Tessalonicenses 1,8-9 ; Marcos 9,48  e Mateus 25,41 .

Texto

Fato (Revelação de Deus)

Êxodo 3,2

 A sarça ardente onde Deus se revela a Moises

Ezequiel 1,4, 13

A glória de Deus se revela

2 Reis 6:17

A presença de Deus

Deuterônimo. 4,24

 A santidade de Deus

Zacarias 13, 9

 O julgamento de Deus

Isaías 66,15-16

 A ira de Deus contra o pecado

Mateus 3,11 e Atos 2, 3.

A imagem da Terceira Pessoa da Trindade

 

Esta chegando o Natal e esse texto nos ajuda a pensar nas nossas hipocrisias religiosas e serve para nos alerta que Deus sabe das nossas trapaças de uma oração sem compromisso com a vida, uma religião do emocional longe da realidade de um país de 33 milhões de pessoas que passam fome, dos milhares de desempregados e todos os excluídos abandonados ao longo do caminho.  Os canalhas que usam a religião para viver no luxo com culto das aparências sempre estarão em nosso meio e João anuncia que sua hora irá chegar, não adiantará invocar a filiação ou condição para escapar do juízo de Deus.



[1]  O Texto também aparece nos sinóticos Mc 1.1-8; Lc 3.1-20 e você percebe o traços em Jo 1.19.28


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