Não estamos aqui para analise ou tão pouco critica as teses de Lutero, contudo ouvimos fala desde de muito jovem sobre as ditas teses e que elas atacavam a Igreja e que esta tudo errado, depois mergulhamos no estudo da História e não nos preocupamos em analise tais teses, contudo agora que o Movimento iniciado por esse Monge completou seus 500 anos achamos por bem , por curiosidade mergulhar e pelo menos ler as 95. Guardamos em nossos coração o comentário que poderíamos fazer. Não concordamos em 100% com as teses, mas também não discordamos. Deixamos abaixo as 95 teses e cada um faça sua analises e tome uma posição.
DNonato
Movido pelo amor e pelo empenho em prol do esclarecimento da
verdade, discutir-se-á em Wittemberg, sob a presidência do Rev. Padre Martinho
Lutero, o que segue. Aqueles que não puderem estar presentes para tratarem o
assunto verbalmente conosco, o poderão fazer por escrito.
Em
nome de nosso Senhor Jesus Cristo. Amém.
1ª Tese: Dizendo
nosso Senhor e Mestre Jesus Cristo: Arrependei-vos… etc., certamente quer que
toda a vida dos seus crentes na terra seja contínuo e ininterrupto
arrependimento.
2ª Tese: E esta
expressão não pode e não deve ser interpretada como referindo-se ao sacramento
da penitência, isto é, à confissão e satisfação, a cargo dos sacerdotes.
3ª Tese: Todavia
não quer que apenas se entenda o arrependimento interno; o arrependimento
interno; o arrependimento interno nem mesmo é arrependimento quando não produz
toda sorte de mortificação da carne.
4ª Tese: Assim
sendo, o arrependimento e o pesar, isto é, a verdadeira penitência, perdura
enquanto o homem se desagradar de si mesmo, a saber, até à entrada para a vida
eterna.
5ª Tese: O papa
não quer e não pode dispensar de outras penas além das que impôs ao seu alvitre
ou nem acordo com os cânones, que são estatutos papais.
6ª Tese: O papa
não pode perdoar dívida, senão declarar e confirmar aquilo que já foi perdoado
por Deus, ou então o faz nos casos que lhe foram reservados. Nestes casos, se
desprezados, a dívida em absoluto deixaria de ser anulada ou perdoada.
7ª Tese: Deus a ninguém perdoa a dívida sem que ao
mesmo tempo o subordine, em sincera humildade, ao ministro, seu substituto.
8ª Tese: Cânones poenitentiales, que são as ordenanças
de prescrição da maneira em que se deve confessar e expiar, apenas são impostos
aos vivos, e, de acordo com as mesmas ordenanças, não dizem respeito aos
moribundos.
9ª Tese: Eis por
que o Espírito Santo nos faz bem mediante o papa, excluindo este de todos os
seus decretos ou direitos o artigo da morte e da necessidade suprema.
10ª Tese: Procedem
desajuizadamente e mal os sacerdotes que reservam e impõe aos moribundos
penitências canônicas ou para o purgatório a fim de ali serem cumpridas.
11ª Tese: Este
joio, que é o de transformar a penitência e satisfação, prevista pelos cânones
ou estatutos, em penitência ou penas do purgatório, foi semeado enquanto os
bispos dormiam.
12ª Tese: Outrora
canônica poenae, ou seja, penitência e satisfação por pecados cometidos, eram
impostos, não depois, mas antes da absolvição, com a finalidade de provar a
sinceridade do arrependimento e do pesar.
13ª Tese: Os
moribundos tudo satisfazem com a sua morte e estão mortos para o direito canônico,
sendo, portanto, dispensados, com justiça, de sua imposição.
14ª Tese; Piedade
ou amor imperfeitos da parte daquele que se acha às portas da morte,
necessariamente resultam em grande temor; logo, quanto menos o amor, tanto
maior o temor.
15ª Tese: Este
temor e espanto em si tão só, sem nos referirmos a outras coisas, basta para
causar o tormento e o horror do purgatório, pois se avizinham da angústia do
desespero.
16ª Tese: Inferno,
purgatório e céu parecem ser tão diferentes quanto o são um do outro o desespero
completo, incompleto ou quase desespero e certeza.
17ª Tese: Parece
que assim como no purgatório diminuem a angústia e o espanto das almas, também
deve crescer e aumentar o amor.
18ª Tese: Bem assim parece não ter sido provado, nem
por boas razões e nem pela Escritura, que as almas do purgatório se encontram
fora da possibilidade do mérito ou do crescimento no amor.
19ª Tese: Parece
ainda não ter sido provado que todas as almas do purgatório tenham certeza de
sua salvação e não receiem mais por ela, não obstante nós termos esta certeza.
20ª Tese: Por isso
o papa não quer dizer e nem compreender com as palavras “perdão plenário de
todas as penas” o perdão de todo o tormento, mas tão só as penas por ele
impostas.
21ª Tese: Eis por
que erram os apregoadores de indulgências ao afirmarem ser o homem perdoado de
todas as penas e salvo mediante indulgência do papa.
22ª Tese: Com
efeito, o papa nenhuma pena dispensa às almas do purgatório das que, segundo os
cânones da igreja, deviam ter expiado e pago na presente vida.
23ª Tese: Verdade
é que se houver qualquer perdão plenário das penas, este apenas será dado aos
mais perfeitos, que são muitos poucos.
24ª Tese: Logo, a
maioria do povo é ludibriado com as pomposas promessas do indistinto perdão,
impressionando-se o homem singelo com as penas pagas.
25ª Tese: Exatamente
o mesmo poder geral que o papa tem sobre o purgatório, qualquer bispo e cura
d’almas o tem no seu bispado e na sua paróquia, quer de modo especial e quer
para com os seus em particular.
26ª Tese: O papa faz muito bem em não conceder o perdão
às almas em virtude do poder das chaves (coisa que não possui), mas pela ajuda
ou em forma de intercessão.
27ª Tese: Pregam
futilidades humanas quantos alegam que no momento em que a moeda soa ao cair na
caixa a alma se vai do purgatório.
28ª Tese: Certo é
que, no momento em que a moeda soa na caixa, vem lucro, e o amor ao dinheiro
cresce e aumenta; a ajuda, porém, ou a intercessão da igreja tão só
correspondem à vontade e ao agrado de Deus.
29ª Tese: E quem sabe, se todas as almas do
purgatório querem ser libertadas, quando há quem diga o que sucedeu com S.
Severino e Pascoal.
30ª Tese Ninguém
tem certeza da suficiência do arrependimento e pesar verdadeiros, muito menos
certeza pode ter de haver alcançado pleno perdão dos seus pecados.
31ª Tese Tão raro
como existe alguém que possui arrependimento e pesar verdadeiros, tão raro
também é aquele que verdadeiramente alcança indulgência, sendo bem poucos os
que se encontram.
32ª Tese Irão
para o diabo, juntamente com os seus mestres, aqueles que julgam obter certeza
de sua salvação mediante breves de indulgência.
33ª Tese Há que
acautelar-se muito e ter cuidado daqueles que dizem: A indulgência do papa é a
mais sublime e mais preciosa graça ou dádiva de Deus, pela qual o homem é
reconciliado com Deus.
34ª Tese Tanto
assim que a graça da indulgência apenas se refere à pena satisfatória,
estipulada por homens.
35ª Tese Ensinam
de maneira ímpia quantos alegam que aqueles que querem livrar almas do
purgatório ou adquirir breves de confissão não necessitam de arrependimento e
pesar.
36ª Tese Tudo o
cristão que se arrepende verdadeiramente dos seus pecados e sente pesar por ter
pecado, tem pleno perdão da pena e da dívida, perdão esse que lhe pertence
mesmo sem breve de indulgência.
37ª Tese Todo e
qualquer cristão verdadeiro, vivo ou morto, é participante de todos os bens de
Cristo e da Igreja, por dádiva de Deus, mesmo sem breve de indulgência.
38ª Tese Entretanto
se não devem desprezar o perdão e a distribuição deste pelo papa. Pois,
conforme declarei, o seu perdão consiste numa declaração do perdão divino.
39ª Tese Ë
extremamente difícil, mesmo para os mais doutos teólogos, exaltar diante do
povo ao mesmo tempo a grande riqueza da indulgência e, ao contrário, o
verdadeiro arrependimento e pesar.
40ª Tese O
verdadeiro arrependimento e pesar buscam e amam o castigo; mas a profusão da
indulgência livra das penas e faz com que se as aborreça, pelo menos quando há
oportunidade para tanto.
41ª Tese É
necessário pregar cautelosamente sobre a indulgência papal, para que o homem
singelo não julgue erradamente ser a indulgência preferível às demais obras de
caridade ou melhor do que elas.
42ª Tese Deve-se
ensinar aos cristãos, não ser pensamento e opinião do papa que a aquisição de
indulgências de alguma maneira possa ser comparada com qualquer obra de
caridade.
43ª Tese Deve-se
ensinar aos cristãos, proceder melhor quem dá aos pobres ou empresta ao
necessitado do que os que compram indulgência.
44ª Tese É que
pela obra de caridade cresce o amor ao próximo e o homem torna-se mais piedoso;
pelas indulgências, porém, não se torna melhor senão mais seguro e livre da
pena.
45ª Tese Deve-se ensinar
aos cristãos que aquele que vê seu próximo padecer necessidade e a despeito
disto gasta dinheiro com indulgências, não adquire indulgência do papa, mas
desafia a ira de Deus.
46ª Tese Deve-se
ensinar aos cristãos que, se não tiverem fartura, fiquem com o necessário para
a casa e de maneira nenhuma o esbanjem com indulgências.
47ª Tese Deve-se
ensinar aos cristãos ser a compra de indulgência livre e não ordenada.
48ª Tese Deve-se
ensinar aos cristãos que se o papa precisa conceder mais indulgências, mais
necessita de uma oração fervorosa do que de dinheiro.
49ª Tese Deve-se
ensinar aos cristãos serem muito boas as indulgências do papa enquanto o homem
não confiar nelas; mas muito prejudiciais quando, em conseqüência delas, se
perde o temor de Deus.
50ª Tese Deve-se
ensinar aos cristãos que se o papa tivesse conhecimento da traficância dos
apregoadores de indulgência, preferiria ver a basílica de São Pedro ser
reduzida a cinzas a ser edificada com a pele, a carne e os ossos de suas
ovelhas.
51ª Tese Deve-se
ensinar aos cristãos que o papa, por um dever seu, preferiria distribuir o seu
dinheiro aos que em geral são despojados do dinheiro pelos apregoadores de
indulgência, vendendo, se necessário, a própria basílica de São Pedro.
52ª Tese Esperar
ser salvo mediante breves de indulgência é vaidade e mentira, mesmo se o
comissário de indulgências e o próprio papa oferecessem sua alma como garantia.
53ª Tese São
inimigos de Cristo e do papa quantos por causa da prédica de indulgências
proíbem a palavra de Deus nas demais igrejas.
54ª Tese Comete-se
injustiça contra a palavra de Deus quando, no mesmo sermão, se consagra tanto
ou mais tempo à indulgência do que à pregação da palavra do Senhor.
55ª Tese A
intenção do papa não pode ser outra do que celebrar a indulgência, que é a
coisa menor, com um toque de sino, uma pompa, uma cerimônia, enquanto o
evangelho, que é o essencial, importa ser anunciado mediante cem toques de
sino, centenas de pompas e solenidades.
56ª Tese: Os tesouros da igreja, dos quais o papa tira e
distribui as indulgências, não são bastante mencionados e nem suficientemente
conhecidos na Igreja de Cristo.
57ª Tese É
evidente que não são bens temporais, porquanto muitos pregadores não os
distribuem com facilidade, antes os ajuntam.
58ª Tese Também
não são os merecimentos de Cristo e dos santos, porquanto este sempre são
suficientes, e, independente do papa, operam graça do homem interior e são a
cruz, a morte e o inferno do homem exterior.
59ª Tese São
Lourenço chama aos pobres, os quais são membros da Igreja, tesouros da Igreja,
mas no sentido em que a palavra era usada na sua época.
60ª Tese Afirmamos
com boa razão, sem temeridade ou leviandade, que estes tesouros são as chaves
da Igreja, que lhe foram dadas pelo merecimento de Cristo.
61ª Tese Evidente
é que, para o perdão das penas e para a absolvição em determinados casos, o
poder do papa por si só basta.
62ª Tese O
verdadeiro tesouro da Igreja é o santíssimo evangelho da glória e da graça de
Deus.
63ª Tese Este
tesouro, porém, é muito desprezado e odiado, porquanto faz com que os primeiros
sejam os últimos.
64ª Tese Enquanto
isso o tesouro das indulgências é notoriamente o mais apreciado, porque faz com
que os últimos sejam os primeiros.
65ª Tese Por essa
razão os tesouros evangélicos foram outrora as redes com que se apanhavam os
ricos e abastados.
66ª Tese Os
tesouros das indulgências, porém, são as redes com que hoje se apanham as
riquezas dos homens.
67ª Tese As
indulgências, apregoadas pelos seus vendedores como a mais sublime graça,
decerto assim são consideradas porque lhes trazem grandes proventos.
68ª Tese Nem por
isso semelhante indulgência é a mais ínfima graça, comparada com a graça de
Deus e a piedade da cruz.
69ª Tese Os
bispos e os sacerdotes são obrigados a receber os comissários das indulgências
apostólicas com toda reverência.
70ª Tese Entretanto
tem muito maior dever de conservar abertos os olhos e ouvidos, para que estes
comissários, em vez de cumprirem as ordens recebidas do papa, não apregoem os
seus próprios sonhos.
71ª Tese Quem levanta a sua voz
contra a verdade das indulgências papais é excomungado e maldito.
72ª Tese Aquele,
porém, que se insurgir contra as palavras insolentes e arrogantes dos
apregoadores de indulgências, seja abençoado.
73ª Tese Da mesma
maneira em que o papa usa de justiça ao fulminar com a excomunhão aos que em
prejuízo do comércio de indulgências procedem astuciosamente.
74ª Tese Muito
mais deseja atingir com o desfavor e a excomunhão àqueles que, sob pretexto de
indulgências, prejudicam a santa caridade e a verdade pela sua maneira de
agirem.
75ª Tese Considerar
a indulgência do papa tão poderosa, a ponto de absolver alguém dos pecados,
mesmo que (coisa impossível de se expressar) tivesse deflorado a mãe de Deus,
significa ser demente.
76ª Tese Bem ao
contrário afirmamos que a indulgência do papa nem mesmo pode anular o menor
pecado venial no que diz respeito a culpa que representa.
77ª Tese Afirmar
que nem mesmo São Pedro, se no momento fosse papa, poderia dispensar maior
indulgência, constitui insulto contra São Pedro e o papa.
78ª Tese Dizemos, ao contrário, que o atual papa, e
todos os que o sucederam, é detentor de muito maior indulgência, isto é, o
evangelho, dom de curar, etc., de acordo com o que diz 1 Corinto 12.6-9.
79ª Tese Alegar
ter a cruz de indulgências, erguida e adornada com as armas do papa, tanto
valor como a própria cruz de Cristo é blasfêmia.
80ª Tese Os
bispos, padres e teólogos que consentem em semelhante linguagem diante do povo,
terão de prestar contas desta atitude.
81ª Tese Semelhante
pregação, a enaltecer atrevida e insolentemente a indulgência, torna difícil
até homens doutos defenderem a honra e dignidade do papa contra a calúnia e as
perguntas mordazes e astutas dos leigos.
82ª Tese Haja
vista exemplo como este: Por que o papa não livra duma só vez todas as almas do
purgatório, movido pela santíssima caridade e considerando a mais premente
necessidade das mesmas, havendo santa razão para tanto, quando, em troca de vil
dinheiro para a construção da basílica de São Pedro, livra inúmeras delas, logo
por motivo bastante infundado?
83ª Tese Outrossim: Por que continuam as exéquias e
missas de ano em sufrágio das almas dos defuntos e não se devolve o dinheiro
recebido para esse fim ou não se permite os doadores busquem de novo os
benefícios ou prebendas oferecidos em favor dos mortos, quando já não é justo
continuar a rezar pelos que se acham remidos?
84ª Tese E: Que
nova santidade de Deus e do papa é esta a consentir a um ímpio e inimigo
resgate uma alma piedosa e agradável a Deus por amor ao dinheiro e não livrar
esta mesma alma piedosa e amada por Deus do seu tormento por amor espontâneo e
sem paga?
85ª Tese E: Por
que os cânones de penitência, isto é, os preceitos de penitência, que faz muito
caducaram e morreram de fato pelo desuso, tornam a remir mediante dinheiro,
pela concessão de indulgência, como se continuassem em vigor e bem vivos?
86ª Tese E: Por
que o papa, cuja fortuna é maior do que a de qualquer Creso, não prefere
construir a basílica de São Pedro de seu próprio bolso em vez de o fazer com o
dinheiro de cristãos pobres?
87ª Tese E: Que
perdoa ou concede o papa pela sua indulgência àqueles que pelo arrependimento
completo tem direito ao perdão ou indulgência plenária?
88ª Tese Afinal:
Que benefício maior poderia receber a igreja se o papa, que atualmente o faz
uma vez ao dia cem vezes ao dia concedesse aos fiéis este perdão a título
gratuito?
89ª Tese Visto o
papa visar mais a salvação das almas mediante a indulgência do que o dinheiro,
por que razão revoga os breves de indulgência outrora por ele concedidos,
quando tem sempre as mesmas virtudes?
90ª Tese Desfazer
estes argumentos muito sutis dos leigos, recorrendo apenas à força e não por
razões sólidas apresentadas, significa expor a igreja e o papa ao escárnio dos
inimigos e desgraçar os cristãos.
91ª Tese Se,
portanto, a indulgência fosse apregoada no espírito e sentido do papa, estas
objeções poderiam ser facilmente respondidas e nem mesmo teriam surgido.
92ª Tese Fora,
pois, com todos este pregadores que dizem à igreja de Cristo: Paz! Paz! Sem que
haja paz!
93ª Tese Abençoados,
porém, sejam todos os pregadores que dizem à igreja de Cristo: Cruz! Cruz! Sem
que haja cruz!
94ª Tese Admoeste-se
os cristãos a que se empenhem em seguir seu Cabeça, Cristo, através da cruz, da
morte e do inferno;
95ª Tese E desta
maneira mais esperem entrar no reino dos céus por muitas aflições do que
confiando em promessas de paz infundadas.
Fonte: IGREJA EVANGÉLICA DE CONFISSÃO LUTERANA NO BRASIL
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