Nesse domingo vamos encontrar Jesus junto ao poço e sendo a semana que celebramos o dia das Mulheres Jesus fala com uma mulher Samaritana e fala de uma água viva, que mata toda sede e nesse tempo de Brasil ainda tem 33 milhões de famintos e não sabemos o numero de pessoas que sofrem com a sede da Justiça. O encontro com a samaritana nos faz refletir sobre a pratica religiosa e faz pensar sobre nossos encontros com Jesus no nosso cotidiano, se de fato O reconheceremos em nossa lida de buscar água.
Estamos todos com sede quando vamos ao poço que esta no centro desse texto, o poço que mata a sede e revigora a caminhada do peregrino na nessa realidade, somos todos a Samaritana que precisa da água. Jesus ao falar da água que mata toda sede gera logo um interesse e abre o espaço para uma conversa. Todos os judeus eram proibidos em falar com os samaritanos. O povo da Samaria não era visto com bons olhos pelos judeus, pois eles não concordavam com o modelo religioso que os judeus adotaram com um culto centrado no templo de Jerusalém, só aceitavam o Pentateuco como inspirado por Deus, resumo além de ser um povo que ocupava o Reino de Israel, que devido às divisões fora conquistados pelos estrangeiros e assim se misturou deixando de ser judeu puro, eram vistos como hereges, infiéis, segundo os padrões judaicos e por isso não eram vistos como povo de Deus. Jesus ousa falar com uma mulher, superando uma dupla barreira, uma samaritana e mulhet é nesse contexto que Jesus revela a natureza humana, pois Jesus para pra descansar. Toda imagem matrimonial de Oseias aqui volta à tona quando a mulher diz que esta no quinto marido representando a dominação dos invasores sobre aquele povo e aqui temos o grande questionamento sobre a religiosidade e a proposta de Jesus é superar religiosidade limitada a um espaço ou local e do preconceitos que ainda hoje impera em nossas Igrejas quando afirma:
“já
chegou a hora em que os verdadeiros adoradores hão de adorar o Pai em espírito
a verdade, pois são esses os adoradores que o Pai deseja. Deus é espírito e os
seus adoradores devem adorá l'O em espírito e verdade”
Diante da pratica religiosa somente do rito, da ostentação Jesus faz uma proposta que a Samaritana se interessa, temos religiosos que no trabalho de evangelização só apresentam as normativas, as regras daquilo que esta na Bíblia, no catecismo e de acordo com esse ou esse aquele regimento perdendo a oportunidade de dialogar com outro, sem o relativismo, mas respeitando aquele que pensa diferente.
Aqui vale a pena entrar na canção dos titãs que diz que a gente não quer só comida, pois a realidade do poço como espaço cultural, Deus tem uma proposta de vida plena independente das nossas escolhas e aqui Jesus faz novamente uma referencia ao Espírito Santo na referência da água e vamos como à outra semana ficar com uma citação do Papa Francisco de 17 de março de 2017 sobre o texto de hoje
· "Queridos irmãos! A água que dá a vida eterna foi infundida
nos nossos corações no dia do nosso Batismo; nele Deus transformou-nos e
encheu-nos da sua graça. Mas talvez este grande dom o tenhamos esquecido, ou
reduzido a um mero dado civil; e talvez vamos à procura de «poços» cujas águas
não nos matam a sede. Quando esquecemos a verdadeira água, vamos à procura de
poços que não têm água limpa. Então este Evangelho é precisamente para nós! Não
só para a samaritana, mas para nós. Jesus fala-nos como falou à samaritana.
Certamente nós já o conhecemos, mas talvez ainda não o tenhamos encontrado
pessoalmente. Sabemos quem é Jesus, mas talvez não o tenhamos encontrado
pessoalmente, nem falado com Ele, e ainda não o reconhecemos como o nosso
Salvador. Este tempo de Quaresma é a ocasião boa para nos aproximarmos d’Ele, encontrá-lo
na oração num diálogo direto, falar com Ele, ouvi-lo; é a ocasião para ver a
sua rosto também no rosto de um irmão ou de uma irmã que sofre. Deste modo
podemos renovar em nós a graça do Batismo, matar a sede na fonte da Palavra de
Deus e do seu Espírito Santo; e assim descobrir também a alegria de nos
tornarmos artífices de reconciliação e instrumentos de paz na vida diária.”.
Jesus sentado junto ao poço não se apresenta
como um profeta a mulher percebe quem Ele é de fato, e assima Ele assume para ela
quem é. Isso nos serve de orientação quando em nossas falas ousamos dizer
que somos constituídos como essa ou aquela autoridade, todo o dialogo com a samaritana está no nível que ambos se entendem e é de
uma riqueza teológica e catequética que nos ajuda a pensar. Onde estamos
buscando a água para refrescar nossos corpos e matar nossa sede. O poço aqui: é nossa
comunidade de fé, sabe ir até Igreja para muitos é tedioso, cansativo e às
vezes os conflitos dos regimentos, das normativas, do direito e da razão causa
o afastamento. Devemos motivar nossa fé
não somente com uma busca ritual, rotineira da água no poço. Na
história da humanidade as fontes de água sempre foram espaço de vida e espaços
de disputa e guerra, em um conflito é um dos primeiros locais que se tenta
tomar, afinal sem água não ha vida.
“Voltando às observações sobre a religiosidade e reconhecimento do papel de Jesus nesse dialogo com a mulher do poço de Jacob”, situado no rico vale entre os montes Ebal e Garizi que seviu aquele povo do ano 1000ac ate 500 dC tendo 30 metros de fundura e ainda hoje ainda se tira água dele. A Samaritana vai ate a cidade anuncia e desperta a fé em muitos samaritanos daquela cidadã e provocado e animamdo a fé em Jesus, por causa da palavra da mulher. Olhando para nossos discursos e praticas devemos nos interrogar o motivo de não despertar a fé como aquela mulher fez,
Nesses tempos que buscamos aquilo que nos agrada ou seguimos apenas a lógica do quanto aquilo pode me da retorno ou alguma vantagem o evangelho desse domingo nos convida encher nossos baldes, garrafas e todo vasilhames daquilo que é bom e salutar. Muitos vivem buscando a aprovação e querem apenas ter em suas redes seguidores, aqui Jesus nos revela que temos que nos comprometer com anuncio. O ser humano é um eterno insatisfeito, se esta chovendo pede sol, esta sol pede chuva e assim vive a humanidade, mas todos nós temos desejo do eterno, da vida sem penúria sem dor, sede ou fome, esse “Q” da imortalidade que buscamos. A mulher samaritana não guardou pra si a salvação, ou tão ficou na proposta da espiritualidade no singular, ela multiplicou, anunciou e levou a novidade da salvação. Isso que nos falta nesses tempos esse ardor ainda olhando para outro texto de João que devemos refletir.
E vimos e testemunhamos que o Pai enviou o
seu Filho para ser o Salvador do mundo. Se alguém confessa publicamente
que Jesus é o Filho de Deus, Deus permanece nele, e ele em Deus. Portanto,
dessa forma conhecemos o amor que Deus tem por nós e confiamos plenamente nesse
amor. Deus é amor, e aquele que permanece no amor permanece em Deus, e Deus,
nele.[1] E são Paulo apostolo
nos recorda: Contudo, quando prego o
evangelho, não posso me orgulhar, pois me é imposta a necessidade de pregar. Ai
de mim se não pregar o evangelho![2]
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