sábado, 11 de março de 2023

Um Olhar no texto de João 4,5-42; 3º domingo da quaresma


No ultimo dia 8 um deputado que não precisamos divulgar o nome fez um deboche e fez comentários desnecessários em plena tribuna do Congresso e ainda vivemos uma realidade do ex-presidente explicando e um fato que não se justifica, comprovando que há algo estranho, pois um  presente é recebido e logo depois tem a compra de uma refinaria brasileira pela Arábia Saudita, isso  no mínimo soa estranho o pior é a cena digna dos trapalhões os funcionários  do seu gabinete  tentando liberar os itens na receita federal.  São fatos que vivemos no Brasil e ainda temos a celebração do jubileu de 10 anos do pontificados do Papa Francisco que acontecerá na segunda-feira; 13 de março e convidamos todo para ler o texto: 10 anos de Francisco e nesse sentido vamos celebra essa liturgia nesse 3º Domingo da quaresma com os seguintes textos: Êxodo 17,3-7; Salmo 94 (95) com a resposta Se hoje ouvirdes a voz do Senhor, não fecheis os vossos corações; Romanos 5,1-2.5-8 e evangelho João 4,5-42.

Nesse domingo vamos encontrar Jesus junto ao poço e sendo a semana que celebramos o dia das Mulheres Jesus fala com uma mulher Samaritana e fala de uma água viva, que mata toda sede e nesse tempo de Brasil ainda tem 33 milhões de famintos e não sabemos o numero de pessoas que sofrem com a sede da Justiça.  O encontro com a samaritana nos  faz refletir sobre a pratica religiosa e  faz  pensar sobre nossos encontros com Jesus no nosso cotidiano, se de fato O reconheceremos em nossa lida de buscar água.

Estamos todos com sede quando vamos ao poço  que esta no centro desse texto, o poço que mata a sede e revigora a caminhada  do peregrino na  nessa realidade, somos todos a Samaritana que precisa da água. Jesus ao falar da água que mata toda sede gera logo um interesse e abre o espaço para uma conversa. Todos os judeus eram proibidos em falar com os samaritanos.   O povo da Samaria não era visto com bons olhos pelos judeus, pois eles não concordavam com o modelo religioso que os judeus adotaram com um culto centrado no templo de Jerusalém, só aceitavam o Pentateuco como inspirado por Deus, resumo além de ser um povo que ocupava  o Reino de Israel, que devido às divisões fora conquistados pelos estrangeiros  e assim se misturou deixando de ser judeu puro,  eram vistos como hereges, infiéis, segundo os padrões judaicos e por isso não eram vistos como povo de Deus. Jesus ousa falar com uma mulher, superando uma dupla barreira, uma samaritana e mulhet é nesse contexto que Jesus  revela a natureza humana, pois Jesus para pra descansar. Toda imagem matrimonial de Oseias aqui volta à tona quando a mulher diz que esta no quinto marido representando a dominação dos invasores sobre aquele povo e aqui temos o grande questionamento sobre a religiosidade e a proposta de Jesus é superar religiosidade limitada a um espaço ou local e do preconceitos que ainda hoje impera em nossas Igrejas quando afirma:

“já chegou a hora em que os verdadeiros adoradores hão de adorar o Pai em espírito a verdade, pois são esses os adoradores que o Pai deseja. Deus é espírito e os seus adoradores devem adorá l'O em espírito e verdade”

Diante da pratica religiosa somente do rito, da ostentação Jesus faz uma proposta que a Samaritana se interessa, temos religiosos que no trabalho de evangelização só apresentam as normativas, as regras  daquilo que esta na Bíblia, no catecismo e de acordo com esse ou esse aquele regimento perdendo a oportunidade de dialogar com outro, sem o relativismo, mas respeitando aquele que pensa diferente.

Aqui vale a pena entrar na canção dos titãs que diz que a gente não quer só comida, pois a realidade do poço como espaço cultural, Deus tem uma proposta de vida plena independente das nossas escolhas e aqui Jesus faz novamente uma referencia ao Espírito Santo na referência da água e vamos como à outra semana ficar com uma citação do Papa Francisco de 17 de março de 2017  sobre o texto de hoje

·    "Queridos irmãos! A água que dá a vida eterna foi infundida nos nossos corações no dia do nosso Batismo; nele Deus transformou-nos e encheu-nos da sua graça. Mas talvez este grande dom o tenhamos esquecido, ou reduzido a um mero dado civil; e talvez vamos à procura de «poços» cujas águas não nos matam a sede. Quando esquecemos a verdadeira água, vamos à procura de poços que não têm água limpa. Então este Evangelho é precisamente para nós! Não só para a samaritana, mas para nós. Jesus fala-nos como falou à samaritana. Certamente nós já o conhecemos, mas talvez ainda não o tenhamos encontrado pessoalmente. Sabemos quem é Jesus, mas talvez não o tenhamos encontrado pessoalmente, nem falado com Ele, e ainda não o reconhecemos como o nosso Salvador. Este tempo de Quaresma é a ocasião boa para nos aproximarmos d’Ele, encontrá-lo na oração num diálogo direto, falar com Ele, ouvi-lo; é a ocasião para ver a sua rosto também no rosto de um irmão ou de uma irmã que sofre. Deste modo podemos renovar em nós a graça do Batismo, matar a sede na fonte da Palavra de Deus e do seu Espírito Santo; e assim descobrir também a alegria de nos tornarmos artífices de reconciliação e instrumentos de paz na vida diária.”.

Jesus sentado junto ao poço não se apresenta como um profeta a mulher percebe quem  Ele é de fato,  e assima Ele assume para ela quem é.  Isso nos serve de orientação quando em nossas falas ousamos dizer que somos constituídos como essa ou aquela  autoridade, todo o dialogo com a samaritana está no nível que ambos  se entendem e é  de uma riqueza teológica e catequética que nos ajuda a pensar. Onde estamos buscando a água para refrescar nossos corpos e matar nossa sede. O poço aqui:  é nossa comunidade de fé, sabe ir até Igreja para muitos é tedioso, cansativo e às vezes os conflitos dos regimentos, das normativas, do direito e da razão causa o afastamento.  Devemos motivar nossa fé não somente com uma busca ritual, rotineira da água no poço.   Na história da humanidade as fontes de água sempre foram espaço de vida e espaços de disputa e guerra, em um conflito é um dos primeiros locais que se tenta tomar, afinal sem água não ha vida. 

“Voltando às observações sobre a religiosidade e reconhecimento do papel de Jesus nesse dialogo  com a mulher do poço de Jacob”, situado no rico vale entre os montes Ebal e Garizi que seviu aquele povo do ano 1000ac ate 500 dC tendo 30 metros de fundura e ainda hoje ainda se tira água dele.  A Samaritana vai ate a cidade anuncia e desperta a fé em muitos samaritanos daquela cidadã e provocado  e animamdo  a fé  em Jesus, por causa da palavra da mulher. Olhando para nossos discursos e praticas devemos nos interrogar o motivo de não despertar a fé como aquela mulher fez,

Nesses tempos que buscamos aquilo que nos agrada ou seguimos apenas a lógica do quanto aquilo pode me da retorno ou  alguma vantagem o evangelho desse domingo nos convida encher nossos baldes, garrafas e todo vasilhames daquilo que é bom e salutar.  Muitos vivem buscando a aprovação e querem apenas ter em suas redes seguidores,  aqui Jesus nos revela que temos que nos comprometer com anuncio. O ser humano é um eterno insatisfeito, se esta chovendo pede sol,  esta sol pede chuva e assim vive a humanidade, mas todos nós temos desejo do eterno, da vida sem penúria sem dor, sede ou fome, esse “Q” da imortalidade que buscamos. A mulher samaritana não guardou pra si a salvação, ou tão ficou na proposta da espiritualidade no singular, ela multiplicou, anunciou e levou a novidade da salvação.  Isso que nos falta nesses tempos esse ardor ainda olhando para outro texto de João que  devemos  refletir.

E vimos e testemunhamos que o Pai enviou o seu Filho para ser o Salvador do mundo. Se alguém confessa publicamente que Jesus é o Filho de Deus, Deus permanece nele, e ele em Deus. Portanto, dessa forma conhecemos o amor que Deus tem por nós e confiamos plenamente nesse amor. Deus é amor, e aquele que permanece no amor permanece em Deus, e Deus, nele.[1]  E são Paulo apostolo nos recorda: Contudo, quando prego o evangelho, não posso me orgulhar, pois me é imposta a necessidade de pregar. Ai de mim se não pregar o evangelho![2]




[1] 1 João 4,14-16

[2]  1 Coríntios 9:16

 

 

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