1Sacramentos da Iniciação Cristã.
Sacramento é um sinal sensível da revelação do próprio Deus e de sua Graça santificante no meio da Humanidade, mistério de Amor para com Humanidade
“Pregamos a sabedoria de Deus, misteriosa e secreta, que Deus predeterminou antes de existir o tempo, para a nossa glória. Sabedoria que nenhuma autoridade deste mundo conheceu (pois se a houvessem conhecido, não teriam crucificado o Senhor da glória) como está escrito: Coisas que os olhos não viram, nem os ouvidos ouviram, nem o coração humano imaginou (Is 64,4), tais são os bens que Deus tem preparado para aqueles que o amam”. (1COR: 2,7-9).
A expressão maior dos Sacramentos acontece na pessoa de Jesus Cristo, Sacramento do Amor do Pai para a humanida e a Igreja é o Sacramento de Jesus para com toda Humanidade. Sendo esta fonte de dispensadoras dos Sacramentos e sacramentais que nos leva a salvação eterna.
No livro Doutrina Católica dos Sacramentos a autora Eva Maria Faber nos fala deste relacionamento de Deus com a humanidade nos sacramento que são quatro pontos:
· Preservar a Dividade de Deus
· Preserva a humanidade do Humano
· Revelar a Dividade de Deus ao ser humano
· Mover a humanidade do ser humano em direção a Deus
Não importa quem preside e como preside e a autora ainda fala, que quando os sacramentos são bem-sucedidos o próprio Deus age nele apesar dos nossos erros e falhas. Sabemos que o Sacramento não é algo mágico que acontece através de shows de luzes ou simples gestos, mas, existe o mistério da Fé que nos revela a força de cada sacramento para os cristãos e toda a Comunidade de Fé, e para acontecer em nossas vidas, é necessário um caminhar reto e o desejo constante de viver o projeto salvifico de Cristo para toda Humanidade.
Os sacramentos que brota de Jesus Cristo reúne todos os povos, não podendo haver distinção de pessoas ou raças: “A saber: que os gentios são co-herdeiros conosco (que somos judeus), são membros do mesmo corpo e participantes da promessa em Jesus Cristo pelo Evangelho. Que Cristo habite pela fé em vossos corações, arraigados e consolidados na caridade, a fim de que possais, com todos os cristãos, compreender qual seja a largura, o comprimento, a altura e a profundidade, isto é, conhecer a caridade de Cristo, que desafia todo o conhecimento, e sejais cheios de toda a plenitude de Deus. Àquele que, pela virtude que opera em nós, pode fazer infinitamente mais do que tudo quanto pedimos ou entendemos, a ele seja dada glória na Igreja, e em Cristo Jesus, por todas as gerações de eternidade. Amém. (Efesios: 3, 6.17-21)
“Em um só Espírito fomos batizados todos nós, para formar um só corpo, judeus ou gregos, escravos ou livres; e todos fomos impregnados do mesmo Espírito”
(I Coríntios 12,13)
São Paulo demostra bem nestes texto o motivo da vinda do Cristo e ainda nos revela que não há como dividir a humanidade em eleitos ou não eleitos. O novo catecismo da Igreja Catolica.
“Os sacramentos da nova Lei foram instituídos por Cristo e são em número de sete, a saber: o Batismo, a Confirmação, a Eucaristia, a Penitência, a Unção dos Enfermos, a Ordem e o Matrimónio. Os sete sacramentos tocam todas as etapas e momentos importantes da vida do cristão: outorgam nascimento e crescimento, cura e missão à vida de fé dos cristãos. Há aqui uma certa semelhança entre as etapas da vida natural e as da vida espiritual”. CIC 1210.
Batizado de minha sobrinha |
· Água: Representa a passagem da vida "pagã" para uma "nova vida". Ela tem o fator de purificação, lavando-nos do pecado original.
· Óleo: Representa a fortaleza do Espírito Santo. Antigamente, os lutadores usavam o óleo antes das lutas para deixarem seus músculos rígidos e assim poderem vencer. Na nova vida adquirida pelo batismo ele tem a mesma função, revestir o batizado para as lutas cotidianas contra as ciladas do malígno.
· Veste branca: Representa a nova vida adquirida pelo batismo. Quando tomamos banho vestimos uma roupa limpa, no batismo não seria diferente. Somos lavados na água e vestidos de uma nova vida.
· Vela: Tem dois significados: o Espírito Santo e o dom da fé. Pelo batismo somos revestidos de muitas graças e a principal é o Espirito Santo, pois seremos unidos a Deus como filhos para sermos santificados e esta santificação é realizada através do Espírito Santo. A fé é um dom fundamental para nossa vida, é através dela que reconhecemos Deus e por ela recebemos as suas graças.
Houve outros símbolos que foram removidos do ritual por exemplo: o Sal, o exorcismos e o efeta.
No primeiro século Didaque um dos primeiro catecismo nos relata:
"Quanto ao batismo, batizai assim: depois de terdes ensinado o que precede, batizai em nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo, em água corrente; se não existe água corrente, batize-se em outra água. Se não puder ser em água fria, faze em água quente. Se não tens bastante, de uma ou de outra, derrama água três vezes sobre a cabeça, em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. Antes do Batismo, jejuem: o que batiza, o que é batizado e outras pessoas"(n.30).
No ano de 325 d.C Hipólito nos relata sobre o rito do batismo de forma rica de simbolismo:
"Ouçam os catecúmenos a palavra durante três anos... escolhidos os que receberão o Batismo, sua vida será examinada: se viveram com dignidade enquanto catecúmenos, se honraram as viúvas, se visitaram os enfermos, se só praticaram boas ações... Aproximando-se o dia em que serão batizados, exorcize o bispo cada um... Jejuem na véspera do Sábado os que receberão o Batismo... Ordene-se a todos que rezem e se ajoelhem; impondo-se sobre eles as mãos, exorcizará o bispo todos os espíritos estranhos para que fujam e não tornem jamais; ao terminar o exorcismo, sopre-lhes no rosto. Depois de marcar-lhes com o sinal da cruz a fronte, os ouvidos e as narinas, ele os fará levantar-se... Ao cantar do galo, reze-se primeiro sobre a água, na fonte ou derramando-se do alto... Em caso de necessidade usa-se a água que se encontrar... Os batizados despirão as suas roupas, batizando-se primeiro as crianças. Todos os que puderem falar por si mesmos, falem. Os pais ou alguém da família, falem pelos que não puderem falar por si. Batizem-se os homens e finalmente as mulheres... " (nº 38 a 51).
Não existe cristão sem Batismo. Pois, o batismo é a porta de entrada para o Reino de Deus, ou melhor, para sua Igreja. Quanto a formula sigamos a formula deixada por Jesus: “Ide, pois, e ensinai a todas as nações; batizai-as em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo” (Mateus: 28,19).
3. Confirmação ou Crisma
Celebração de consagração do óleo da confirmação presidida pelo bispo de Nova Iguaçu Dom Luciano Bergamin |
Celebração de consagração do óleo da confirmação presidida pelo bispo de Nova Iguaçu Dom Luciano Bergamin |
Sobre ele repousará o Espírito do Senhor, Espírito de sabedoria e de entendimento, Espírito de prudência e de coragem, Espírito de ciência e de temor ao Senhor. (Isaias 11,2).
A unção é feita pelo Bispo ou padre autorizado, com óleo abençoado na quinta-feira da Semana Santa, ou no caso de nossa Diocese na Celebração Regionais da Unidade. É um sacramento instituído, para dar, oportunidade a uma pessoa que foi batizada por decisão alheia e que tem, perante a Igreja, compromissos assumidos por outras pessoas em seu nome diante da pia batismal de confirmar o desejo de ser membro da família cristã dentro da Igreja Católica e de reafirmar aqueles compromissos, depois de atingir a “idade da razão”.
Simplificadamente: a cerimônia consiste na renovação das “promessas do batismo”, mediante perguntas do Bispo, que em geral a preside, feitas em voz alta e do mesmo modo respondidas pelo crismando perante a comunidade. Como o batismo, o Crisma também imprime caráter, podendo ser ministrado apenas uma vez a cada pessoa. Por ser um ato de afirmação de compromissos, a pessoa pode jamais receber o crisma ou, indo participar da cerimônia, deixar de confirmar esses compromissos. De qualquer modo, quem não foi crismado ou quem se recusou a renovar os compromissos do batismo, pode fazê-lo em qualquer tempo. O Crisma é, portanto, um sacramento complementar ao batismo, já que não tem qualquer significação se ministrado a quem não tenha sido batizado, é sacramento que fala muito da força do Espírito Santo. Um do texto que o fundamenta é:
Derramarei sobre vós águas puras, que vos purificarão de todas as vossas imundícies e de todas as vossas abominações. Dar-vos-ei um coração novo e em vós porei um Espírito novo; tirar-vos-ei do peito,o coração de pedra e dar-vos-ei um coração de carne. Dentro de vós meterei meu espírito, fazendo com que obedeçais às minhas leis e sigais e observeis os meus preceitos. (Ezequiel 36:25-27).
4. Comunhão Eucaristia:
Celebração Eucarística presidida pelo bispo de Nova Iguaçu Dom Luciano Bergamin |
A eucaristia é o alimento CIC aprovado e promulgado pelo Bem aventurado Papa João Paulo II, decreta que a Eucaristia é o sacramento que conclui a iniciação cristã, após o Batismo e a Crisma e que recebe os nomes de Ceia do Senhor, Missa, Memorial da Paixão e Ressurreição de Jesus Cristo, Sacrifício incruento, hagadá cristão, entre outros. Eis alguns símbolos que recorda este sacramento:
· O cordeiro: amparados por uma História passada (a História do povo judeu) Jesus é o novo Cordeiro, sacrificado para a salvação definitiva de todos aqueles que Nele creem.
· A cruz: embora tenha sido sempre, na época dos romanos, utilizada como instrumento de tortura e morte, após a crucificação de Jesus ela ganha um novo sentido para o cristão. O do sofrimento, mas também o da certeza da vitória.
· O círio pascal: representa a luz que ilumina as trevas, ou seja, Jesus ilumina a nova História da humanidade. Possuem cravados, na cerimônia do Sábado santo, quatro “espinhos” enquanto o sacerdote afirma: eu sou o começo e o fim, o alfa e o ômega. Jesus é a nova luz, é o novo ponto referencial para a humanidade.
· Pão: Jesus é o pão da vida, pois quem come dese pão viverá eternamente. Jesus se apresenta como o novo alimento, aquele que dá força para que se vença qualquer batalha contra o inimigo (o demônio, para alguns).
· O vinho: Tanto o pão como o vinho alimenta o homem espiritualmente, visto que, o pão é a carne e o vinho é o sangue de Jesus após a consagração dos mesmos na Eucaristia. Símbolo bem apresentado na última ceia – Quinta-feira Santa.
· A água: Como na maioria das religiões a água tem um sentido de purificação, lavagem, limpeza etc. Quando se afirma que de Jesus saiu água ao ser crucificado, a humanidade deve sentir-se limpa pela água que brota da melhor e pura fonte, água da vida. Quem bebe dessa água nunca mais terá sede.
Todo o ensinamento sobre a eucaristia passa pelo texto abaixo e nos envolve neste mistério de nos alimentarmos do próprio Cristo ainda hoje, ele o Senhor se torna Pão e vinho no altar pelas mãos de um simples mortal. Todos os sacramentos apontam para a Eucaristia, revelando e que nos trazendo para o nosso meio o próprio Senhor e devemos receber sempre que possível, ao contrário do Batismo e da Confirmação que só podem ser recebidos uma única vez na vida.
Jesus lhes disse: Em verdade, em verdade vos digo: se não comerdes a carne do Filho do Homem, e não beberdes o seu sangue, não tereis a vida em vós mesmos. Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna; e eu o ressuscitarei no último dia. Pois a minha carne é verdadeiramente uma comida e o meu sangue, verdadeiramente uma bebida. Quem come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim e eu nele. Assim como o Pai que me enviou vive, e eu vivo pelo Pai, assim também aquele que comer a minha carne viverá por mim. Este é o pão que desceu do céu. Não como o maná que vossos pais comeram e morreram. Quem come deste pão viverá eternamente. (João 6,53-58)
Os Diáconos preparando a mesa para Oração consagração do Pão e do vinha |
"Perseveravam eles na doutrina dos apóstolos, na reunião em comum, na fração do pão e nas orações. De todos eles se apoderou o temor, pois pelos apóstolos foram feitos também muitos prodígios e milagres em Jerusalém e o temor estava em todos os corações. Todos os fiéis viviam unidos e tinham tudo em comum. Vendiam as suas propriedades e os seus bens, e dividiam-nos por todos, segundo a necessidade de cada um. Unidos de coração freqüentavam todos os dias o templo. Partiam o pão nas casas e tomavam a comida com alegria e singeleza de coração, louvando a Deus e cativando a simpatia de todo o povo. E o Senhor cada dia lhes ajuntava outros que estavam a caminho da salvação". (Atos: 2,42-47)
Essa foi a marca da Igreja durante os seus primeiros dias, a vida em comum a comunhão uma experiência única, a comunidade formavam um só Corpo, vivendo um projeto de comunhão na Terra para continuá-la na glória dos céus.
A Eucaristia na Igreja Católica é Jesus vivo, ressuscitado e pleno com a sua humanidade e Divindade e o alimento essencial para vida de toda a Comunidade. Ele assim determina, nos textos acima e na instituição do sacramento. E são Paulo nos recorda toda a ceia no texto aos corintios nos revelando como deve ser a celebração da Eucaristia. O texto abaixo é mais antigo relato da forma de celebrar a Eucaristia.
Eu recebi do Senhor o que vos transmiti: que o Senhor Jesus, na noite em que foi traído, tomou o pão e, depois de ter dado graças, partiu-o e disse: Isto é o meu corpo, que é entregue por vós; fazei isto em memória de mim. Do mesmo modo, depois de haver ceado, tomou também o cálice, dizendo: Este cálice é a Nova Aliança no meu sangue; todas as vezes que o beberdes, fazei-o em memória de mim. Assim, todas as vezes que comeis desse pão e bebeis desse cálice lembrais a morte do Senhor, até que venha. (I Coríntios 11,23-26 )
Mas os evangelho sinóticos também nos traz um relato da última ceia e de como Jesus institui a Eucaristia, demonstrando é o sacramento que é uma ordem direta do Senhor.
Tomou em seguida o pão e depois de ter dado graças, partiu-o e deu-lho, dizendo: Isto é o meu corpo, que é dado por vós; fazei isto em memória de mim. Do mesmo modo tomou também o cálice, depois de cear, dizendo: Este cálice é a Nova Aliança em meu sangue, que é derramado por vós... (Lucas; 22,19-20)
Durante a refeição, Jesus tomou o pão e, depois de o benzer, partiu-o e deu-lhes, dizendo: Tomai, isto é o meu corpo. Em seguida, tomou o cálice, deu graças e apresentou-lhes, e todos dele beberam. Em seguida, tomou o cálice, deu graças e apresentou-lhes, e todos dele beberam. E disse-lhes: Isto é o meu sangue, o sangue da aliança, que é derramado por muitos. (Marcos 14,22-24)
Durante a refeição, Jesus tomou o pão, benzeu-o, partiu-o e o deu aos discípulos, dizendo: Tomai e comei, isto é meu corpo. Tomou depois o cálice, rendeu graças e deu-lho, dizendo: Bebei dele todos, porque isto é meu sangue, o sangue da Nova Aliança, derramado por muitos homens em remissão dos pecados. (Mateus: 26,26-28)
Enquanto os relatos da ceia dos evangelhos recebem a influencia da comunidade para quais foram escritos os textos de 1º corintios tem a finalidade de orientar como se deve celebra a ceia. Embora tenhamos nos textos do evangelho um adiantamento do momento da ceia e também do dia. Sabemos que celebração da ceia da páscoa judaica se dá no sexto da para o sábach e nunca no quinto dia da semana. Neste sentido se diz ,que tais relatos evangélicos tem mais o sentido teológica que um fato histórico em si. E revela em toda ceia um carisma de despedida, de fim de missão ou ainda o inicio de uma nova fase na vida do Homem Deus Jesus de Nazaré. No pensamento bíblico não existe uma divisão do corpo e da alma, pois Deus cria o ser humano em uma unidade não nunca na dualidade ou conflito de mundos: o espiritual e o material.
O Didaque nos Fala da ceia neste sentido:
1 Celebre a Eucaristia assim:
2 Diga primeiro sobre o cálice: "Nós te agradecemos, Pai nosso, por causa da santa vinha do teu servo Davi, que nos revelaste através do teu servo Jesus. A ti, glória para sempre".
3 Depois diga sobre o pão partido: “Nós te agradecemos, Pai nosso, por causa da vida e do conhecimento que nos revelaste através do teu servo Jesus. A ti, glória para sempre”.
4 Da mesma forma como este pão partido havia sido semeado sobre as colinas e depois foi recolhido para se tornar um, assim também seja reunida a tua Igreja desde os confins da terra no teu Reino, porque teu é o poder e a glória, por Jesus Cristo, para sempre".
5 Que ninguém coma nem beba da Eucaristia sem antes ter sido batizado em nome do Senhor pois sobre isso o Senhor disse: "Não dêem as coisas santas aos cães". (Didaquê 9)
1 Após ser saciado, agradeça assim:
2 "Nós te agradecemos, Pai santo, por teu santo nome que fizeste habitar em nossos corações e pelo conhecimento, pela fé e imortalidade que nos revelaste através do teu servo Jesus. A ti, glória para sempre.
3 Tu, Senhor onipotente, criaste todas as coisas por causa do teu nome e deste aos homens o prazer do alimento e da bebida, para que te agradeçam. A nós, porém, deste uma comida e uma bebida espirituais e uma vida eterna através do teu servo.
4 Antes de tudo, te agradecemos porque és poderoso. A ti, glória para sempre.
5 Lembra-te, Senhor, da tua Igreja, livrando-a de todo o mal e aperfeiçoando-a no teu amor. Reúne dos quatro ventos esta Igreja santificada para o teu Reino que lhe preparaste, porque teu é o poder e a glória para sempre.
6 Que a tua graça venha e este mundo passe. Hosana ao Deus de Davi. Venha quem é fiel, converta-se quem é infiel. Maranatha. Amém."
7 Deixe os profetas agradecerem à vontade. (Didaquê 10)
Todos os textos eucarísticos da Didaquê (que são instruções, organização da comunidade em marcha) têm um sentido de louvor: invocação ao Pai; motivo do louvor; efetuação do louvor: “a ti a glória, por tudo te bendizemos” e o povo responde “amém”.
A motivação da beraká é o alimento material, símbolo do alimento espiritual que é vida-fé-conhecimento e imortalidade-vida eterna, produzido por esse alimento pela mediação de Cristo.
Ao final, faziam-se as petições – preces que eram semelhantes à prece que está em Jo 11,52.
A Didaquê enfoca muito o “conhecimento”, no sentido sapiencial joanino: é a Páscoa judaica que se universaliza, é a nova bênção pascal que “conhecemos” mediante Cristo.
A Didaquê chama a essa celebração de fração do pão, após a qual havia uma refeição de caráter religioso, que tinha um sentido de espera: vigiar esperando a volta do Cristo.
Num esquema geral, a Eucaristia manteve a seguir uma estrutura que poderia ser esquematizada assim:
1. Leituras;
2. Homilia;
3. Preces comuns;
4. Abraço da paz;
5. Apresentação dos dons;
6. Oração eucarística (do presidente);
7. “Amém” (do povo);
É uma liturgia simples, toda ela impregnada de grande autenticidade, oração dos pobres que se dirigem ao Pai.
A Tradição Apostólica, no ano de 200 e 215 S. Hipólito, faz referência à Eucaristia e uma oração eucarística conta a obra redentora de Cristo, enviado do Pai e, em meio a essa hagadá, se faz o memorial do Senhor. Transcrevemos o texto da Tradição Apostólica que relata a Oração Eucarística
Os diáconos, então, oferecer-lhe-ão o sacrifício e ele, após impor suas mãos [sobre o sacrifício] dará graças, juntamente com todo o presbitério, dizendo: "O Senhor esteja convosco". Todos responderão: "E com o teu espírito". [Dirá:] "Corações ao alto". [Responderão:] "Já os oferecemos ao Senhor". [Dirá:] "Demos graças ao Senhor". [Responderão:] "Pois é digno e justo". Em seguida, prosseguirá: "Nós te damos graças, ó Deus, por teu Filho querido, Jesus Cristo, que nos enviaste nos últimos tempos, [Ele que é nosso] Salvador e Redentor, porta-voz da tua vontade, teu Verbo inseparável, por meio de quem fizeste todas as coisas e, por ser do teu agrado, enviaste do céu ao seio de uma Virgem; aí presente, cresceu e revelou-se teu Filho, nascido do Espírito Santo e da Virgem. Cumprindo a tua vontade, obtendo para ti um povo santo, ergueu as mãos enquanto sofria para salvar do sofrimento todos aqueles que em ti confiaram. Se entregou voluntariamente à Paixão para destruir a morte, quebrar as cadeias do demônio, esmagar o poder do mal, iluminar os justos, estabelecer a Lei e trazer à luz a ressurreição. [Ele] tomou o pão e deu graças a ti, dizendo: 'Tomai e comei: isto é o meu Corpo que será destruído por vossa causa'. [Depois,] tomou igualmente o cálice e disse: 'isto é o meu sangue, que será derramado por vossa causa. Quando fizerdes isto, fá-lo-eis em minha memória'. Por isso, lembramos de sua morte e ressurreição e oferecemos-te o pão e o cálice, dando-te graças por nos considerardes dignos de estarmos na tua presença e de te servir. E pedimos: envie o teu Espírito Santo ao sacrifício da Santa Igreja, reunindo todos os fiéis que receberem a eucaristia num só rebanho, na plenitude do Espírito Santo, para fortalecer nossa fé na verdade. Concede que te louvemos e glorifiquemos, por teu Filho, Jesus Cristo, pelo qual te damos glória, poder e honra, ao Pai, ao Filho e com o Espírito Santo na tua Santa Igreja, agora e pelos séculos dos séculos. Amém".
A) Antes do século IV
Era celebrada nas casas: “missa doméstica”, sendo sua parte eucarística da seguinte forma:
Introdução;
Ação de graças e louvação (do Prefácio);
Narração da instituição;
Anamnese;
Epiclese;
Doxologia;
Fração do pão.
B) Do século IV ao V – Época das basílica
A Igreja se enche de pompas, a hagadá se transforma em construções grandiosas de Cânon que culminam com os apoteóticos “Sanctus”. A celebração perdeu o sentido familiar de fração do pão entre os irmãos.
C) Do século VI ao VII
É dada toda importância ao luxo e pompa. É o período em que se confunde o poder temporal com o espiritual. Surgem a mitra, o báculo, o anel, o cálice de ouro, tirando a beleza simples da fração do pão, do memorial do Senhor. Não há evolução no ritual. É a chamada “missa papal”.
D) Do século VIII a XI
Os bárbaros invadem a Europa e o sentido do mistério da Eucaristia é impregnado de um significado quase supersticioso. O cânon – oração eucarística – passa a ser dito em voz baixa. Eucaristia ligada a “missa dos afetos”.
E) Do século XII a XV
O povo já não sabe o latim, nem mesmo os padres. Os gestos e as palavras na liturgia vão perdendo sentido. Agora é apenas “assistir” à missa.
Faz-se genuflexão durante e após o cânon.
A participação do povo era apenas pelo “Amém”, após a hagadá, que já não era hagadá, pois perdeu esse sentido. O povo não tinha verdadeira consciência do que o sacerdote tinha dito no cânon. A elevação das espécies sagradas entre aclamações supersticiosas da assembléia. Elevação das espécies levava alguns minutos e o cálice tinha uma incrustação de vidro para que as pessoas vissem o “sangue”. Era feita a incensação das espécies.
No século XVI se inicia a reforma protestante e Igreja reage criando os seminários para melhor formação do seu clero e declara o dogma da Transubstanciação e se define a questão do cânon Bíblico e o numero de sacramentos. No século XX o no grande Concilio do Vaticano II, a Igreja resgata o sentido da refeição fraterna e permitiu a uso da língua local para celebração da Eucaristia e resgatou definiu a existência da mesa da Palavra e da Eucaristia nas celebrações das missas. E o santo Bem aventurado João Paulo segundo em uma das suas carta nos fala:
5. Conclusão.
Existe muito mais que se pode escrever e dizer sobre os sacramentos. Existe a questão da historicidade, da Mística e até mesmo a pratica sacramental nos dias de hoje na sociedade que aos poucos foii perdendo a noção do sagrado e do profano e tenta neste inicio de milênio decretar o fim da religião como algo bom. Contudo para todos aceitam a dinâmica de uma experiência de amor ao próximo, o serviço aos menos favorecidos e vivem o projeto da construção do Reino de Deus nesta nossa realidade é essencial a força destes sacramentos para conseguir cumprir essa missão.
Cristo o senhor da História nos garante:
Ensinai-as a observar tudo o que vos prescrevi, eis que estou convosco todos os dias, até o fim do mundo. (Mateus: 28,20)
REFERENCIA BIBLIOGRAFICA.
FABER, Eva-Maria. Doutrina Católica dos Sacramentos. Wissenschafliche. Edições Loyola,2002
SCHMAUS.Michael / Tradução Versiani.Marçal. A Fé da Igreja, 2º edição. Vozes Petrópolis 1982,VOLUME I
CIC. 3ª ed. Petrópolis, RJ: Editoras Vozes, 1993.
SITE:
http://www.bibliacatolica.com.br em 25/06/2011.
[1] Refeição que durante os primeiros séculos do Cristianismo os fiéis tomavam diariamente em comum.
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