Os amigos sabem que no último ano temos feito diversas publicações em em várias partes para melhor expor o assunto e com o velho Gonzagão não podia ser diferente nestas linhas estou expondo aqui sua bibliografia pesquisada nesta rede maravilhosa que é a internet.
v 1912
|
No dia 13 de Dezembro, uma
sexta-feira, nasce, na fazenda Caiçara, terras do barão de Exu, o segundo dos
nove filhos do casal Januário José dos Santos e Ana Batista de Jesus, que na
pia batismal da matriz de Exu recebe o nome de Luiz (por ser o dia de Santa
Luzia) Gonzaga (por sugestão do vigário) Nascimento (por ter nascido em
dezembro, também mês de nascimento de Jesus Cristo).
|
v 1920
|
Luiz Gonzaga, com apenas 8 (oito) anos
de idade substitui um sanfoneiro em festa tradicional na fazenda Caiçara, no
Araripe, Exu, a pedido de amigos do pai. Canta e toca a noite inteira e, pela
primeira vez, recebe o que hoje se chamaria cachê; o dinheiro - 20$000 (vinte
mil réis) - "amolece" o espírito da mãe, que não o queria
sanfoneiro. A partir daí, os convites para animar festas - ou sambas, como se
dizia na época - tornam-se freqüentes. Antes mesmo de completar 16 anos,
"Luiz de Januário", "Lula" ou Luiz Gonzaga já é nome
conhecido no Araripe e em toda a redondeza, como Canoa Brava, Viração, Bodocó
e Rancharia.
|
v 1924
|
Houve uma grande cheia e o rio Brígida
subiu de nível, inundando os arredores. A casa de Januário foi atingida,
encheu de água, obrigando a família a se mudar. Foram morar no povoado do
Araripe, na Fazenda Várzea Grande. A pedido do coronel Manoel Ayres de
Alencar, chefe político local, Luiz, já um caboclo taludo, vai com este a
Ouricuri para tomar conta de cavalo. Chegando lá vê um fole Kock de oito
baixos, marca Veado, pelo qual fica louco e passa a amolar o coronel por
causa dele. No mês seguinte, repetindo a viagem, o político concorda em pagar
a metade dos 120 mil réis do fole, desde que Luiz arque com o resto, o que fez
sem muita dificuldade, pois a essa altura já estava ganhando tanto ou
mais que o pai, para tocar.
|
v 1926
|
Início real de sua vida artística,
quando tocou seu primeiro "samba" ganhando dinheiro. Começou também
a estudar no grupo de escoteiros de um sargento da polícia do Rio de Janeiro
chamado Aprígio. Seu amigo Gilberto Ayres, filho do Cel. Ayres, o
convenceu a mudar-se para a cidade, deixando o Araripe. Hospedaram-se na casa
de Dona Vitalina e o amigo Gilberto foi seu primeiro empresário.
|
v 1929
|
Conhece Nazarena, por quem se apaixona
e com quem namora às escondidas. Rejeitado pelo pai da moça, de família
importante, vai tirar satisfações da desfeita armado com uma faquinha, após
uns goles de cana. Leva uma surra de Santana, e foge de casa para o Crato, no
Ceará, onde vende sua sanfoninha de 8 baixos.
|
v 1930
|
Luiz Gonzaga aumenta sua idade para
sentar praça no Exército, na cidade de Fortaleza. Com o advento da Revolução
de 30 segue em missão militar pelo Brasil como soldado Nascimento. Mestre Januário
consegue reaver a sanfona vendida no Crato por 80 mil réis, através de um
amigo, o Sr. José Lindolfo.
|
v 1931
|
Após o término do tempo legal de
serviço militar, o soldado Nascimento escolhe continuar servindo no Exército,
instituição que representou o papel de uma grande e importante escola. Nas
horas vagas acompanhava, pelos programas de rádio, os sucessos musicais da
época.
|
v 1936
|
Gonzaga aprende a tocar sanfona
de 120 baixos em Minas Gerais, com um soldado de polícia chamado Domingos
Ambrósio. Para treinar, adquire uma sanfona de 48 baixos e aproveita as
folgas da caserna para tocar em festas.
|
v 1938
|
Gonzaga é ludibriado por um
caixeiro-viajante, a quem paga 500 mil réis em prestações mensais para
adquirir uma sanfona branca, Honner, de 80 baixos. Foge do quartel, em Ouro
Fino (MG), para ir buscar a sanfona em São Paulo. Lá chegando, descobre que
não vendiam sanfona no endereço que o caixeiro lhe dera. Ao retornar ao hotel
onde se hospedara, acaba comprando uma sanfona igualzinha à que tinha ido
buscar, pelo valor das prestações que faltavam pagar, 700 mil réis, e que ele
havia arrecadado com a venda da sanfona de 48 baixos.
|
v 1939
|
Luiz Gonzaga dá baixa das Forças
Armadas, impulsionado por um decreto que proibia para os soldados um
engajamento superior a dez anos no Exército. Desembarca no Rio com bilhetes
comprados para Recife, de navio, de onde pretendia voltar de trem para o Exu.
Enquanto aguardava a chegada do navio que o levaria ao Recife, resolve
conhecer o Mangue, o bairro boêmio vizinho. E lá, com sua sanfona Honner
branca, faz sucesso tocando valsas, tangos, choros, foxtrotes e outros ritmos
da época. Através de um músico amigo, o baiano Xavier Pinheiro, casado com
uma portuguesa, Gonzaga vai morar no morro de São Carlos, à época tranqüilo
reduto português no Rio. Explode a segunda Guerra Mundial. O Brasil é
literalmente invadido pela música estrangeira, principalmente a Norte
Americana.Conhece o violonista Sepetiba. É o ano em que se apresenta pela
primeira vez em um palco, no cabaré O Tabu na rua Mem de Sá.
|
v 1940
|
Como outros artistas disputa à duras
penas um lugar ao Sol. Toca todo tipo de música, de Blues a Fox Trotes; imita
artistas famosos da época, como Manezinho Araújo, Augusto Calheiros e
Antenógenes Silva. Começa a apresentar-se em programas de rádio, como
calouro. Luiz Gonzaga modifica o seu repertório, pressionado por estudantes
cearenses, e consegue tirar nota máxima no programa Calouros em
desfile, de Ary Barroso, na Rádio Tupi, executando a música Vira
e Mexe, um “xamego” (chorinho) lá do seu pé-de-serra. Pouco tempo depois
vai trabalhar com Zé do Norte no programa A hora sertaneja, na
Rádio Transmissora. Chega ao Rio seu irmão José Januário Gonzaga (Zé
Gonzaga), fugindo da seca devastadora e trazendo um pedido de ajuda por parte
de Santana. Zé Gonzaga passa a morar com o irmão.
|
v 1941
|
5 de março. Data da primeira
participação de Luiz Gonzaga numa gravação da Victor, atuando como sanfoneiro
da dupla Genésio Arruda e Januário França, na “cena cômica” A viagem
de Genésio. Seu talento chama a atenção de Ernesto Augusto Matos, chefe
do setor de vendas da Victor. E no dia 14 de março Luiz Gonzaga grava,
assinando pela primeira vez como artista principal, e exclusivo da Victor,
quatro músicas que são lançadas em dois 78 rotações. É publicada a primeira
reportagem sobre Luiz Gonzaga na revista carioca Vitrine, com o
título Luiz Gonzaga, o virtuoso do acordeom. Ainda em
41, Gonzaga grava mais dois 78 rotações.O sucesso havia chegado, e Gonzaga já
era chamado como “o maior sanfoneiro do nordeste, e até do Brasil”. O Estado
Novo comemora seu quarto aniversário. Vai ao ar a primeira radionovela
brasileira: Em Busca da Felicidade. Nos anos seguintes grava cerca de 30
discos 78 rpm, muitos choros, valsas e mazurcas, todos em solo pois a Victor
insiste em não lhe permitir cantar em seus discos, que até então eram só
instrumentais. Inicia na Rádio Clube do Brasil para onde foi levado por
Renato Mource, substituindo Antenógenes Silva no programa Alma do Sertão. A
firma era na época a Victor.Também neste ano conheceu César de Alencar na Rádio
Clube do Brasil, quando o mesmo era o locutor do programa Alma do sertão sob
o comando de Renato Mource. Foi quando apareceu Dino, violonista de sete
cordas que tinha a mania de apelidar todo mundo. Ao ver a cara redonda de
Luiz Gonzaga Dino imediatamente o chamou de Lua.
|
v 1943
|
Trazido
pelas mãos do radialista Almirante - que também foi responsável pela
descoberta de Gonzaga - o sanfoneiro catarinense Pedro Raimundo estréia na
Rádio Nacional com suas roupas de gaúcho. Inspirado nele, Gonzagão passa a se
apresentar vestido de nordestino. Nessa época, irritado com a interpretação
dada por Manezinho Araújo para a sua "Dezessete e Setecentos",
parceria com Miguel Lima, o sanfoneiro passa a cantá-la. Chovem cartas
pedindo que ele continue cantando.
|
v 1944
|
É despedido
da Rádio Tamoio e, imediatamente, contratado por Cr$ 1.600,00 pela Rádio
Nacional, onde o então radialista Paulo Gracindo divulga seu apelido
"Lua", por causa do seu rosto redondo e rosado. Ataulfo Alves e
Mário Lago são os destaques do ano na área musical, com Atire a Primeira
Pedra.
|
v 1945
|
Consegue
então o que desejava. Grava seu primeiro disco tocando e cantando, a mazurca
Dança Mariquinha, parceria com Miguel Lima, primeira gravação com o
dito e chama a atenção pelo timbre de voz e desenvoltura no cantar. Nesse
mesmo ano, e ainda em parceria com Lima grava outros dois discos
interpretando Penerô Xerém e Cortando Pano.Querendo dar um rumo mais
nordestino para suas composições, Gonzagão procura o maestro e compositor
Lauro Maia, para que este coloque letras em suas melodias. Maia porém
apresenta-lhe o cunhado, o advogado cearense Humberto Cavalcanti Teixeira,
com quem Luiz Gonzaga viria a compor vários clássicos.No dia 22 de setembro,
nasce de uma relação com a cantora Odaléia Guedes dos Santos o Seu filho Luiz
Gonzaga do Nascimento Júnior
|
v 1946
|
No mês de
outubro o conjunto Quatro Ases e um Coringa, da Odeon,
acompanhado pela sanfona de Luiz Gonzaga, grava a segunda parceria de Gonzaga
e Humberto Teixeira, a música Baião, sucesso em todo país.
Depois de
receber a visita de Santana, Gonzaga volta à sua terra, Exu, após 16 anos
ausente. No retorno para o Rio, passa pela primeira vez no Recife,
participando de vários programas de rádio e muitas festas. Nesse momento
conhece Sivuca, Nelson Ferreira, Capiba e Zé Dantas, estudante de medicina,
músico por vocação, apaixonado pela cultura nordestina.
|
v 1947
|
Luiz
Gonzaga grava em março o 78 rpm que se tornaria um clássico da música
brasileira: a toada Asa Branca, sua terceira parceria com
Humberto Teixeira, inspirado no repertório de tradição oral nordestina.A partir
desse ano, Luiz Gonzaga adota o chapéu de couro semelhante ao usado por
Lampião, a quem tinha verdadeira admiração, à sua apresentação artística, -
embora a Rádio Nacional ainda não o permitisse apresentar-se ‘como
cangaceiro’ nos seus programas - assumindo, ao mesmo tempo em que também
plasmava, a identidade nordestina no cenário nacional.Num domingo
de julho, Gonzaga conhece na Rádio Nacional, a contadora Helena das Neves
Cavalcanti, e a contrata para ser sua secretária. Rapidamente o namoro
acontece, e Gonzaga pensa em casar.
|
v 1949
|
Aproveitando
uma folga entre as gravações, Luiz Gonzaga leva a esposa e sogra para
conhecerem o Araripe, e sua terra Exu. Porém, interrompem a viagem quando
estavam no Crato, por causa das desavenças e mortes entre os Sampaio e os
Alencar. A grande violência que marcava a disputa entre os clãs rivais ameaçava
sua família, ligada aos Alencar. Preocupado, Gonzaga aluga uma casa no Crato,
para onde leva seus pais e irmãos, enquanto preparava a mudança de sua
família para o Rio de Janeiro, o que ocorreu ainda em neste ano.
|
v 1950
|
Em janeiro,
o médico formando Zé Dantas chega ao Rio, a fim de prestar residência no
Hospital dos Servidores, para alegria de Gonzaga, que vai esperá-lo na
plataforma da estação de trem. Nesse ano, Luiz Gonzaga lançou, gravando ou
cedendo para outros intérpretes, mais de vinte músicas inéditas, a maioria
parcerias com Humberto Teixeira e Zé Dantas que se tornariam clássicos da
MPB. Em junho lança a música A dança da moda, parceria com
Zé Dantas que retratava a febre nacional pelo baião.
|
v 1951
|
Luiz
Gonzaga já era o consagrado ‘Rei do Baião’, e o advogado Humberto Teixeira o
‘Doutor do Baião’ Em maio Luiz Gonzaga
sofre um grave acidente de carro, junto com seus músicos: João André Gomes,
apelidado Catamilho, do zabumba, e Zequinha, do triângulo, o que motivou a
composição Baião da Penha e uma reportagem especial na revista O Cruzeiro. Humberto
Teixeira candidata-se a Deputado Federal, e recebe o apoio do parceiro. Durante
todo o ano de 51 Gonzaga foi convidado permanente da série No Mundo
do Baião, produzido por Zé Dantas, parte das atrações do Departamento de
Música Brasileira da Rádio Nacional, cuja direção era de Humberto Teixeira.
Gonzaga havia aproximado os dois parceiros, mas essa convivência era difícil
e durou pouco tempo. Foi No Mundo do Baião que Luiz Gonzaga
coroou, com chapéu de couro, Carmélia Alves como Rainha do Baião. Ela
interpretava o baião com acompanhamento de orquestra, e levava a música do
Rei para as boates e ambientes da elite. Um jornal carioca publica que
"Luiz Gonzaga velho e superado, acaba de assinar contrato com uma firma
para viajar pelo Brasil". Puro preconceito, pois Gonzaga reinou soberano
de 45 a 55, 56. As 17 prensas da RCA Victor trabalhavam exclusivamente para
ele. Em março deste ano encerrou seu contrato com a Rádio Nacional e firmou
um novo com a Rádio Mayrink Veiga, mesmo oficialmente vinculado à Rádio
Cultura de São Paulo.
|
v 1952
|
Outubro de
1952, data do 71º disco da carreira de Gonzaga, o último 78 rpm com Humberto
Teixeira, músicas já lançadas em anos anteriores. Hervê Cordovil é
apresentado à Gonzaga por Carmélia Alves, e tornam-se parceiros. Luiz Gonzaga
e Helena adotam uma menina: Rosa Maria.
|
v 1953
|
Catamilho é
afastado por Gonzaga do seu conjunto, e Zequinha o acompanha. Gonzaga
contrata Jurai Nunes, o Cacau, para tocar zabumba, e Oswaldo Nunes Pereira, o
Xaxado para o triângulo. Mais tarde, por causa de sua baixa estatura, Xaxado
seria apelidado de Salário Mínimo.
|
v 1955
|
Luiz
Gonzaga grava seus primeiros discos compactos de 45 rpm.Também neste mesmo
ano gravou o seu primeiro LP de 10 polegadas, 33 rpm, pela RCA Victor. Uma
Compilação dos disco de 78 RPM.
Luiz Gonzaga apresenta o trio
formado por Marines, Abdias e Chiquinho, que ficou conhecido como Patrulha
de Choque Luiz Gonzaga.
|
v 1956
|
A Lei
1544/56, de autoria do então Deputado Federal Humberto Cavalcanti Teixeira,
que limita a execução de músicas estrangeiras no Brasil é aprovada. Começo
das tentativas de aproximação do vaqueiro Zé Marcolino - José Marcolino com o
Rei do Baião, através de correspondências que, segundo o próprio nunca
chegaram às suas mãos. A cantora japonesa Keiko Ikuta grava as músicas Baião
de Dois e Paraíba.
|
v 1957
|
Grava o
primeiro disco com composição de Onildo Almeida. Em um lado A Feira de
Caruaru e no outro Capital do Agreste de Onildo Almeida e Nelson Barbalho.
|
v 1958
|
Começa o
apogeu da Bossa Nova com João Gilberto, Tom Jobin, Vinícius e outros. O
movimento cresce com adesão de Carlos Lira, Roberto Menescal, Baden e outros
mais. Luiz Gonzaga por sua vez gravou seu primeiro LP de 12 polegadas, 33
rpm. Pela RCA Victor. XAMEGO
|
v 1960
|
11 de
junho: morre Santana, vitimada pela doença de Chagas, no Rio de Janeiro.05 de
novembro: Januário, aos 71 anos, casa-se com Maria Raimunda de Jesus, 32
anos, no Exu. Gonzaga participa, gratuitamente, da campanha de Jânio Quadros
à Presidência da República.
|
v 1961
|
Luiz
Gonzaga entra para a Maçonaria. Neste ano compõe com Lourival Silva e grava
Alvorada de Paz, em homenagem ao então Presidente da República Jânio Quadros,
que renunciaria sete mêses após assumir a Presidência.
Conheceu pessoalmente José Marcolino - o Zé Marcolino, de quem gravaria depois várias obras. Gonzaguinha vai morar com o pai em Cocotá, Rio de Janeiro. Luiz Gonzaga torna-se maçom, e sofre outro acidente de carro, ferindo gravemente o seu olho direito. |
v 1963
|
De sua
parceria com Nelson Barbalho grava A Morte do Vaqueiro no mesmo ano conhece o
poeta popular cearense Patativa do Assaré . O clima político é tenso, e os
brasileiros decidem em plebiscito a volta do sistema presidencialista. Luiz
Gonzaga teve sua sanfona Universal, preta, roubada. Antenógenes Silva, seu
amigo e afinador, lhe empresta uma sanfona branca. A partir de então, adota a
cor branca para suas sanfonas, e a inscrição “É do povo” em todos os seus
instrumentos.
|
v 1964
|
Explode o
“Golpe contra a Democracia” e Luiz grava a composição A Triste Partida
de Patativa do Assaré. O sucesso é total principalmente junto ao nordestino
que vive no Sul. Grava também, no LP O Sanfoneiro do Povo de Deus a primeira
composição de Gonzaguinha, "Lembrança de Primavera".
|
v 1965
|
Asa Branca
é gravada por Geraldo Vandré em seu Lp "Hora de Lutar". Gilberto
jovem, um compositor jovem da Bahia começa a citar Luiz Gonzaga em suas
entrevistas, como uma de suas maiores influências. Mais adiante Luiz Gonzaga
gravaria duas composições de Vandré (Para Não Dizer Que Não Falei das Flores
e Fica Mal Com Deus), como retribuição.
|
v 1966
|
Sinval Sá
lança o livro O Sanfoneiro do Riacho da Brígida - Vida e Andanças de Luiz
Gonzaga - O Rei do Baião. O sanfoneiro é impedido de cantar no festival FIC
66, a música São os do Norte Que Vêm, de Capiba e Ariano Suassuna.
|
v 1968
|
Um pouco
fora de destaque no cenário musical, Luiz Gonzaga viu seu nome novamente em
ascensão depois que, nesta ano, Carlos Imperial espalhou no Rio de Janeiro
que o conjunto Inglês The Beatles acabara de gravar a música Asa Branca. Não
era verdade, mas foi o que bastou para que Gonzaga voltasse às manchetes. E
por um longo tempo Gonzaga sempre falou em entrevistas, do interesse
"dos cabeludos de Liverpool por essa música". Luiz Gonzaga é destaque
na 1ª edição da Revista Veja, em 11 de setembro, com a matéria Gonzaga:
a volta do Baião.
Luiz
Gonzaga conhece Edelzuíta Rabelo numa festa junina em Caruaru.
|
v 1970
|
Para os
anos 70 estava reservada a explosão dos ritmos estrangeiros, particularmente
o Rock'n'roll, oriundo dos anos 50, onde encontrava defensores como Cely e
Tony Campelo, Carlos Gonzaga, etc. Era a presença em nossa música os Beatles,
ingleses. Dos Estados Unidos chegava a música de Elvis Presley. No Brasil era
a vez de Roberto Carlos que já vinha com o seu programa Jovem Guarda. Carlos
Imperial, Erasmo Carlos etc., davam força ao movimento.
|
v 1971
|
Lança o LP
"O Canto Jovem de Luiz Gonzaga". O produtor Rildo Hora alega que
"este disco não é para sucesso e sim uma homenagem para a juventude.” Em
Londres Caetano Veloso grava Asa Branca, assim como Sérgio Mendes e seu
Brasil 77. É o ano do primeiro contato do então desconhecido Fagner com Luiz
Gonzaga, no Rio. O sanfoneiro apresenta-se em Guarapari fazendo sucesso entre
os hippies de então.
Foi também
do ano de 1971 que, por iniciativa do Padre João Câncio, com o apoio do
cantor Luiz Gonzaga - primo de Raimundo Jacó - e pelo poeta Pedro Bandeira,
famoso repentista do Cariri, realizou-se a primeira Missa do vaqueiro, no
sítio Lages, na cidade de Serrita, em pleno sertão Pernambucano, como
homenagem a Raimundo Jacó, que teria sido morto morto por um companheiro, e
principalmente em forma de tributo ao vaqueiro nordestino. Mas a principal
preocupação do Pe. Joâo Câncio era trazer de volta para a igreja os vaqueiros.
Com a celebração o Padre Vaqueiro conseguiu ver seu desejo realizado.
|
v 1972
|
Pelas mãos
de Capinam apresenta o espetáculo "Luiz Gonzaga Volta Para Curtir"
no Teatro Teresa Raquel, no Rio de Janeiro. Sob a direção de Jorge Salomão e
Capinam, o delírio é total, e é a primeira vez que Gonzagão enfrenta uma
platéia somente de jovens.
|
v 1973
|
Deixa a RCA
Victor e passa para a Odeon, por um breve espaço de tempo, embalado pelo
sucesso reconquistado. Tenta lançar sua candidatura a deputado Federal
pelo então MDB mas desiste logo da idéia, quando sentiu que os votos que
obteria seria em troca de favores. Inezita Barroso grava Asa Branca como
também o cantor grego Demis Roussos, sob nome de White Wings, com letra em
inglês.
O então
Governador de Pernambuco Eraldo Gueiros Leite, seriamente preocupado com o
clima de discórdia e violência reinante em Exu, pediu para que Luiz Gonzaga
tentasse apaziguar os conflitos entre famílias tradicionais daquela cidade.
Neste mesmo ano por iniciativa da Prefeitura do Município de Serrita, foi
erigida a estátua de Raimundo Jacó, esculpida por Jota Mendes, artista de
Petrolina.
Também
neste ano grava seu primeiro LP pela Emi Odeon.
|
v 1974
|
É
construído o Parque Nacional do Vaqueiro, e criada em 24 de Outubro desse
mesmo ano a Associação dos Vaqueiros do Alto Sertão Pernambucano.
|
v 1975
|
Luiz
Gonzaga reencontra Edelzuíta, o grande amor da fase final de sua vida.
|
v 1976
|
O Projeto
Minerva dedica um especial à obra de Luiz Gonzaga. Neste mesmo ano grava seu
primeiro compacto simples de 33 rpm pelo selo Jangada, com a música
Samarica Parteira de Zé Dantas. A música ocupou as duas faces do disco.
|
v 1977
|
Estréia
no "Seis e Meia", no Teatro João Caetano ao lado de Carmélia
Alves. O sucesso é total, inclusive com grande afluência de jovens ao Teatro.
|
v 1978
|
É
lançado no mercado um disco como forma de menção especial a Luiz Gonzaga, - a
Grande Música do Brasil, a Grande Música de Luiz Gonzaga, pela Copacabana,
produzido por Marcus Pereira com arranjos e direção de orquestra a cargo do
maestro Guerra Peixe. É uma versão sinfônica de clássicos da obra de Luiz
Gonzaga. Foi também o ano da morte de Januário, no dia 11 de Junho.
|
v 1979
|
Morre o
compositor, advogado e instrumentista Humberto Teixeira. E Luiz Gonzaga
grava o Disco Eu e Meu Pai em homenagem a Januário.
|
v 1980
|
Em
Fortaleza, depois de ser literalmente atropelado pêlos seus fãs e por fiéis
da igreja, Luiz Gonzaga canta para o Papa João Paulo II. Recebe do sumo
pontífice a expressão - Obrigado Cantador. Foi um dos mais
emocionantes e gratificantes momentos da vida do sanfoneiro, que novamente
pensou em candidatar-se a política, mas desistiu aconselhado por amigos.
|
v 1981
|
A RCA
Victor presta-lhe significativa homenagem pelo marco de seus 40 anos de
carreira, com o lançamento do disco A Festa:
Apresenta-se
no festival de verão do Guarujá, na praia de Pitangueiras, ao lado do
veterano Osmar Macedo, co-fundador do Trio Elétrico Dodô e Osmar. Neste
mesmo ano visita o então Presidente da República Aureliano Chaves,
pedindo-lhe que intervenha em Exu, devido às rixas entre as famílias Saraiva,
Alencar e Sampaio, fato que acontece poucos dias depois terminando com uma
rivalidade que já durava alguma décadas.
E através
do decreto do poder executivo estadual 7.549, de 09 de novembro de
1981, foi nomeado interventor de Exu o major PM Jorge Luiz de Moura, decreto
este publicado no Diário Oficial número 209, do dia 10 de novembro.
Grava Junto
com Gonzaguinha o Disco Descanso em Casa , Moro no Mundo. Os dois fizeram
juntos incríveis apresentações por todo Brasil.
|
v 1982
|
Atendendo
convite da cantora Nazaré Pereira, viaja para a França apresentando-se em
Paris no teatro Bobinot. A cantora fazia sucesso com a música Cheiro da
Carolina e decidiu levar o Rei para a França o conhecer. Na platéia, entre
outros, estavam Maria Bethânia, Celso Furtado e o ex-ministro Nascimento e
Silva.
A partir
desse ano, Luiz Gonzaga passa a assinar como Gonzagão quase todos os seus
disco, forma como havia sido chamado por ocasião de sua turnê com
Gonzaguinha.
|
v 1983
|
Lança o
disco 70 anos de sanfona e simpatia.
|
v 1984
|
Gonzaga
recebe o primeiro disco de Ouro com o LP Danado de Bom, no qual
tinha João Silva por principal parceiro, e que receberia um segundo Disco de
Ouro em seguida. João Silva seria seu grande parceiro, a partir de então.
Gonzaga recebe o Prêmio Shell.
Luiz
Gonzaga canta no disco de Gal Costa - Profana em uma faixa em homenagem a
Jackson do Pandeiro. Grava seu primeiro LP com o Cearense Raimundo Fagner.
|
v 1985
|
É agraciado
com o troféu Nipper de Ouro. Além dele, somente o cantor Nelson Gonçalves
recebe tal troféu.
|
v 1986
|
Luiz
Gonzaga participa do festival de música brasileira na França, Couleurs
Brésil, evento que inaugura o programa dos anos Brasil-França 86-88.
O Rei do Baião apresentou-se na Grande Halle de La Villette no
show de encerramento, junto com outros artistas brasileiros, para um público
aproximado de 15 mil pessoas.
O LP Forró
de Cabo a Rabo, deu a Luiz Gonzaga dois discos de ouro.
|
v 1987
|
Luiz
Gonzaga, o Gonzagão, recebe pela RCA o primeiro disco de platina de sua
carreira, com o LP Forró de Cabo a Rabo, lançado em 1986.
|
v 1988
|
Luiz
Gonzaga, o Gonzagão, recebe pela RCA o primeiro disco de platina de sua
carreira, com o LP Forró de Cabo a Rabo, lançado em 1986.
A RCA Victor lança uma caixa luxuosa com cinco LPs, batizada de 50 Anos
de Chão, produzida por José Miltom, cobrindo a carreira de Gonzaga desde as
primeiras gravações instrumentais. Fagner produz o segundo LP de encontro com
o Rei.
Luiz
Gonzaga assina contrato com a gravadora Copacabana, que lançaria os últimos
quatro LPs de sua carreira.
Em junho
pede o desquite, separa-se de Helena, e assume o relacionamento com Edelzuíta
Rabelo.
|
v 1989
|
Grava seu
primeiro LP pela Copacabana, seguidos de mais três LPs, que seriam os últimos
de sua carreira. No dia 06 de Junho, Luiz Gonzaga sobe pela última vez
num palco, com o auxílio de uma cadeira de rodas. A platéia presente no
teatro Guararapes no Centro de Convenções no Recife não podia prever que não
mais veria o Velho Lua. Ao lado de Dominguinhos, Gonzaguinha, Alceu
Valença e vários outros amigos e parceiros, e desobedecendo à ordens médicas.
Luiz Gonzaga morreu no dia 02 de Agosto de 1989, às 05.15hs, no Hospital
Santa Joana, no Recife, onde dera entrada há 42 dias. Seu corpo foi velado na
Assembleia Legislativa do Estado e o Governo de Pernambuco decretou luto
oficial por três dias.
No dia 13
de dezembro, Gonzaguinha, Fagner, Elba Ramalho, Dominguinhos, Joãozinho do
Exu e Joquinha Gonzaga cantam à meia noite parabéns para Luiz Gonzaga, em
Show realizado em Exu. Nesse mesmo dia, pela manhã, foi inaugurado
em Exu por Dominguinhos e Gonzaguinha o Museu do Gonzagão
|
- Luiz Gonzaga foi um Homem que Ouviu muitos nãos e continuou na luta, acreditando que precisava sobreviver.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Obrigado pelo seu comentário.