Chegamos ao último domingo do ano litúrgico católico, um ano marcado por uma série de coisas que nos fez refletir sobre toda a realidade, afinal tivemos o aumento dos famintos, dos desempregados, mas também foi um ano de eleição com a chance de mudança real no quadro político e com isso somos chamados a celebra o dia do leigo e da leiga, de Cristo Rei e esse ano com abertura do ano Vocacional, quando falamos de vocação falamos da disponibilidade de ouvir a voz de Deus, da capacidade de seguir segundo os preceitos do amor serviço, dentro da perspectiva sócio transformadora. O laicato não é uma classe que deve esta submissa ao clero ou são simples ovelhas dispostas a seguir um o Pastor nos seus sonhos e projeto pessoal. Ser Leigo na Igreja envolve descobri sua real motivação, consciência de uma cidadania batismal que lhe reveste do tríplice ministério, o fazendo ser a Igreja de Jesus Cristo que Anuncia, que reza (ora) e serve com fidelidade e amor. Ao contrario que muitos pregam por ai que Leigo deve ser um subserviente as autoridades eclesiásticas e o evangelho de hoje traz a maior autoridade em uma cruz. Nesse texto o primeiro mortal comum a ir para o paraíso é um malfeitor. Poderíamos hoje olhando parta semana falar da doença que o presidente esta vivendo, aquele mesmo que dizia que tinha físico de atleta, também podíamos comentar sobre o grito do povo na COP27 que o Brasil voltou e diante dessa realidade que o laicato é chamado a viver sua vocação de batizado.
As leituras neste 34º domingo do tempo comum, domingo do Cristo Rei do universo e dia dos Leigos são as seguintes: II Samuel
5,1-3; Salmo 121 (122) com o refrão de resposta Vamos com alegria para a
casa do Senhor; Colossenses 1,12-20
e Lucas 23,35-43 seria muita ousadia fazer uma
reflexão das três leituras e do salmo, por issos, vamos meditar o evangelho. Já sabemos que a Liturgia do ultimo domingo do ano litúrgico, nos chama atenção para reinado do Senhor
Jesus, não um reinado de poder e glória como muitos pastores, bispos, padres
gostam de pregar, um Cristo só de vitórias com "V" minúsculo e glórias, em uma Igreja voltada para o
empreendimento financeiro com a teologia da prosperidade de um Cristo sem cruz ou um messias sem missão. O evangelho nos
revela que Ele foi crucificado diante do povo que olhava em silêncio e
até hoje o povo é silenciado pelo poder paralelo, pelo poder das armas que geram o
medo ou por comodismo
O Cristo crucificado é espetáculo midiático no momento e muitos olhavam e lá tinha uma placa com a motivação da condenação “Este
é o Rei dos Judeus” (basileus tôn Ioudaiôn outos em grego), somos bons em
rotular, condenar, somos capazes de criar todo tipo de justificativa para as condenações
dos outros.
A liturgia de hoje devia nos levar a refletir
quantas vezes colocamos o Cristo em uma Cruz e quantas vezes passamos pelos
crucificados deste mundo e fingimos não conhecer ou simplesmente balançamos a
cabeça como reprovação e deboche. O lugar da crucificação tinha o nome de Monte
da Caveira devido o seu formato e certamente o seu nome era para causar terror
e medo no povo, nesse espaço que que cumpre a lógica de Deus, a morte
que gera vida. Um malfeitor que debocha, ofende e o outro consciente das suas
opções e faz a maior profissão de fé que se pode fazer, se entrega nas mãos de
Deus. Muitas das vezes pedimos em nossas cruzes uma solução rápida e objetiva segundo a nossa lógica
limitada.
Muitos cristãos querem fé de espetáculos, de cura e uma religião do choro emocional em uma fé desconectada da vida, que não revela o poder da fé de um cristão, que tem consciência da sua vocação para vida plena, que deseja assumir de fato sua condição de batizado comprometido plenamente com o evangelho. Com compromisso autêntico que nos faz reconhecer em nossa eclesialidade, a capacidade de uma comunhão com os crucificados que estão nas ruas, no desemprego, com fome. A Igreja como mãe ou Corpo de Cristo deve reconhecer e ser a diferença nas atitudes com o seu clero, com os consagrados e com todo laicato vivendo plenamente a sua vocação e missão.
Jesus o próprio Deus visto pelos seus como um criminoso, que esperar que pense de nós? Ele na cruz recebe ofensa de quem esta na condenação (o malfeitor Gestas) e recebe a defesa de Dimas que
sofria como eles a mesma pena. Aqui vale pena citar que o povo estava ali, que todos tinham sua posição social bem definida.
Os
grupos |
Citação bíblica |
Os
grupos |
Citação
bíblica |
1
O povo em silencio |
Lc 23,35a |
Os militares |
Lc
23,36--37 |
2
Os religiosos |
Lc
23,35b |
Os condenados |
Lc
23,39-43 |
Citação |
Texto |
Lc
2,11 |
“nasceu
hoje um salvador” |
Lc
4,21 |
na
sinagoga de Nazaré, Jesus diz que “as escrituras se cumpriram hoje” |
Lc
19,5. 9 |
Jesus
quer “permanecer hoje na casa de Zaqueu” e diz que “hoje a salvação
entrou nessa casa” |
Lc
23,43 |
“Eu
lhe garanto hoje mesmo estarás comigo no paraíso” |
Todo o evangelho de Lucas prepara esse momento e se percebe que Jesus não esta descolado do mundo, muitos convertidos falam do tempo que eram do mundo, como se tivesse morando em outro planeta ou outra dimensão se esquecendo daquilo Jesus diz em João:
“Não peço que os tires do mundo, mas que os livres do mal. Não são do mundo, como eu do mundo não sou. Santifica-os na tua verdade; a tua palavra é a verdade” [1]
Neste espaço que o laicato deve atuar, neste mundo, no hoje como escrevemos na
semana passada. Deus habita na
eternidade fora do tempo e aqui estamos nós como seu povo fazendo o hoje e
somos chamados a contemplar e a refletir sobre a nossa escolha: Se seremos: o
povo silenciado, os religiosos que não querem perder seus privilégios. Dimas que
reconhece sua falha ou Gestas que só reclama e critica o companheiro?
Que Deus nos ajude! Feliz ano novo Litúrgico,
encerramos o Ano C, vamos iniciar o A, semana que vem vamos explicar sobre o
tempo litúrgico.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Obrigado pelo seu comentário.