Pedimos
licença ao amigos para escrever esse texto no singular e com ele tentar
expressar minhas emoções pelos trintas e muitos anos de vida que estou
para completar.
Olhando
a canção de Gonzaga que canta A triste partida. Venho contemplar mais ano de vida
que irei fazer neste mês. Olho com certo pesar por alguns projetos que não
chegaram acontecer. Mas, tenho muito para celebrar são os cabelos brancos que
começam aparecer, minha filha que encontrei[1]
neste mundo de meu Deus, meus pais que ainda estão vivos[2], meu trabalho, estudo, amigos e tudo mais que
vivi até aqui. Já são mais de dez anos que conheci a canção Restauração[3].
Fico sempre emocionado quando o cantor recita: " Deus vê o coração",
muitas da vezes tive e tenho um coração, cheio de magoas, incertezas,
medos e pra ser sincero frustrado pelo fato de não ter conquistado aquilo
que acredito ser o ideal de um homem da minha idade.
São
trinta e mais alguns e ainda me lembro de quando fiz vinte e tantos e nunca esqueci como a fase que mais
sofri decepção, no emprego, no namoro, nos estudo e até mesmo na Igreja.
Foi difícil, agora são trinta e muitos sorrindo, ainda levando pancada por não
entenderem minha opção na vida ou com projetos que ainda me permito sonhar.
São trinta e mais alguns, que vivo nesta realidade complexa, com senhores
donos das verdades absolutas, donos das razões e donos de tudo. Todas as
vezes que chega perto do meu nascimento, faço memória daquilo que fui quando criança: o sétimo Filho de um
pedreiro[4]
que me ensinou que palavra dada não se volta atrás e de uma dona de
casa que só aprendeu assinar o nome, porém me ensina a ler as verdades da vida,
da minha primeira professora que me ensinou a arte do bê-á-bá, da minha
catequista que me disse que a principal catequese acontece na família,
no altar da Eucaristia e que o altar principal é o altar da vida junto com a
comunidade, principalmente como os mais pobres e aqui deixo um espaço
para minha pequena filha que uma vez me perguntou se não a amava e me disse que
chamar alguém de desgraçado é feio[5].
São
trinta mais alguns, são trintas e muitos que tento me manter lucido na
sociedade formado por loucura onde o pobre não tem o direito respeitado, onde a
vida cada vez é desvalorizada e onde o ser humano só tem valor pelo que possui
ou produz. São trinta e alguns de vida que vivo um dia atrás do outro
rezando para meu anjo da guarda para que não leve um tiro ou tenha que matar
para viver. Para meus amigos que
passaram dos sessenta ainda sou garotão, para alguns sobrinhos e minha pequena
já sou um “coroa maneiro”. Na minha
analise pessoal sou apenas um homem em formação, acertando aqui ou errando ali, mas caminhando de cabeça erguida
pois, essa é nossa lida nesta vida. Ainda tenho muito que aprender e melhorar,
esse é segredo pra minha juventude não acabar.
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