1. APRESENTAÇÃO, DEDICATÓRIA E AGRADECIMENTO.
O
presente Trabalho acadêmico foi apresentado no Curso de História da UNISUAM
/ Rio de Janeiro , como parte dos requisitos para obtenção do Título de
Licenciatura em História, orientado pelo
Prof. Giovanni Condeca no 1° semestre de 2008. No primeiro momento foi
publicado em um única pagina neste nosso espaço de construção do saber, atendendo
ao pedido de alguns amigos, resolvemos dividi-lo em 6
partes conforme como pode ser observado abaixo.
·
Dedicamos: ao Irmão
Bispo Adriano, a todos que viveram esse
momento difícil da história da República Brasileira; aos meus pais: Sr.
Francisco & Sra. Iracilda , que apesar de pouco conhecimento das letras me
educaram e me ensinam na Escola da Vida.
·
Agradecemos: ao
Deus Uno e trino que nos convoca para a missão de construir o Reino de Amor
aqui e agora, a Diocese de Nova Iguaçu, de um modo especial a D. Luciano
(atual Bispo diocesano que durante esse período de nossa caminhada tem
partilhado conosco a sua experiência de sacerdote do povo) , Pe. Mário Luiz, Pe
Maciel Bezerra, os diáconos permanentes Francisco Sales e João Vieira de Souza,
e a toda família da paróquia N. Srª. da Conceição de Japeri, a Comunidade
Sant'Ana de Conrado/Miguel Pereira, aos meus companheiros de viagem
“no ônibus da Prefeitura Municipal de Japeri” que muitas vezes sofreu com a falta do transporte para chegar a UNISUAM e a você que por algum motivo parou aqui nesta
pagina para refletir um pouquinho da nossa
História.
Boa
leitura e agradeço pela sua visita ao nosso blog.
“Temos que continuar, o céu começa aqui; Jesus Cristo está conosco. Que Deus lhe pague!”
(Dom Adriano *1918-1996)
(Basta click no titulo abaixo para acessar)
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I. INTRODUÇÃO
Ao longo do governo João Goulart, diversos grupos políticos
conservadores e de direita mobilizavam no sentido de conspirar contra a
democracia e em 31 de março de 1964, para ser mais exato na madrugada de 1º de
abril. Nesta Publicação demonstraremos como a situação do governo militar e da Diocese
de Nova Iguaçu, se cruzou no período da
pré-abertura. Sobretudo no período de1975 a 1980, onde o Bispo Diocesano Dom
Adriano e as Igrejas sofreram diversos atentados. A principio o golpe teve o apoio da hierarquia da Igreja
católica, que temia o comunismo.
Leonel Brizola |
Goulart tinha projeto com reformas na área bancária, fiscal
administrativa, urbana, agrária e universitária. Além da extensão do voto aos
analfabetos e oficiais não graduados das forças armadas e ainda a legalização
do PCB. O controle de capital estrangeiro e o monopólio estatal de setores
estratégicos da economia também faziam parte do programa reformista. A esquerda
era heterogenia e logo no início do governo Goulart forma uma, “estatização
radical pró-reforma” de acordo com Argelina Figueiredo. Nesta fase temos o
surgimento de lideranças como Leonel Brizola. O mesmo representava o que era de
mais à esquerda no trabalhismo.
Brizola chegou
a ponto de defender a luta armada e era o líder da Frente de Mobilização
Popular (FMP) que congregava as principais organizações dos movimentos
populares: a União Nacional do Estudante (UNE); os operários urbanos, com o
Comando Geral dos Trabalhadores (CGT); a confederação nacional dos
trabalhadores na indústria (CNTI), pacto de unidade e ação (PUA) e a
confederação nacional dos trabalhadores nas empresas de créditos (CONTEC); os
subalternos das forças armadas e suas associações; facções das ligas camponesas;
grupos de esquerda revolucionária, como ação popular (AP); a organização
revolucionária marxista - política operária (ORM – POLOP), o partido operário
revolucionário (trotskista) (POR-T), os
nacionais –revolucionários brizolistas e segmentos de extrema - esquerda do
PCB; por fim os políticos do grupo compacto do PTB e frente parlamentar
nacionalista. Tais movimentos eram
temidos pela hierarquia da Igreja Católica e foi isso que captou o apoio das
lideranças de direita. O fim da propriedade privada e o ateísmo presente nas
revoluções comunistas.
Contudo, em 1964
houve um confronto grande entre a proposta de Goulart e a FMP (Frente Mobilização
Popular), com panfleto onde declarava que era impossível uma conciliação. Neste
contexto, havia um choque de todos os lados sobre o presidente da república. O
presidente buscava uma conciliação com a esquerda mesmo sendo uma questão quase
impossível. No dia 13 de
março, significou a escolha de Goulart pela política de radicalização pregada
pela esquerda. À frente de mobilização popular acreditava que agora aconteceria
a reforma de base e Brizola afirmava em nome da FMP:
“O congresso não dará mais nada ao povo
brasileiro. O congresso não esta identificado com o povo. Se os poderes da
república não decidem, por que não transferimos essa decisão para o povo
brasileiro que é a fonte do poder”.1
Com esse comício a FMP (Frente de
Mobilização Popular) se transformou em uma frente única da esquerda, e exigia
um plebiscito para a convocação de uma assembléia constituinte na intenção de
realizar a reforma de base. E no dia 23 de março o panfleto publicado pela FMP,
dizia que se o povo lutasse pela reforma de base estaria correto e o congresso
não deveria se opor. Para completar a desconfiança se abate a revolta dos
marinheiros que provocou a grande crise militar, desestabilizando o governo
Goulart. E neste contexto a esquerda não percebeu a
gravidade de tal crise, apoiava e incentivava
a insurreição. Com isso a maioria de oficiais, das três forças até então contra
o golpe, começou a ceder aos argumentos da minoria golpista, pois, para eles o
que estava em risco era a própria dignidade das forças.
Com o comício
de março de 1964, o governo entra em confronto direto, desde de sua posse em
janeiro de 1963 quando assumiu o governo, ele buscava a conciliação. No momento
tal decisão de tentar a reforma independente da democracia que de acordo com
Argelina Figueiredo não estava na pauta da direita ou da esquerda2 e uma parte da população não estavam nem aí se o poder
estava na mão da direita ou da esquerda.
Outro ato foi o
seu panfletário discurso numa assembléia de marinheiros, no automóvel clube do
Brasil, na noite de 30 de março. Em auditório repleto de cabos e soldados
sindicalista e políticos nacionalistas transmitidos pela tv, defendia com
veemência, defendeu para a redenção do país, a necessidade de um “golpe de reformas”. É preciso relatar que as ações pré-64 da
direita era de golpear a democracia na tentativa de conter o avanço comunista
no Brasil. O golpe foi saudado pela direita como uma revolução que evitava o
surgimento de uma nova Cuba abaixo do Equador e eram elogiados.
Pela Igreja pelas autoridades norte-americanas.
“O Brasil foi, há pouco, cenário de graves
acontecimentos, que modificaram profundamente os rumos da situação nacional.
Atendendo à geral e angustiosa expectativa do povo brasileiro, que via a marcha
acelerada do comunismo para a conquista do poder, as Forças Armadas acudiram em
tempo, e evitaram se consumasse a implantação do regime bolchevista em nossa
terra. (...) Ao rendermos graças a Deus, que atendeu às orações de milhões de
brasileiros e nos livrou do perigo comunista, agradecemos aos militares que,
com grave risco de suas vidas, se levantaram em nome dos supremos interesses da
Nação, e gratos somos a quantos concorreram para libertarem-na do abismo
iminente.”3
A esquerda
progressista que estava fragmentada e desarmada nada pode fazer e alegando que
não desejavam a guerra civil neste momento não se opuseram. Mais tarde, em 68
alguns setores sociais se levantaram contra o regime. Inclusive a Igreja que no
começo não se opôs ao golpe.
Nesta fase do
golpe a Igreja Católica romana respirava os ares do Concílio Vaticano II. Em
1968; a igreja se distancia do poder e começa a trabalhar as mudanças do
Concílio Vaticano II com a formação das CEBs (Comunidades Eclesiais de Base) e ainda
foi o ano de Medellim onde os bispos do CELAM (Conferencia Episcopal
Latino-americano) na resolução finais afirmavam.
“Não basta refletir, obter maior clareza e
falar. É preciso agir. Esta não
deixou de ser a hora da palavra mas tornou-se, com dramática urgência, a hora
da ação”4
Nesta fase a
Igreja do Brasil começa a utilizar o período da quaresma para realizar a CF
(Campanha da Fraternidade). E neste momento da história brasileira se começa à
perseguição aos religiosos que onde padres eram presos por falar, ou melhor,
por pregar nas missas ou em palestras acusados pelo regime de incentivar a luta
de classes, os padres ou como conhecidos sacerdotes do povo, que quando não
eram presos ou assassinados eram exilados
como no caso do Pe. Francisco Jentel. E também os bispos eram ameaçados e
processados pelo sistema. E no caso da Diocese de Nova Iguaçu o bispo foi
seqüestrado em 1976 e em 1979 ele ainda teve as igrejas da baixada
pinchada, e uma bomba detonada na catedral.
1- Jornal do Brasil:
Rio de Janeiro, 14 de março 69 pp 4--5
2 –
1964-2004, 40 anos do golpe, ditadura militar e resistência no Brasil. Pág.
202.
3 - Trecho oficial da Conferencia Nacional dos
Bispos do Brasil em 13 de abril de 1968.
4 - Documento oficial elaborada pelo CELAM
(Conferencia Episcopal Latino-Americana)
Anexo: entrevista de Dom Adriano Hipólito em março de 1980
VII - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
A Folha. Recordando a Bomba de Dezembro. Rio de Janeiro, março de 1980.
_____________. Lições Sobre o Salário. Rio de Janeiro, maio de 1982.
Caderno Fé e Política. 7ª.ed. Rio de Janeiro: Reproarte, 1992.
Camurça, M. Cristãos e comunistas: uma experiência de martírio. In Bingme, M. C. e Bartholo, R. (org). Exemplanidade ética e Santidade. São Paulo: Loyola, 1994.
Comunidades Eclesiais de Base no Brasil: experiências e perspectivas. São Paulo: Edições Paulinas, 1979.
Com Causa: alternativo 19. A Cultura do Extermínio na Baixada. DIAS, Adriano. Rio de Janeiro, janeiro de 2007.
Dignidade Humana e Paz: Novo milênio sem exclusões. São Paulo: Salesianas Dom Bosco, 2000.
FRISOTTI, Heitor. Passos no Diálogo: igreja católica e religiões afro-brasileiras. São Paulo: Paulus, 1996.
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_____________. Primeiro Sínodo Diocesano de Nova Iguaçu 1987-1992. Nova Iguaçu: Diocese de Nova Iguaçu, 1992.
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_______________. Quem é Felipe Aquino. ANTONIO, Pe. Carlos. Rio de Janeiro,junho de 2007.
MESTES, C. A missão do povo que sofre. Petrópolis: Vozes, 1981.
Violência e Religião: cristianismo. islamismo e judaísmo: três religiões em confronto e diálogo. Rio de Janeiro: PUC-Rio, 2001.
WILGES, Irineu. Cultura Religiosa: as religiões do mundo. 6ª ed. Rio de Janeiro: Vozes, 1995.
Revista de cultura vozes. D. Adriano exclusivo, Petrópolis: janeiro-fevereiro, vozes.1981
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Pe. Dinarte Duarte Passos. Edições da diocese de Nova Iguaçu 1970
P, Fernando. Outros (org.). As relações Igreja-Estado no Brasil. Volume 4. Durante o governo do general Geisel. 1974-1976
SOUZA, Marcelo de Barros e outros. Curso de verão. Ano III. 2ª edição. Cesep – ed. Paulinas - 1989
Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, temas de doutrina social da Igreja, caderno 1, Projeto Nacional de Evangelização queremos ver Jesus. 2ª edição. Paulinas – SP - 2006
Arns,D Paulo Evaristo prefacio. Brasil nunca mais. 13ª edição. Vozes Petrópolis - 1986
Seminário,UFRJ,UFF,OUTRAS. 1964-2004 40 anos do Golpe. Ditadura Militar e Resistência no Brasil. Niterói/Rio de Janeiro –2004.
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