sexta-feira, 24 de maio de 2013

A paróquia entre os dois "R" Renovação e Resistência


Na antiguidade a PAROKIA,  era o espaço dos não cidadãos, e o espaço daqueles que não tinham direitos a voz na sociedade. Contudo, com o cristianismo a Paróquia toma nova conotação[1] e passa classificar a região próxima de uma Igreja.  E durante anos, foi uma marca territorial. Conforme os Cânones 515 § 1º e 374 § 1 e hoje somos obrigados a repensar as nossas estruturas paroquial.  Como por exemplo, pessoas que moram uma região e participar em outra paróquia.
Então, se conclui que a paróquia toma outro sentido que não aquele, discutido nos séculos passados. A questão da pertença a uma paróquia bastavam ser batizado e morar na região paroquial, não havia a necessidade de participar de forma ativa da liturgia dominical. Contudo,  o paroquiano e o pároco se faziam presente nos momentos de festa ou de tristeza daquela região e da Igreja. 
A reforma sonhada por São Carlos Borromeu, era que a Paróquia fosse um centro da Vida, que a Igreja fosse mais dinâmica e presente na vida daqueles que a estão nas suas proximidades,  que a presença do Bispo fosse algo comum e não somente em momentos de festa.
Toda a vida litúrgica,  é o  fundamento da realidade religiosa da Paróquia. A  Eucaristia  nos congrega desde origem, é o culto ao Deus que se faz  humano  e nos  concede de forma gratuita  a imortalidade. Algo que se perdeu com idade média e até pouco tempo, que tornou  a vida paroquial um serviço  burocrático,  ali que se fazia  o registro dos nascimentos, dos óbitos, casamentos e todo registro da vida dos moradores da região,  deixando o culto em segundo plano.  Hoje, nós temos o efeito contrário alguns párocos deixam tudo e reduzem a sua função ao culto, reduzindo a vida paroquial à sombra do mistério celebrado na comunidade.  Aqui vale a pena ressaltar,. que temos que olhar para toda a realidade que esta na área paroquial, a Igreja deve buscar a evangelização alem do seu quintal.
Como foi dito,  a de ser pensar a nossa pertença a uma paróquia, pois, pode se morar em uma cidade e participar da vida paroquial em outra e até mesmo da vida Diocesana de outra Diocese, devido alguns conflitos de ideias ou não. Contudo, a missão paroquial deve ser mais que a construção de prédios, e a missão dos párocos é muito mais que conduzir as obras de reparo,  de construção ou de administrar recursos financeiros. Em nossos tempos percebemos ainda o desafio agregar valores de fé no pluralismo religioso. Nossos  presbíteros  devem ser mais que sacerdotes, rompendo  as barreiras do clericalismos medieval, respondendo os desafios do um de um pluralismo pós-moderno   é os isolamentos que somos levados através de uma religiosidade  do individualismo.[2] Nossas paróquias tem uma multidão de que não  praticam sua  Fé, nos esperando para missão, temos paróquias que agrega três municípios com uma estimativa de 28.000[3] pessoas com as assistências de dois padres e um Diácono e no centro urbano temos paróquias que atendem apenas um bairro como, por exemplo, a Igreja de São Jorge no Rio de Janeiro que nas suas missas diárias das 9 da manhã  há  uma multidão de fieis   que vem de toda parte do Rio de Janeiro, que estão ali apenas para o culto.
Partindo, deste pressuposto a vida paroquial deve ir além daquilo que tínhamos nas décadas passadas, fazendo  desta pratica algo que agrega pessoas em torno de um propósito de vida em comum. A paróquia deve sair de si e fazer frente a esse desafio de congregar pessoas, não somente para o culto, mas para a construção de um projeto de vida comum, nem que pra isso seja preciso repensar o nosso modelo de Paróquias.
As paróquias devem  se enraizarem em pastoral de conjunto, trazendo aos diversos mundos a  presença  do Cristo. A pratica de Fé não pode  ser reduzida ou  confundida com um serviço público,  já passamos desta fase. como dissemos conhecemos pessoas que moram em nova Iguaçu, mas partilham sua vida e sua Fé em outra paróquia e temos que zelar para que as nossas Igrejas não seja apenas um mercado onde pagamos pelo serviço ou pela mercadoria. O maior desafio urbano é vencer o individualismo do "eu" ou dos grupo, guetos e tribos.  Nestes tempos, a Igreja se sente desafiada a forma verdadeiras família paroquial,  sendo uma família que congrega valores da Fé.  Que acolhe o patrão e o assalariado, o jovem e idoso, o marginal e o cidadão,  os santos e os  pecadores em sociedade urbana desigual.
Ainda,  há de se destacar uma ausência do tempo para o Sagrado, nas diversas classes onde o ser humano é reduzido a massa,  com as diversas dificuldades de locomoção[4] o tempo de oração e de prática do apostolado para evangelização deve ser repensado e uma  Pastoral de conjunto é algo urgente. Reconhecemos  que há muitos anos os presbíteros não conseguem responder a demanda da sociedade. A proposta do Vaticano II  que a Igreja é toda ministerial[5], por isso nestes tempos se queremos fazer a vida acontecer, é necessário à presença nas atividade dos Agentes de Pastoral não como parte de uma hierarquia, mas na função de batizado,  discípulos e missionários olhando para o humano e social assumindo o compromisso com a realidade que vai além dos muros do prédio do culto.
Um dos grandes problemas que podemos destacar,  é o  pluralismo católico onde as pastorais e movimentos defendem o seu modo de evangelização como eficaz para aquela realidade e neste contexto que o pároco e o bispo entram como sinal da Unidade daquele povo. E com isso, deixamos os feudos pastorais e damos o passo importante de construir uma pastoral orgânica onde todos têm seu espaço, sua missão e com isso venceremos o individualismo Pastoral e até Paroquial.
Devemos reconhecer,  que o concilio Vaticano II não veio para agradar esse grupo ou aquele, mas é um passo que nos trouxe mudanças, ou melhor, resgatou projetos que a muito estavam empoeirados em nossas sacristias.
 Aqui podemos concluir,   com a máxima de Tertuliano que deve ser nossa mola mestra na Pastoral Urbana ou em qualquer espaço que religioso Cristão:
·           “Cristão não se nasce, cristão se torna”.
  Há uma frase de atribuída a dom Helder Camâra,  que citada em certos ambiente pode causar reboliço que não podemos deixar citar:
·           “Não basta ser católicos, é preciso ser cristão”.
Neste sentido deixamos aqui algumas perguntas:
1.    Nossas Igrejas são espaços de construção da vida?
2.    Somos burocráticos  em nossas pastorais?
3.    Temos trabalhado em nossas Igrejas como Povo de Deus, que deseja transforma a realidade?
4.    Sem criticar como temos visto a questões dos ministérios em nossas Igrejas?
5.    A pastoral de Conjunto ou  Orgânica tem sido uma realidade em nossas paróquias?




[1] Do Grego. PARA-, “ao lado, perto”, mais OIKOS. Descrevia aqueles que moravam nas proximidades de uma igreja
[2]  Lucas 19:10, João 12:47, Salmos 35:9...
[3]  Paróquia N. Senhora da Conceição com os municípios Japeri, Seropédica e Miguel Pereira.
[4]  Engarrafamento, transporte público etc.
[5] Constituição Dogmática LUMEN GENTIUM 

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