sábado, 10 de setembro de 2022

Um olhar no Texto de São Lucas 15,1-32 - 24º Domingo do Tempo Comum.


 

O Brasil  chegou aos dois séculos de independência, esperávamos um momento de reflexão e festa, mas foi reduzido a um comício ou ato eleitoreiro.   Toda a nossa  brasilidade  que sabe fazer festa, e se organizar por qualquer motivo.  Nós  somos o povo do  festejo que  foi  colocado de lado.   Infelizmente o nosso Brasil se fechou em um projeto  com um pseudo patriotismo que gera  fome e miséria. Durante a semana tivemos o falecimento de uma das mulheres  mais importante da história do século passado, a rainha da Inglaterra que muitos julgavam imortal  ou a classificavam como um ser eterno, mas até isso cai  e agora o mundo tem o Rei Charles e para meditarmos esse domingo depois da nossa visita a Casa da Mãe Aparecida em Romaria com a Diocese de Nova Iguaçu onde pudemos encontrar alguns amigos e  para desespero de outros mostra o quanto estamos vivos somos chamado a refletir a liturgia desse 24º Domingo do tempo comum que é a seguinte: Êxodo: 32,7-11.13-14; Salmo 50 (51)  como o Refrão: Vou partir e vou ter com meu pai; 1 Timóteo  1,12-17 e Lucas 15,1-32 que iremos refletir, sendo o capitulo da misericórdia.

A Celebração deste domingo tem seu ápice no Deus  que é Misericórdia, no Deus de Amor, que não consegue  colocar limite no seu amor e na sua bondade  e Jesus  conta três parábola demonstrando o quanto Deus nos  quer bem. A ovelha, a moeda e por ultimo o Filho ingrato.  A ovelha era mais uma em cem, a moeda perdida  a moeda era mais uma em dez e filho era apenas dois e aqui temos a base do povo da bíblia, pois nem todos tinham ovelhas, nem todos possuíam moedas, mas todos temos família ou nos fazemos família daquele que nos é próximo.   Jesus andava com os pecadores com os excluídos  daquele contexto, provocando até um certo escândalo, nesses tempos que muitos invocam  Deus como cabo eleitoral, apontando e condenando todos que não orbitam a sua bolha ou concordam com sua ideologia.

A ovelha, a moeda e filho são comparações que não tem nada em comum olhando assim de forma isolada, contudo se olharmos com  atenção. A ovelha necessita proteção, ela não pode escolher se vai ou se fica, simplesmente ela é conduzida  e uma alusão   aos membros da comunidade que se afastam por vários motivos que não vamos enumerar e por devem ser procurados e conduzidos de volta     e a moeda era muito valiosa representa o valor que  cada pessoa tem e  a dona das moedas é uma leitura direta  da própria comunidade que deve acender as luzes e procurar   aqueles que estão caídos ao logo do caminho.   Mas falar dos dois filhos é complexo já fizemos essa reflexão  e como refletimos no 4º domingo da quaresma  que afirmamos  que  a parábola  pode ser  chamada de Os dois filhos, o  Filho ingrato, os filhos egoístas ou o nome mais bonito que ela carrega que é: O Pai Rico em Misericórdia que nos leva a entender o quanto somos amados por Deus[1].

 Somos aptos a dizer que esse ou aquele não é merecedor, essa foi a atitude do filho mais velho, somos bons em dizer que pode ou não pode participar da missa,  do culto, daquele ou desse grupo e somos assim, excluímos, banimos  mandamos para  longe. Essa é a pratica atual por não esta de acordo com o Catecismo, por  causa do Direito ou por causa da  bíblia. O evangelho de hoje vem  de encontro a nossa treva anterior, Deus   nos guia na multidão, Ele sabe o nosso valor  e se por algum motivo   nos afastarmos Deus nosso Pai, Ele sempre esta lá esperançoso por nossa volta.

Quando lemos essa Parábola miramos no que filho que vai para o mundo e de forma  plena assumimos esse papel, mas esquecemos das vezes que somos o filho mais velho que não deseja que o mais novo seja reintegrado a família, ainda temos a narrativa da ressurreição do filho. Contudo, na verdade  o verdadeiro morto era o Pai, pois já não vivia, ficava naquela vigilância  olhando o horizonte  esperando o filho voltar do sua escolha triste.   Por isso Jesus fala da festa por um pecador arrependido e essa festa aqui narrada trás todo o simbolismo e aqui voltando lá no texto de 27 de março de 2022 que falávamos que o filho recebe uma roupa nova sinal da veste batismal, um anel sinal de aliança e compromisso e a sandália sinalizando  que ele voltou à condição de filho e manda matar um cordeiro (que representa  Jesus neste contexto)

Mesmo muitos teimando em negar a opção de Jesus pelos que sofrem todo tipo de exclusão é algo ainda atual, Deus não habita o tempo do homem, ou tão pouco a nossa estrutura  de poder que  permite certos privilégios e condições para um grupo e nada para outro. A  Lógica  Deus não tem nada haver com os dogmatismos do contexto daquele tempo ou ainda com desse tempo, somos chamados a ser  aquele que busca a ovelha perdida, que caça a moeda perdida e que acolhe o irmão que saiu  cheio de razão e também somos chamados e reconhecer nossos  erros, a exemplo daquele que quebrou a cara.  Diante dos marginais  falamos de boca cheia  que “bandido bom é bandido morto”, diante de um corpo caído na rua  logo afirmamos que  só morreu porque devia e assim vamos reproduzimos a cultura da exclusão, sem  esquecer que quando alguém se afasta da comunidade somos capazes de  nos bastidores fazer todo tipo de fofoca  e não vamos atrás para dá um abraço, apoiar e  ser  aquele Pai que abraça.  Somos muitos bons e citar bíblia e outros documentos mas coo temos dificuldade de colocar em pratica o projeto de Deus de Amor.


O Filho prodigo caiu em si, talvez nos falte cair em si. Neste tempo de campanha é tal de justificar os desvios do candidato com as desculpas mais vazia que outra.  Usam Deus como cabo Eleitoral justificando sua posição,  assumindo um papel no discurso e pratica é outra, se assemelhando aos interlocutores de Jesus.  O filho que sai de casa que rompe com o sistema no seu tempo  nos ajuda a entender quantos e como nós estamos   mantendo essa estrutura e filho que não vai, talvez por comodismo para obter certo prestigio, afinal era o mais velho e teria todo direito a herança.  O evangelho nesse dia que fazemos memória dos atentados no Chile e no e EUA deve nos levar a uma reflexão das nossas escolhas  se seremos o filho mais velho ou mais novo que se arrepende.
O evangelho deste domingo fala de perdão. Misericórdia e  ainda sobre a importância  buscar os afastados isolados a beira do caminho. As vezes pensamos que perdemos tudo  mas como diz a canção, somos todos filhos amados e mesmo  quando tudo parece  desmoronar por causa de nossas escolhas   precisamos manter  a fé.  A ovelha  não tinha opção, a moeda é apenas um objeto e nós podemos  olhar para nossa consciência e ver o quanto ainda somos esbanjadores  da graça que Deus nos confia, servido a outros projetos que estão longe do evangelho.

Que Deus nos ajude a  ter um consciência e um coração se,pré disposto a pedir perdão e recomeçar.    


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