sábado, 27 de agosto de 2022

Um olhar no texto de São Lucas 14,1.7-14 ; 22º Domingo do Tempo Comum

 



Na  semana que passou vivemos ai a expectativa da fala dos candidatos a presidência do Brasil e  após a fala dos mesmo houve que dissesse que seu candidato foi prejudicado e outro beneficiado. No Brasil polarizado onde vivemos os polos   a Igreja do Brasil ganha dois novos cardeais  e nos sentimos honrados e ter tido a graça de ter um dia tomado um café na mesma mesa de ambos.  Dom Leonardo Cardeal Steiner    esteve na Diocese de Nova Iguaçu  uma vez que recordo e na ocasião da Rio+20  estivemos presente na sua fala e depois no almoço e parece que sua eleição como Arcebispo de Manaus foi um dos acertos do Papa Francisco  e podemos dizer que será o cardeal verde e quanto a  Dom Paulo Cezar Cardeal Costa  foi reitor do Seminário Diocesano de Nova Iguaçu sempre demonstrou um zelo e uma preocupação com a formação e organização da Igreja, estando em Brasília tem se esforçado para  que a Igreja Particular da  Capital Brasileira possa  ser de fato   presente nas diversas realidades que lá existe.

Talvez o nobre leitor   queira entender  que esses fatos tem haver com a nossa liturgia, nesse domingo dedicado a vocação do Leigo e forma especial aos Catequistas que ganharam status de ministério  com o Papa Francisco o 22º Domingo do Tempo Comum nos leva refletir sobre a importância de nossa amizades e como  nos relacionamos como as pessoas. E por isso antes de mais nada vamos  lembra a leitura  que são:  Eclesiástico  3,19-21.30-31; Salmo 67 (68)  como o Refrão: Na vossa bondade, Senhor, preparastes uma casa para o pobre; Hebreus  12,18-19.22-24 e o Evangelho de  Lucas 14,1.7-14 que tem como temática o banquete, por isso citamos que um dia tivemos a honra de estar a mesa com os cardeais  citados acima, mas isso em nossa história de vida nos fará melhor que qualquer outra pessoa.   Pois sentar-se a mesa com alguém de prestigio, poderá até nos conceder certas honras, mas se isso nos levar a uma fé sem compromisso com os excluídos  nossa prática  será apenas um detalhe na nossa história particular.

Certa vez ouvimos a frase que saiu da boca de uma pessoa que era preciso ter ambição,  respondemos que precisamos ter um sonho e a critica de Jesus hoje é aos puxa-sacos que  se tornam amigos, que se aproximam daqueles que possuem algum poder ou prestigio e orbitando suas mesas, seus gabinetes e até fazendo acordos políticos para  benefícios  próprio.  Durante a  semana aconteceu a sabatina dos  candidatos devemos ouvir todos, mesmo contra a nossa vontade, não podemos permitir que o ódio  nos cegue. A mesa do  esta posta  nas nossas comunidades e essa mesa é para toda humanidade  e nesse  sentido  a critica de Jesus a espiritualidade e a religiosidade sem  compromisso  pois  se olharmos a figura do banquete qual diz a Escritura: «Preparais-me um banquete à vista dos meus adversários» (Sl 22,5). Aí, encontramos os pães da oferenda, o vitelo gordo e o Cordeiro que tira os pecados do mundo (cf Ex 25,30; Lc 15,23; Jo 1,29); são-nos oferecidos o pão que desceu do Céu e o cálice da Nova Aliança (cf Jo 6,51; 1Cor 11,25 e a figura do banquete é momento festivo  onde  todos podem fazer parte.  A figura do  banquete nupcial é uma referência a Eucaristia celebrado pelos católicos ou a Santa Ceia para os protestantes.   Alguns entram na fila com seus títulos e honras  se achando os já salvos plenamente, arrotando santidade e se achando os senhores donos do próprio Deus.

Outro dia durante um  almoço  com pessoa ela nos questionou sobre o Amor de Deus, se de fato   tínhamos experimentado diante de tanta perseguição que sofremos  por nossas escolhas e naquele mesmo dia em uma conversa com um  Pastor Batista falávamos o quanto Deus nos ama  e nos permite um recomeço a cada dia e quanto a participação  na vida comunitária   no culto, na missa no estudo da Palavra se faz necessário, mas isso não deve ser  nossa única base. Pois ir   somente   a Igreja  negligenciando o tempo com a família, as obrigações com o trabalho, não praticar a solidariedade   e também não ter um tempo para  oração  intima   com Deus  não nos abrirá as portas do céu, pois estamos apenas buscando primeiro lugar.   Ser Bispo, Pastor, Padre ou qualquer cargo eclesiástico  não nos abre a porta do céu de forma automática, para alguns  o efeito é aos contrario  pois  o caminho do Inferno é sua única possibilidade   e aqui vale pena volta   lá no texto[1]  do primeiro domingo de agosto. Neste dia dos Catequistas somos chamados a refletir sobre a nossa cidadania  batismal, o modelo de Igreja muitas das vezes  que se prende a ritos  solenes que nada dizem, que se tornam apenas representações e batismo virou um detalhe e o apostolo Paulo fala sobre o se revestir do homem novo[2]

·        Se revestistes do novo homem, que se renova para o pleno conhecimento, segundo a imagem daquele que o criou; Nessa nova ordem de vida, não há mais diferença entre grego e judeu, circunciso e incircunciso, bárbaro e cita, escravo ou pessoa livre, mas, sim, Cristo é tudo e habita em todos vós. …

Recordamos que   neste capitulo Jesus curou um homem no dia de sábado  na casa desse fariseu, gerando  uma certo comentário no evento, sem esquecer que o evento é no sábado onde existe seria regra  religiosa que proibia certas  atividade mas não proibiu os serviçais  preparem o almoço para eles. Jesus ao questionar o padrão de qualidade dos religiosos daquele tempo, acreditamos que Ele também questionar o nosso padrão  de qualidade de uma Igreja muitas das vezes que pregam tudo e  até o evangelho  mas pratica é outra, preferem o ódio, a cobiça, trabalham pela ambição  querem  pregar e  estar somente em Igrejas cheias onde recebem todos os incensos e honras.  Deus nos criou  todos iguais e seu Filho Jesus na Cruz morre por todos sem distinção de ideologia política ou religiosa  e sua exigência  é que façamos  uma   verdadeira revolução nas relações entre  nós, que sejamos  responsável pela inclusão, que possamos ir na contramão da sociedade que  prega a violência  gratuita e aqui recordamos  o comentário de uma pessoa em uma rede social em relação aos jovens  desaparecidos na cidade de Nova Iguaçu  que fez questão  semear o ódio  e  magoa para os seus familiares fazendo insinuações que por questões  éticas que não vamos repetir.  Seguir Jesus não torna Juízes ou donos da misericórdia Divina.

Olhando ainda para realidade quando organizamos temos o costume de deixar o nome na portaria  e Jesus quando faz a observação sobre uns outros que fazem valer seus títulos ou  cargos   deixa bem claro que sempre há alguém com importância para o dono da festa e aqui a sua observação é para que  não sejamos humilhados ou tão nos achemos mais importantes que os outros para que sejamos verdadeiro cristãos combatendo o nosso complexo de superioridade vivendo  em uma proposta de uma Igreja que Semente do Reino. Jesus fala de um Reino pois ele não tem visão imperialista.  Assistimos em nossas Igrejas uma corrida pelos primeiros lugares e isso que esse evangelho vem nos  orientar, o noivo é Jesus e o chamado vocacional é feito por Ele,  se preocupam com as  vestimentas caras e aqui vale a pena recorda a fala do Papa daqueles que usam as rendas da vovó e a preocupação de usar vestes como distinção e prestigio social e assim o serviço se torna poder e prepotência ficando assim fora do grande banquete nupcial.  Lucas apresenta Jesus  pede que sejamos fraternos com aqueles que estão a margem da sociedade  os casais de segunda união, os homoafetivos,  as prostitutas  e os dependentes químicos que sofrem a exclusão em nossas Igrejas.

Aquele fariseu convidou Jesus para se exibir, pois Jesus  tinha se tornado importante para alguns  e sendo chamado de Mestre por alguns  e   Ele aceita o convite,   mas se mostra incomodado, pois sabia que estava sendo vigiado esperando o seu deslize. Jesus usa o momento para apresentar a proposta  de inclusão e  questionar nossas ações e devemos diariamente combater o fariseu que temos em nossos corações, em nossas consciências e nossas práticas sociais. Podemos encerrar  nossa reflexão com a frase de Jesus:  Quem se exalta, será humilhado, e quem se humilha, será exaltado»[3].




[1] Um olhar no texto de São Lucas 12,32-48 ; 19º Domingo do Tempo Comum publicado em 6 de agosto de 2022

[2] Colossenses 3,10-11

[3]  Lucas 14,11

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