O Brasil chegou aos dois séculos de independência,
esperávamos um momento de reflexão e festa, mas foi reduzido a um comício ou
ato eleitoreiro. Toda a nossa brasilidade
que sabe fazer festa, e se organizar por qualquer motivo. Nós
somos o povo do festejo que foi
colocado de lado. Infelizmente o
nosso Brasil se fechou em um projeto com
um pseudo patriotismo que gera fome e
miséria. Durante a semana tivemos o falecimento de uma das mulheres mais importante da história do século
passado, a rainha da Inglaterra que muitos julgavam imortal ou a classificavam como um ser eterno, mas
até isso cai e agora o mundo tem o Rei
Charles e para meditarmos esse domingo depois da nossa visita a Casa da Mãe
Aparecida em Romaria com a Diocese de Nova Iguaçu onde pudemos encontrar alguns
amigos e para desespero de outros mostra
o quanto estamos vivos somos chamado a refletir a liturgia desse 24º Domingo do
tempo comum que é a seguinte: Êxodo: 32,7-11.13-14; Salmo 50 (51) como o Refrão: Vou partir e vou ter com meu
pai; 1 Timóteo 1,12-17 e Lucas 15,1-32
que iremos refletir, sendo o capitulo da misericórdia.
A Celebração deste domingo
tem seu ápice no Deus que é Misericórdia,
no Deus de Amor, que não consegue
colocar limite no seu amor e na sua bondade e Jesus
conta três parábola demonstrando o quanto Deus nos quer bem. A ovelha, a moeda e por ultimo o
Filho ingrato. A ovelha era mais uma em
cem, a moeda perdida a moeda era mais
uma em dez e filho era apenas dois e aqui temos a base do povo da bíblia, pois
nem todos tinham ovelhas, nem todos possuíam moedas, mas todos temos família ou
nos fazemos família daquele que nos é próximo.
Jesus andava com os pecadores com os excluídos daquele contexto, provocando até um certo
escândalo, nesses tempos que muitos invocam
Deus como cabo eleitoral, apontando e condenando todos que não orbitam a
sua bolha ou concordam com sua ideologia.
A ovelha, a moeda e filho
são comparações que não tem nada em comum olhando assim de forma isolada,
contudo se olharmos com atenção. A
ovelha necessita proteção, ela não pode escolher se vai ou se fica,
simplesmente ela é conduzida e uma
alusão aos membros da comunidade que se afastam por
vários motivos que não vamos enumerar e por devem ser procurados e conduzidos
de volta e a moeda era muito valiosa representa o
valor que cada pessoa tem e a dona das moedas é uma leitura direta da própria comunidade que deve acender as
luzes e procurar aqueles que estão
caídos ao logo do caminho. Mas falar dos dois filhos é complexo já
fizemos essa reflexão e como refletimos
no 4º domingo da quaresma que afirmamos que a parábola pode ser
chamada de Os dois filhos, o
Filho ingrato, os filhos egoístas ou o nome mais bonito que ela carrega
que é: O Pai Rico em Misericórdia que nos leva a entender o quanto somos amados
por Deus[1].
Somos aptos a dizer que esse ou aquele não é
merecedor, essa foi a atitude do filho mais velho, somos bons em dizer que pode
ou não pode participar da missa, do
culto, daquele ou desse grupo e somos assim, excluímos, banimos mandamos para
longe. Essa é a pratica atual por não esta de acordo com o Catecismo,
por causa do Direito ou por causa
da bíblia. O evangelho de hoje vem de encontro a nossa treva anterior, Deus nos guia na multidão, Ele sabe o nosso
valor e se por algum motivo nos afastarmos Deus nosso Pai, Ele sempre
esta lá esperançoso por nossa volta.
Quando lemos essa Parábola
miramos no que filho que vai para o mundo e de forma plena assumimos esse papel, mas esquecemos das
vezes que somos o filho mais velho que não deseja que o mais novo seja
reintegrado a família, ainda temos a narrativa da ressurreição do filho.
Contudo, na verdade o verdadeiro morto
era o Pai, pois já não vivia, ficava naquela vigilância olhando o horizonte esperando o filho voltar do sua escolha
triste. Por isso Jesus fala da festa
por um pecador arrependido e essa festa aqui narrada trás todo o simbolismo e
aqui voltando lá no texto de 27 de março de 2022 que falávamos que o filho recebe
uma roupa nova sinal da veste batismal, um anel sinal de aliança e compromisso
e a sandália sinalizando que ele voltou à condição de filho e manda matar
um cordeiro (que representa Jesus neste contexto)
Mesmo muitos teimando em negar a opção de Jesus pelos que sofrem todo tipo de exclusão é algo ainda atual, Deus não habita o tempo do homem, ou tão pouco a nossa estrutura de poder que permite certos privilégios e condições para um grupo e nada para outro. A Lógica Deus não tem nada haver com os dogmatismos do contexto daquele tempo ou ainda com desse tempo, somos chamados a ser aquele que busca a ovelha perdida, que caça a moeda perdida e que acolhe o irmão que saiu cheio de razão e também somos chamados e reconhecer nossos erros, a exemplo daquele que quebrou a cara. Diante dos marginais falamos de boca cheia que “bandido bom é bandido morto”, diante de um corpo caído na rua logo afirmamos que só morreu porque devia e assim vamos reproduzimos a cultura da exclusão, sem esquecer que quando alguém se afasta da comunidade somos capazes de nos bastidores fazer todo tipo de fofoca e não vamos atrás para dá um abraço, apoiar e ser aquele Pai que abraça. Somos muitos bons e citar bíblia e outros documentos mas coo temos dificuldade de colocar em pratica o projeto de Deus de Amor.
O Filho prodigo caiu em si, talvez
nos falte cair em si. Neste tempo de campanha é tal de justificar os desvios do
candidato com as desculpas mais vazia que outra. Usam Deus como cabo Eleitoral justificando sua
posição, assumindo um papel no discurso e
pratica é outra, se assemelhando aos interlocutores de Jesus. O filho que sai de casa que rompe com o sistema
no seu tempo nos ajuda a entender quantos
e como nós estamos mantendo essa estrutura e filho que não vai, talvez
por comodismo para obter certo prestigio, afinal era o mais velho e teria todo direito
a herança. O evangelho nesse dia que fazemos
memória dos atentados no Chile e no e EUA deve nos levar a uma reflexão das nossas
escolhas se seremos o filho mais velho ou
mais novo que se arrepende.
O evangelho deste domingo fala de perdão. Misericórdia e ainda sobre a importância buscar os afastados isolados a beira do caminho.
As vezes pensamos que perdemos tudo mas como
diz a canção, somos todos filhos amados e mesmo quando tudo parece desmoronar por causa de nossas escolhas precisamos
manter a fé. A ovelha não tinha opção, a moeda é apenas um objeto e nós
podemos olhar para nossa consciência e ver
o quanto ainda somos esbanjadores da graça
que Deus nos confia, servido a outros projetos que estão longe do evangelho.
Que Deus nos ajude a ter um consciência e um coração se,pré disposto
a pedir perdão e recomeçar.
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