sábado, 19 de novembro de 2022

Um Olhar no texto de Lucas: 23,35-43 - Solenidade de Cristo Rei, Dia do Leigo!

 Chegamos ao último domingo do ano litúrgico católico, um ano marcado por uma série de coisas que nos fez refletir sobre toda a realidade, afinal tivemos o aumento dos famintos, dos desempregados, mas também foi um ano de eleição com a chance de mudança real no quadro político e com isso somos chamados a celebra o dia do leigo e da leiga, de Cristo Rei e esse ano com abertura do ano Vocacional, quando falamos de vocação falamos da disponibilidade de ouvir a voz de Deus, da capacidade de seguir segundo os preceitos do amor serviço, dentro da perspectiva sócio transformadora.   O laicato não é uma classe que deve esta submissa ao clero ou são simples ovelhas dispostas a seguir um o Pastor nos seus sonhos e projeto pessoal.  Ser Leigo na Igreja envolve descobri sua real motivação,  consciência de uma cidadania batismal que lhe reveste do tríplice ministério,  o fazendo ser a Igreja de Jesus Cristo que Anuncia,  que reza (ora) e serve com fidelidade e amor.  Ao contrario que muitos pregam por ai que Leigo deve ser um subserviente as autoridades eclesiásticas e o evangelho de hoje traz a maior autoridade em uma cruz. Nesse texto o primeiro mortal comum a ir para o paraíso é um malfeitor.  Poderíamos hoje olhando parta semana falar da doença que o presidente esta vivendo,  aquele mesmo que dizia que tinha físico de atleta, também podíamos comentar sobre o grito do povo na COP27 que o Brasil voltou e diante dessa realidade que o laicato é chamado a viver sua vocação de batizado.


Como sempre vamos fazer um comentário sobre a o Evangelho sem a pretensão de criar dogmas ou impor uma ideia, você dentro da sua sabedoria pode percebe algo que não passou pelo nosso ponto de vista, e durante todo esse ano Litúrgico que termina  escrevemos  e gravamos videos dominicalmente no sentido de ajudar os diversos irmãos e irmãs nas suas homilias, pregação, partilha como queiram chamar e não escrevemos em nome de uma paróquia, grupo e também não somos membros do clero da Igreja Católica ou de qualquer outra Igreja e aquilo que nos impulsiona,  a escrever é a nossa vocação, nossa cidadania batismal, que percebeu que não podemos ficar trancados em nossas paróquias, comunidades falando de um Cristo fora da realidade, com adornos de um europeu quase nórdico, um Cristo Rei de um trono de graças que não chega àqueles que estão na fila do osso, do desemprego, das doenças e de todo tipo de exclusão e que se faz necessário ser um sinal de esperança que ecoe em nessas  realidades de cruz.

As leituras neste 34º domingo do tempo comum, domingo do Cristo Rei do universo e dia dos Leigos são as seguintes: II Samuel 5,1-3; Salmo 121 (122) com o refrão de resposta Vamos com alegria para a casa do Senhor;  Colossenses 1,12-20 e Lucas 23,35-43 seria muita ousadia fazer uma  reflexão das três leituras e do salmo, por issos, vamos  meditar o evangelho. Já sabemos que  a Liturgia do ultimo domingo do ano litúrgico, nos chama atenção para reinado do Senhor Jesus, não um reinado de poder e glória como muitos pastores, bispos, padres gostam de pregar, um Cristo só de vitórias com "V" minúsculo e glórias, em  uma Igreja voltada para o empreendimento financeiro com a teologia da prosperidade de  um Cristo sem cruz ou um messias sem missão.  O evangelho nos revela que Ele foi crucificado diante do povo que olhava em silêncio e até hoje o povo é silenciado pelo poder paralelo, pelo poder das armas que geram o medo ou por comodismo 

O Cristo crucificado é espetáculo midiático no momento e muitos olhavam e lá tinha uma placa com a motivação da condenação “Este é o Rei dos Judeus” (basileus tôn Ioudaiôn outos em grego), somos bons em rotular, condenar, somos capazes de criar todo tipo de justificativa para as condenações dos outros.

A liturgia de hoje devia nos levar a refletir quantas vezes colocamos o Cristo em uma Cruz e quantas vezes passamos pelos crucificados deste mundo e fingimos não conhecer ou simplesmente balançamos a cabeça como reprovação e deboche. O lugar da crucificação tinha o nome de Monte da Caveira devido o seu formato e certamente o seu nome era para causar terror e medo no povo, nesse espaço que que  cumpre a lógica de Deus, a morte que gera vida. Um malfeitor que debocha, ofende  e o outro consciente das suas opções e faz a maior profissão de fé que se pode fazer, se entrega nas mãos de Deus. Muitas das vezes pedimos em nossas  cruzes  uma solução rápida e objetiva segundo a nossa lógica limitada.

Muitos cristãos querem fé de espetáculos,  de cura e uma religião do choro emocional  em uma fé desconectada da vida, que não  revela o poder da fé de um cristão,  que tem consciência da sua vocação para vida plena, que deseja assumir de fato sua condição de batizado comprometido plenamente com o evangelho. Com compromisso autêntico que  nos faz  reconhecer em  nossa eclesialidade, a capacidade de uma comunhão com os crucificados que estão nas ruas, no desemprego, com fome. A Igreja como mãe ou Corpo de Cristo deve reconhecer e ser a diferença nas atitudes com o seu clero, com  os consagrados e com todo laicato vivendo plenamente a sua vocação e missão.

Jesus o próprio Deus visto pelos seus como um criminoso, que esperar que pense de nós?  Ele  na cruz recebe ofensa de  quem  esta  na condenação (o malfeitor Gestas) e recebe a defesa de Dimas que sofria como eles a mesma pena. Aqui vale pena citar que o povo estava ali, que todos  tinham sua posição social bem definida.

 Os grupos

 Citação bíblica

Os grupos

Citação bíblica

1 O povo em silencio

 Lc 23,35a

 Os militares

Lc 23,36--37

2 Os religiosos

Lc  23,35b

 Os condenados

Lc 23,39-43


São pontos vistos diferente da mesma cruz e até aqueles que estão na cruz tem uma atitude diferente diante do suplicio.   O texto de hoje é o único que Jesus fala de um paraíso, não de um paraíso que acontecerá, mas de um paraíso no hoje, no momento presente, aqui longe de pregar um imediatismo de Deus, Lucas trás 4 hoje de Jesus.

Citação

Texto

Lc 2,11

“nasceu hoje um salvador”

Lc 4,21

na sinagoga de Nazaré, Jesus diz que “as escrituras se cumpriram hoje”

Lc 19,5. 9

Jesus quer “permanecer hoje na casa de Zaqueu” e diz que “hoje a salvação entrou nessa casa”

Lc 23,43

“Eu lhe garanto hoje mesmo estarás comigo no paraíso”

 

Todo o evangelho de Lucas prepara esse momento e se percebe que Jesus não esta descolado do mundo, muitos convertidos falam do tempo que eram do mundo, como se tivesse morando em outro planeta ou outra dimensão se esquecendo daquilo Jesus diz em João: 

“Não peço que os tires do mundo, mas que os livres do mal. Não são do mundo, como eu do mundo não sou. Santifica-os na tua verdade; a tua palavra é a verdade” [1] 

Neste espaço que o laicato deve atuar,  neste mundo, no hoje como escrevemos na semana passada.  Deus habita na eternidade fora do tempo e aqui estamos nós como seu povo fazendo o hoje e somos chamados a contemplar e a refletir sobre a nossa escolha: Se seremos: o povo silenciado, os religiosos que não querem perder seus privilégios. Dimas que reconhece sua falha ou Gestas que só reclama e critica o companheiro?

Que Deus nos ajude! Feliz ano novo Litúrgico, encerramos o Ano C, vamos iniciar o A, semana que vem vamos explicar sobre o tempo litúrgico.



[1] João 17:15–17

 


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