sábado, 29 de janeiro de 2022

Um Olhar no texto de Lucas 4, 21-30 - 4º Domingo do Tempo Comum.

 Pelo batismo recebemos o  três ministérios que não damos o devido valor, terminando o primeiro mês de 2022 um ano de eleição, somos chamados a refletir sobre a nossa vocação e fidelidade ao nosso ministério de  profetas ( em outro momento iremos falar do nosso sacerdócio e realeza), continuamos a leitura do domingo passado,  que  nos traz para realidade onde Jesus foi criado, a  sua pequena comunidade de vizinhos e amigos.



A vida é um caminho que devemos fazer  de forma consciente. Muita das vezes  poderemos ter que rever certas decisões,  e com isso seremos até mesmo condenados pelas escolhas. Hoje,   vivemos  o tempo onde muitos querem ficar  bem, querem fazer sucesso nas redes, onde a preocupação é com a Igreja  lotada como uma casa de show ou mesmo um teatro.  Quando escolhemos o caminhos da profecia,  sabemos  que  o caminhos que deveremos prosseguir será marcado pelo risco do martírio.  O profeta na definição que Jesus leu em Isaias 61,1-2;  se deixar mover pelo Espirito do Senhor, o Espirito que  conduz a Comunidade, que não  tem acordos ou   contratos com a injustiça.  Por isso é um Espirito de Libertação, sabendo que o termo profeta aparece no contexto bíblico umas 255 vezes dependendo da tradução e a palavra profecia  só 26 vezes. Alguns grupos religiosos confunde profecia com adivinhação(revelação) e não vamos entrar nesse mérito para não alongarmos  a nossa reflexão e o  Profeta sabe que a Palavra final, pertence ao Deus da Vida. Recordemos a liturgia do sábado (Marcos 4,35-41) quando na barca a Comunidade dos Apóstolos se desesperavam com a tempestade, ser profeta, ser batizado é encarar de  frente as dificuldades acreditando que tudo que acontece é para o  bem (Romanos 8,28).

Então, com essa introdução   vamos recorda que a nossa liturgia do 4º domingo do Tempo Comum  tem como 1ª  leitura Jer 1,4-5.17-19;  seguida pelo Salmo de Resposta Salmo 70 (71) que tem a seguinte resposta:  A minha boca proclamará a vossa salvação.  A 2ª Leitura continuamos a o texto do Domingo anterior:  1 Cor 12,31-13,13 e o Evangelho que iremos refletir  é:  Lc 4,21-30.

O texto  traz para nossa realidade que ser profeta envolve desagradar e as vezes colocar a vida em risco, como todo ser humano que habita um espaço, uma localidade  temos um passado (as vezes vivemos e até tivemos atitudes  que nos envergonha até hoje). Aqueles que estava, naquela sinagoga com Jesus, o conhecera  desde da infância e certamente, sem querem produzir  heresias, O Menino Jesus como toda criança,  viveu ali e  foi uma criança plena com as artes própria de criança. Ele,  na celebração daquela comunidade tomar  pra si o texto de Isaias e  provoca certa murmuração, citavam seu Pai José, sua origem humana.

Porem, Jesus demostrou o conhecimento  bíblico  citando o profeta Elias ( 1º Reis 17,8-24) e Profeta Elizeu  (2º Reis 5, 1-19)  e ousa desafiar aquele que estavam na acostumados com religiosidade  do comodismo. Eles pedem milagres,   desafiam Jesus para que Ele entre jogo da  promoção do seus dons,  carisma e por isso que a liturgia inicia com o Profeta Jeremias, narrando sua  vocação, passa pelo Salmo que nos convida a proclamar a Salvação e a leitura do cântico ao Amor cantado por muitos e recitado nas celebrações de bodas. A motivação do Profeta é o Amor pelo Reino e  por esse amor ele se submete ao julgamento e a condenação  da comunidade. 

O Deus da Vida, muitas das vezes passa longe das Igrejas com seus lideres que ostentam suas vestes que custam alguns milhares de reais, as igrejas  que estão preocupadas em manter estrutura de poder,  andam  longe da proposta libertadora do evangelho,  também certamente Deus não se faz presente nesse local.  O Espirito de Deus não está nas missas shows, que resume  a emoção e ao choro onde o compromisso da transformação da realidade é nulo.  O profeta não tem medo de ser jogado do alto da montanha, ele esta convicto de sua vocação e missão, nem tão  pouco fica  buscando  constituir plateia.  Jesus ao citar os profetas Elias e Eliseu tenta demostrar claramente que a graça e o amor de Deus não esta engessado em um prédio ou estrutura de poder humano, contudo seus vizinhos o confronta no sentido do deboche e da necessidade de  ridicularizar o seu discurso e pratica, todos sabemos que  os discursos e praticas de Jesus estavam interligados em uma sintonia única.  

Estamos no capitulo que Jesus  sai do deserto  para iniciar o  seu ministério, aqui Jesus atualiza a profecia de Isaias e essa é a maior missão da Comunidade, a de atualizar a Palavra de Deus em suas atitudes, todos temos total consciência, que Jesus de Nazaré nunca pregou a luta de classes, mas também  não defendeu a divisão injusta que a humanidade faz.  Jesus não gerou uma casta mais santa ou pura, sua Palavra e ação tem como pratica a inclusão e uma  inclusão de todos. Talvez,  isso assuste uns outros que recebem  da Comunidade os dons de pregar, de orientar e   muitas das vezes ficam reduzidos as Igrejas principais, deixando o povo com sede e fome do Evangelho nos lugares mais distantes,  pois  lá não tem uma platéia para aplaudir ou elogiar sua fala carregada de sentimentalismo vazio do sentimento amor. Toda 2ª leitura de hoje já é uma homilia, se nós conseguirmos colocar em prática todo o resto é apenas um detalhe.   

Jesus na sua primeira pregação após o Batismo e o deserto no texto de Lucas  já incomodou os poderosos, nós com nossas pregações  buscamos  aplausos e aprovações, nesse sentido estamos longe da proposta na vocação de Jeremias e muito distante do contexto evangélico ou mesmo do verdadeiro Amor que motiva nossa Fé.
Até que ponto  somos profetas?

Temos o verdadeiro envolvimento com missão de Jesus? 


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