de 2021.
A você meu abraço fraterno saúde e paz com muita apreço .
Há uma convocação bonita interpelante neste 7 de Setembro dia da Pátria cada um de nós brasileiros precisamos enxergar as muitas riquezas que residem nas nossas diferenças. Vivemos um tempo desafiador de crescente ódio e intolerância diante das facilidades oferecidas pelas tecnologias de comunicação, propagam-se agressões alimentadas por um clima hostil que gera adoecimento. Um contexto que distância da Fraternidade esse tempo torna-se ainda mais difícil com a pandemia do novo coronavírus seus desdobramentos sociais e econômicos com suas consequências desastrosas. O dia da Pátria trás, pois um chamado para superarmos hábitos e práticas que nos ameaçam e indistintamente. É um dia especial de escuta dos clamores dos mais pobres para nos desassocegar e nos engajar numa construção nova. Um novo Pacto pela Vida e pelo Brasi, o Grito de excluídos sinaliza direções importantes e pede novas respostas, é preciso superar o sentimento de hostilidade direcionado a quem pensa diferente e cultivar sempre a disponibilidade para o diálogo. Para isso é fundamental reconhecer que cada pessoa é acima de tudo um semelhante, um irmão, uma irmã e quando se reconhece a dignidade da vida humana todos são filhos e filhas de Deus, torna-se mais forte a fidelidade a princípios éticos que garantem a confiabilidade. Sem respeito às diferenças com a tarefa de torná-las riqueza e força compromete-se a democracia não se permite agredir caluniar ou desprezar aqueles com quem se estabelece discordâncias, ao invés disso prevalece o respeito e o dialogo. Respeito e diálogo escreve o cidadão no coro dos lúcidos os que superarão a estupidez do autoritarismo e a indiferença para com os pobres da terra. Assim o dia da Pátria não deve ser vivido como simples feriado, mas um momento para justamente e celebrar a convicção de que todos os brasileiros e brasileiras cada um com a sua diferença defendem e devem depender uns dos outros não se constrói um país melhor mais justo solidário e fraterno a partir da hostilidade de ações que buscam destruir o próximo, todos estamos interligados. Por isso mesmo cada pessoa precisa adotar a solidariedade como princípio buscando contribuir para melhorar a vida de quem sofre mais. Convido a você a pensar nos brasileiros que estão sem trabalho ou subempregados, a desigualdade social é uma chaga vergonhosa na sociedade brasileira, é preciso exigir dos governantes e servidores do povo para envolver o conjunto da sociedade nas instâncias do poder que se dediquem mais aos empobrecidos com projetos capazes de gerar emprego e renda priorizando audaciosas políticas públicas para superar a desigualdade e nesse tempo de pandemia torna-se especial urgência investir no fortalecimento do SUS, Sistema Único de Saúde valorizá-lo e amplia-lo, se não houvesse o SUS as consequências da pandemia seriam ainda mais devastadoras em nosso país porém por razões de incompetência e vontade política o SUS não funciona na plenitude de sua inteligente arquitetura na saúde perpetuando desigualdades, encobrindo desmandos. Nesse caminho de se fortalecer a saúde pública possa este dia da Pátria inspirar maior integração entre diferentes instâncias governamentais nos âmbitos federal, estadual e municipal é preciso mais união para vencer a Convid19 trabalhando em sinergia as autoridades encontrem caminhos para manter a renda emergencial dedicada aos mais pobres até 2021, busquem ajuda pequenos empreendedores investido na agricultura familiar a prioridade deve ser a proteção dos mais vulneráveis, eles são os excluídos e hoje de modo especial grito. Oportuno lembrar a independência celebrada no dia 7 de setembro é uma conquista a ser construída e fortalecido a cada dia e um país torna-se verdadeiramente independente quando o seu povo unido pode escolher seus próprios caminhos seus destinos nos parâmetros da Democracia, por isso a Democracia e as suas instituições precisam ser preservadas e fortalecidas, não podemos nos calar um permanecerem inertes ante atentados contra a democracia numa luta efetiva pelo respeito irrestrito à Constituição Federal fazendo valer inteiramente nos seus princípios e normas. A Democracia permite que as diferenças se articulem e se tornem riquezas e cada pessoa exerça a cidadania com Liberdade nesse sentido é preciso superar também as perseguições aos que defendem os direitos humanos, pois a vida é dom precioso a ser defendida sempre e não ha Paz se não houver Justiça. A cultura da participação responsável cidadã prevalença sobre manifestações anti-democráticas e o princípio da Solidariedade oriente todos os debates sobre o futuro do país. Solidariedade um sentimento e princípio que deve nos integrar ainda mais neste tempo de dor, quando muitos vivem o luto por perderem familiares e amigos para Convid19. Esse momento desafiador que enfrentamos não vencerá a sociedade brasileira, que é forte que sabe lutar e já superou tantas outras adversidades e as dificuldades deixam marcas profundas, cicatrizes mas levam aprendizados e no fim a vida vence é o que nos mostra o Mestre Jesus que superou a humilhação a tortura encontrou a morte mas ressuscitou, vale o que nos disse; ''Eu vim para que todos tenham vida e a tenham em abundância''. É tempo de cuidar, lembro que dia da Pátria é celebrado no contexto do tempo da criação, convite para cuidarmos mais da casa comum por isso peço a você amazoniza-te é dever de cada brasileiro proteger a Amazônia, proteger os povos tradicionais do território amazônico, amazoniza-te é tempo de aprender com nossos irmãos indígenas a viver de modo mais integrado com os dons da criação.
Vivemos um dia da Pátria diferente marcado pelo luto por muitos adoecimentos mas não seja perdido a esperança, guardo no coração a certeza de que o amanhã será melhor, juntos construiremos um novo tempo a partir da força da Solidariedade recordemos o Papa Francisco para nos fortalecer, não deixemos que nos roubem a esperança.
Fraterno abraço, com amizade e apreço na alegria desta construção trabalhosa mas na esperança de novo tempo para o Brasil
Dom Walmor Oliveira de Azevedo
Arcebispo d Belo Horizonte (MG)
Presidente da CNBB
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