sábado, 14 de janeiro de 2023

Um Olhar no texto de João 1,29-34. - 2º domingo do tempo comum

 


Iniciamos o novo ano e no Brasil um novo governo que para muitos representa a esperança e para outros um problema.  Diante de um grupo que transvertido de patriota invade os espaços sagrados de uma republica para destruir. Fica dificil  acredita em um país que esta procurando se encontrar, pois chegamos ao ponto de em nome da pátria destruir os símbolos sagrados da democracia. Diante da prisão dos invadores com celulares caros em suas mãos postam o tempo todo,  falando da comida, da acolhida e todo resto. Estranho a reclamação depois de 70 dias acampados na frente de uma unidade militar,  pedindo a intervenção federal. Longe de ter pena desses cidadãos,  que podemos considerar como  maus perdedores.  Essas pessoas dormiram, faltaram a aula de historia, esquecendo que a democracia é feita com voto na urna. No EUA o ex-presidente diz que perdeu a eleição, pois o voto é no papel e no Brasil o outro diz que a urna eletrônica não confiável por ele não vencer, mas a mesma urna elegeu os governadores de São Paulo e do Rio de Janeiro e grupo grande de parlamentares no Brasil inteiro que teve o apoio do mesmo que denuncia a falsa fraude.  Só nesse ponto, se percebe um argumento falho e raso. Deixemos esse assunto para outro momento e vamos para liturgia desse 2º domingo do tempo comum que é a seguinte: Isaias 49,3. 5-6;  Salmo 39(40)  com a resposta: Eu venho, Senhor, para fazer a vossa vontade;  1 Coríntios  1,1-3 e o  evangelho  é  João 1,29-34. Seria valido antes de mais nada entendermos os movimentos no tempo de Jesus  para melhor meditar o evangelho de Jesus.  

Vivemos um tempo vocacional e devemos nos interroga até que ponto estamos indicando o Cristo como sinal da unidade em nossas comunidades, o texto desse domingo faz parte da introdução do evangelho de João e aqui temos apresentação do Cordeiro de Deus. O Agnus Dei e  temos uma referencia ao sacrifício de Abraão[1] e também na libertação do povo de Deus no livro do êxodo[2].  Na religião judaica o sacrifício de um cordeiro era usual na sua liturgia e João Batista ao apontar Jesus traz a luz esses dos momentos, um do sacrifício do filho de Abraão, pois Deus Pai vai permitir o sacrifício cruento do seu filho único para gerar o segundo momento, a nossa plena libertação da morte.

Mas para plena libertação se faz necessário uma adesão consciente ao projeto do cordeiro que exige da nossa parte uma entrega plena e seguir Jesus,  não é abraçar uma ideologia, uma luta política, uma moda ou tão pouco fazer parte de um grupo seleto que tem benefícios ou honra.
Conversávamos  ontem com uma jovem que participa de grupo religioso de matriz africana e podemos ver que temos mais em comum em nossas lutas e dores na pratica da fé, pois precisamos fazer que a nossa pratica religiosa ultrapasse a barreira dos nossos espaços de culto. Sendo evangélico protestante, católico ou praticante de outra vertente religiosa devemos preza pelo bem, pela defesa da vida, sem fanatismos ou tão pouco com discurso de escolhido por uma força sagrada nos achando
acima dos demais.  Jesus  viveu dentro da realidade,   Ele não se trancou em um mundo paralelo e se fez um homem que habitou o mundo,  fez a historia sem armas ou discurso de ódio e ao contrario dos outros pseudo messias nunca defendeu a luta armada, sua proposta era objetiva e direta, sem meia volta ou adaptações para ganhar seguidores.

Durante a semana que passou Ele quebra barreiras, curando a sogra de Pedro, tocando em um leproso,  curando um homem que estava paralitico e acolheu Mateus no grupo dos 12 mostrando para todos o seu compromisso para com vida plena. 

Sabemos que o pecado em todas as suas formas exclui, paralisa e cria conflitos e no Brasil onde ainda temos 33 milhões de famintos, devemos  nos revolttar com uma pessoa reclamando de receber como alimento macarrão com salsicha,  dizendo  que não é comida pra gente, isso devia nos causar revoltar. Diante da nossa realidade aqueles que estão reclamando se dizem discípulos do Mestre de Jesus, sabemos bem que a missão dos seguidores do Mestre não é tomar de assalto prédios públicos com discurso de ódio e Jesus diante da prisão mesmo  inocente se comporta  como um Cordeiro silenciando e seguiu o fluxo se entregando por amor.

Longe de qualquer pessoa se igualar a Jesus, mas Ele o modelo ideal seguido por milhões de santos e  santas na historia da humanidade. João faz sua apresentação oficial aos seus discípulos, orientando que O siga, nós também devemos apresentar Jesus a todos que estão próximos na nossa realidade, apresenta-Lo da maneira correta.  Ele Jesus não tem obrigação de nos  conceder um carro, casa, um namoro ideal e todo resto, aquilo que Pe Zezinho diz que se fizermos a opção de seguir Jesus todo resto não será fácil, mas teremos menos sacrifícios. João Batista ainda fala que não conhecia Jesus e aqui nos cabe duas  perguntas simples:

·        De fato em nossa pratica religiosa conhecemos Jesus?

·        Qual Jesus que estamos apresentando para nossas comunidades, família, amigos etc.?

João não tira do ar à revelação que Jesus é o Cordeiro de Deus, Ele apresenta todo o enredo do batismo, a revelação do Espírito Santo e por fim a condição Divina de Jesus dentro da realidade humana.  Muitas das vezes somos parte de uma comunidade e por pura empolgação pulamos etapas e não percebemos o quanto é sagrado a existência humana. Não permitimos a manifestação da voz de Deus e no segundo momento travamos o seu Espírito, ora por ter todos os ministérios ou se somos lideranças religiosas estamos preocupado em obter dinheiro para manter esse ou aquele compromisso. Alguns se transveste de escolhidos se revestindo com todo tipo de veste, enchendo o altar de velas,  preocupado em obter seguidores fazendo de  tudo até mesmo sapatear no altar[3]. 

Somos chamados a superar tudo Isso,  vivendo toda realidade encarnada no projeto de salvação, dos quatro evangelhos canônicos o texto de João é aquele que apresenta de forma plena a missão de Jesus, fazendo uma alusão direta desde primeiro versículo até o fim a realidade divina e humana de Jesus, fazendo sempre uma  uma apresentação de Jesus: O Verbo de Deus, o Cordeiro de Deus, Videira Verdadeira, a Porta e Bom Pastor. Em resumos se não nos identificarmos com o Cordeiro, talvez uma dessas figuras possa nos tocar durante esse tempo novo que iniciamos.

Que Deus nos ajude a seguir o Cordeiro    





[1]  Genesis 22, 1-14

[2] Exodo 12

[3] Certa vez ouvimos de um padre que eu não sabia o quanto ele tinha que sapatear no altar para manter as contas em dias o apelidamos  sapatinho de fogo

 

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