sábado, 6 de agosto de 2022

Um olhar no texto de São Lucas 12,32-48 ; 19º Domingo do Tempo Comum

 

Nesta semana passando pelas noticias aleatória  nas redes de comunicação  podemos ver  algumas manchetes que  nos chamaram atenção:   “Médica se  recusa a atender e  é  agredida”,  “As Forças Armadas do Brasil estão de olhos nas Eleições, enquanto a Amazônia tem mais de uma centena de pistas de pouso clandestinas” e  "Bolsonarista que matou Petista levou mais de 20 chutes na cabeça”.  Observamos que tudo é questão de ponto de vista sem esquecer   a materia que dizia: “O presidente que diz que houve fraude em eleição que ele venceu”, talvez o leitor ache que essas matérias  não tem nada haver com  a palavra de deste domingo e por isso vamos contextualizar, mas antes vamos citar  as leituras deste 19º  domingo do tempo comum são elas: Sabedoria  18,6-9; Salmo 32 (33) com o  refrão: Feliz o povo que o Senhor escolheu para sua herança; Hebreus  11,1-2.8-19 e Lucas 12,32-48[1] o qual nos iremos  refletir. 
Outro dia recebemos  uma noticia que agora  no Rio de Janeiro pessoas com  x idade teria direitos  reservado aos que  tem acima de 65, que  agora a policia poderá multa sem parar quem estiver sem mascara,  mesmo no seu carro e  esta sendo disponibilizado um emprego se você compartilhar para  numero de  x pessoas a informação que você acabou de receber e a  liturgia de hoje nos chama para uma vigilância  consciente e diante das noticias  devemos estar atentos para não cairmos nas fakenews.  A exemplo dos títulos acima tais informações  nos conduz para uma informação,  no jornalismo que se chama gatilho e hoje  Jesus   usa tal recurso  e nos leva a refletir sobre  aquilo esse texto tem em comum com o sermão da montanha[2] no versículo 31 deste capitulo quando fala de primeiro buscar o Reino dos céus[3]  para assim iniciar sua catequese  no versículo 32 somos chamados  a  buscar o  verdadeiro tesouro”[4]  essa frase "Pois onde estiver o vosso tesouro, ali estará também o vosso coração” é uma resposta para o texto do último  domingo o 18⁰ domingo do Tempo Comum que falava da ganância.

 Nesta semana  a Igreja católica abriu o ano vocacional,  e nesse mês já é  tradicional celebramos a vocação dos ministros ordenados (diáconos, presbíteros, bispos), da família, dos religiosos (irmãos e irmãs consagradas), dos leigos que formam a maioria na Igreja e cada um tem sua responsabilidade diante da missão do anuncio do evangelho. A vocação não esta condicionada a uma  habilidade, talento, a  vocação é uma convocação e ela acontece em nossa realidade  de deserto,  não pode ser uma fuga ou uma busca de  uma auto-realização.  Aqui abrimos um espaço para  fazer memória do artista Jô Soares que foi Ministro Extraordinário da Sagrada Comunhão. 


 Com seu carisma viveu sua vocação,   nos divertia  e até mesmo nos ajudava a refletir e era humor que denunciava  as mazelas e desmandos de uma elite seja   no poder ou que orbitavam o  poder


O evangelho nos chama atenção para a nossa vocação nesse tempo que algumas Igrejas são verdadeiras empresas, e entram em conflito com esse texto "Pois onde estiver o vosso tesouro, ali estará também o vosso coração”[5] cada vez mais temos   ministros religiosos preocupados em construir e manter um patrimônio  quando a sua   vida de  discípulos de Jesus está permanentemente em vigilância  e sabendo que Jesus  vem  ao nosso encontro,    somos desafiados  a combater tudo aquilo pode representar um empecilho para uma adesão plena ao projeto na construção do Reino, pois a nossa vocação de batizados não se resume  a um expediente que cumprimos para receber uma paga no fim do mês, somos  ministros do sagrado (como leigos, consagrados ou ordenados) e precisamos ter  uma consciência  que nossas ações e palavras devem refletir a vontade do Senhor.

A pergunta de Pedro  se Jesus falava para eles ou para  os outros reflete em nossas atitudes, quando  as vezes  ouvimos uma pregação ou lemos um texto  achamos que tal mensagem  tem haver com fulano ou sicrano ou  o pior quando instrumentizamos o texto e buscamos   torce para servir essa ou aquela ideologia,  por isso precisamos estar vigilantes e a palavra de hoje é uma interrogação a nossas escolhas.   Precisamos nos abrir para o  quanto recebemos de Deus em nossas missões especificas,   algumas  praticas nada cristãs que exercemos  como liderança com autoritarismo, prepotência e até mesmo desvios específicos do caráter   que ferem a comunhão com  uma pratica neoliberal, visando  o retorno financeiro,   pensando como gerar lucro,  perdendo a vocação específica  e como isso  seremos  condenado por nossas ações naquele grande dia

O evangelho  fala que a todos aqueles a quem foi confiado a autoridade deve ter dupla vigilância e  o evangelho de hoje  nos convida a reflexão se estamos  agindo: como servos que  com  simplicidade cumprimos  nosso dever,  tendo a consciência que não somos donos da comunidade  ou tão pouco somos  senhores uns dos outros, mas irmãos  com  a missão de servir com alegria,  não devemos  desviar  nosso objetivo   que é  servir, mesmo com a demora do Senhor  a  nossa espera deve ser ativa sempre dispostos. A Palavra de Deus  na liturgia de hoje nos convida-nos à vigilância sabendo esperar  a demora de Deus a dois domingos atrás Jesus nos ensinou a rezar  como comunidade  que tem Deus como Pai, mas hoje  falando para um grupo judaico ele apresenta Deus como um Senhor exigente que confia a humanidade administração da graça Dele  e quando ele pede que sejamos desapegados prontos para encontrar o Senhor, por isso os rins cingidos   e a  lâmpadas acesa  diante da realidade  de um mundo.   Terminamos essa nossa reflexão com citação da Epistola de Pedro:

·        "Como bons dispensadores das diversas graças de Deus, cada um de vós ponha à disposição dos outros o dom que recebeu: a palavra, para anunciar as mensagens de Deus; um ministério, para exercê-lo com uma força divina, a fim de que em todas as coisas Deus seja glorificado por Jesus Cristo. A ele seja dada a glória e o poder por toda a eternidade! Amém. Caríssimos, não vos perturbeis no fogo da provação, como se vos acontecesse alguma coisa extraordinária. Pelo contrário, alegrai-vos em ser participantes dos sofrimentos de Cristo, para que vos possais alegrar e exultar no dia em que for manifestada sua glória. Se fordes ultrajados pelo nome de Cristo, bem-aventurados sois vós, porque o Espírito de glória, o Espírito de Deus repousa sobre vós. Que ninguém de vós sofra como homicida, ou ladrão, ou difamador, ou cobiçador do alheio. Se, porém, padecer como cristão, não se envergonhe; pelo contrário, glorifique a Deus por ter esse nome. Porque vem o momento em que se começará o julgamento pela casa de Deus. Ora, se ele começa por nós, qual será a sorte daqueles que são infiéis ao Evangelho de Deus? E, se o justo se salva com dificuldade, que será do ímpio e do pecador?"[6]



[1]   Paralelo  ao texto de  Mt 24,42-51 e   Mc 13,33-37

[2]  Mateus: 6,33

[3] para se fazer uma boa reflexão se faz necessário ver o pretexto, o texto e o contexto  

[4]  Lucas 12,33-34

[5]  Luca 12,34

[6]  I Pedro 4,10-18

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