domingo, 24 de abril de 2022

Um olhar no texto de João 20,19-31 - 2º Domingo de Páscoa

 

Para muito a Páscoa se resume a uma data  logo após a sexta-feira da paixão.  Para os Judeus  é o momento de celebrar sua identidade como o Povo Eleito  e sua libertação.  Mas vale ressaltar que a Festa da Páscoa   na liturgia da Igreja Católica Romana é um tempo de   celebra a vitória sobre a morte e dura até o domingo de Pentecostes, Embora se fale do encerramento no Domingo Ascenção do Senhor. Hoje sendo um domingo dedicado a Festa da Divina Misericórdia e como diz o Papa Francisco que recorda que o Amor Misericordioso de Deus sempre nos acolhe no seu perdão. 
O Domingo da Misericórdia foi instituído pelo o Papa João Paulo II sendo um momento de recorda a graça da perdão de Deus e tal festa acontece  devido a revelação a Irmã polonesa Santa Faustina em 1931 entre a primeira e a segunda guerra mundial.  A festa da Divina Misericórdia vem  evidenciar a graça da Misericórdia e o papel da Igreja.  O Papa São João Paulo II com o  decreto do Domingo da Misericórdia confirma  a sua devoção a Divina Misericórdia,   pois em 1980, João Paulo II lançou  a encíclica, “Dives in Misericórdia”, sendo a primeira e única encíclica papal destinada a abordar exclusivamente a Misericórdia divina e com isso vamos  refletir e rezar a liturgia deste 2º domingo da páscoa.
   As leitura  do 2º domingo destaca o quadro de uma Comunidade ainda acuada, preocupada sem a Paz, com o medo de arriscar e aqui a chegada de Jesus  onde ele comprova que de fato era Ele, com as chagas de suas escolhas    e por isso somos convidados a meditar Atos 5,12-16, Salmo 117 (118)  Dai graças ao Senhor, porque Ele é bom, porque é eterna a sua misericórdia;  Apocalipse  1,9-11a.12-13.17-19 e  João 20,19-31  que   é uma continuação do Evangelho do domingo passado. Jesus se coloca no meio dos discípulos   duas vezes e nas duas vezes Ele  concede a Paz e sopra o Espirito Santo   confirmando a autoridade da Comunidade que com a força do Espirito deixar de ser uma Igreja fechadas e aqui se destaca Tomé que questiona a comunidade e aqui vale uma observação o referido era Pescador e se tornou um construtor. Sua posição marca bem  sua personalidade   e representa todos que querem e precisam de um sinal de um milagre e da graça de Deus, Jesus comunica o Espirito a toda  Comunidade no primeiro encontro no caso de Tome ele apenas oferta a Paz  e aqui vale observa que por 3 vezes Jesus Entrega a Paz.  Não adianta uma paz trancada em si mesma, em grupo fechado essa paz tríplice deve ser levada a realidade chagada ferida.  A Paz de Jesus não é imposta através das armas, do  autoritarismo clerical  ou mesmo pelo discurso  da meritocracia.  O evangelho de hoje nos leva a refletir sobre os medos que  nos tranca dentro da nossas Igrejas, grupos, famílias e se fato estamos levando e compartilhando a Paz  ou apenas fazendo marketing.
A Paz de Jesus  é um  fruto de sua profunda ligação com o Pai e com Espirito Santo e somos convidados a buscar essa ligação, aqui alguns pregadores se prendem a autoridade concedida aos presente de perdoar  pecado,  se prendendo ao clericalismos e esquecem que Jesus nos envia para  levar essa Paz fruto do Espirito, aqui vale a pena  ver que a Paz entregue três vezes deve  chegar em nossos corações, em nossas  famílias e nos diversos ambientes que estamos inseridos e não pode ficar presa em religião de ritos e emoções (negativas ou positivas e citando o Papa Francisco cita na  Encíclica Fraterlli  Tutti no numero 15 que diz:     
  • "A melhor maneira de dominar e avançar sem entraves é semear o desânimo e despertar uma desconfiança constante, mesmo disfarçada por detrás da defesa de alguns valores. Usa-se hoje, em muitos países, o mecanismo político de exasperar, exacerbar e polarizar. Com várias modalidades, nega-se a outros o direito de existir e pensar e, para isso, recorre-se à estratégia de ridicularizá-los, insinuar suspeitas sobre eles e reprimi-los. Não se acolhe a sua parte da verdade, os seus valores, e assim a sociedade empobrece-se e acaba reduzida à prepotência do mais forte. Desta forma, a política deixou de ser um debate saudável sobre projetos a longo prazo para o desenvolvimento de todos e o bem comum, limitando-se a receitas efémeras de marketing cujo recurso mais eficaz está na destruição do outro. Neste mesquinho jogo de desqualificações, o debate é manipulado para o manter no estado de controvérsia e contraposição."

 Aqui Tome sem querer se presta esse papel provoca o desanimo e exige uma prova colocando a sua posição  e exigindo as provas e ainda fazendo um paralelo com a  Encíclica Fraterlli  Tutti no numeros  199 e 200  onde se ler: 

  • Alguns tentam fugir da realidade, refugiando-se em mundos privados, enquanto outros a enfrentam com violência destrutiva, mas «entre a indiferença egoísta e o protesto violento, há uma opção sempre possível: o diálogo. O diálogo entre as gerações, o diálogo no povo, porque todos somos povo, a capacidade de dar e receber, permanecendo abertos à verdade. Um país cresce quando dialogam de modo construtivo as suas diversas riquezas culturais: a cultura popular, a cultura universitária, a cultura juvenil, a cultura artística e a cultura tecnológica, a cultura económica e a cultura da família, e a cultura dos meios de comunicação».
  • Muitas vezes confunde-se o diálogo com algo muito diferente: uma troca febril de opiniões nas redes sociais, muitas vezes pilotada por uma informação mediática nem sempre fiável. Não passam de monólogos que avançam em paralelo, talvez impondo-se à atenção dos outros pelo seu tom alto e agressivo. Mas os monólogos não empenham a ninguém, a ponto de os seus conteúdos aparecerem, não raro, oportunistas e contraditórios.
  •  
    Jesus é o Centro da Comunidade e é dele que  brota toda força e ação salvadora  do Amor de Deus Pai com a força do Espirito Santo e nesse sentido no espaço da Comunidade eclesial deve resplandecer a semente do Ressuscitado e não deveria haver uma busca individual  egoísta fazer uma experiência com Jesus que  individualista que se molda ao modelo deste tempo com uma busca individual do  paz individual, o Shalom de Jesus não pode ser pra ficar trancado em espiritualidade   da auto realização ou de uma Paz interior que se resume nisso.
    O evangelho de hoje tem duas parte a primeira  onde Jesus se apresenta a comunidade reunida (João 20,19-23), estavam fechados com medo e Jesus envia  todos para  aquele mundo e aqui vale ressaltar que ao sairmos do culto/missa a realidade continua mesma e nossa missão fazer a diferença e na segunda parte  podemos perceber que até mesmo dentro da comunidade se faz necessário  comunicar a ressurreição
     Nesta segunda parte ( (João 20,24-29) temos o momento de crise de Tomé e o momento onde temos a maior profissão de Fé diante do Ressuscitado. Jesus ainda hoje apresenta suas chagas  na pessoa do lascados e excluídos. A Igreja só quer ver o Cristo vencedor e esquece que ele ainda esta crucificado nas cruzes do desemprego, da falta dignidade e da falta de esperança.  O Tomé que pede pra ver as chagas ainda existem no meio da comunidade.  Uma religião presa a necessidade de um milagre  certamente bebe a fonte de Tomé pra termina citando João 20, 29 onde o Mestre Jesus   o primeiro ressuscitado diz:
    • Disse-lhe Jesus: Porque me viste, Tomé, creste; bem-aventurados os que não viram e creram.
    E como foi revelado a Santa Faustina devemos acrescentar: Jesus eu confio em vós!



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