sexta-feira, 9 de outubro de 2015

A Questão do Sentimento e o Respeito a si mesmo XVI

Sentir prazer ou alegria é algo necessário para o ser humano se sentir integrado a uma realidade concreta.  Somos culpados pelas escolhas certas ou erradas. Costumamos culpa os caprichos do Divino ou do destino.  Somos nós que fazemos o amanhã, somos nós que construímos nossa história, somos nós que fazemos aquilo podemos fazer.
Ficamos olhando,  para os fatos e culpamos os outros e culpamos as situações da vida, quando toda e qualquer situação vem das escolhas que temos. Olhamos para nossa história, um sonho, uma aventura e um desejo de ser Feliz com aquilo que temos e somos.   Ao contrário, vivemos culpando os outros, vivemos falando que esse  ou aquele tem uma opinião, mas esclarecida sobre o sentimento que temos em nossos corações.  Há uma situação que deixa qualquer um fora de orbita é quando outro deseja nos ensinar sentir aquilo que já sentimos  sem querer, ou mesmo quando vivemos a emoção do sentimento,  que não deveria ter existido. 
Somos culpados pelas escolhas, pelas dores, pelas alegrias e principalmente pelo mal causado ao outro. Vale a pena ressaltar a palavra de um santo que mudou de opinião no meio de uma missão que lhe fora confiada.
Não entendo o que faço. Pois não faço o que desejo, mas o que odeio.” [1]
Somo assim, só desejamos o bem e só queremos o bem.
Às vezes somos chamados a escolhas e a escolha nos remete ao essa situação entre o bem e o mal. E por ignorância e prazer, somos tomados pela vontade de cumprir nossa vontade. Não nos importamos se é mal ou bem, mas é nosso desejo de sermos livres das regras e das nossas vontades. Tenhamos em nós um só desejo de praticar o bem e sempre o bem maior. Não sabemos o motivo de sua escolha, não sabemos a motivação de tanta magoa ou rancor, mas sabemos que um sentimento rejeitado causará uma
dor maior no futuro não muito distante e isso não poderá ser recuperado, pois, algo que ainda não tem como se rever e fazer diferente  é o nosso passado,  o o relógio não roda ao contrário depois da hora marcada e do momento perdido.





[1]  Romanos 7,15

quinta-feira, 1 de outubro de 2015

Importa-se conosco

Duvido que Deus se importe conosco! - disse aquele prisioneiro, zangado com o fato de que haviam morrido cinco companheiros seus nas celas vizinhas. E concluiu: - Estamos aqui, abandonados de tudo e de todos. Até Deus se esqueceu de nós. Ele nunca perdoou nosso crime!
(Gn 4,13)
Escutar um homem gritando isso pelos corredores e sua voz ressoando nos nossos ouvidos, dói, dá vontade de voltar lá e, como padre, tentar uma conversa com ele. Mas não vai aceitar. Afinal, que explicação teria eu, que acredito em Deus, para uma pessoa que se sente abandonada por Ele? Que frases da Bíblia usarei, se de antemão sei que não vai acreditar nelas. Que pensamentos clássicos da fé usarei, se ele já decidiu que não acredita neles?
O fato é que, sofrendo, machucado na alma, ele acha que Deus não se importa com ele, porque seu sofrimento nunca foi amenizado. A verdade é que muitos não se arrependem. Querem ser perdoados sem ter que perdoar. Querem clemência sem penitência. Não importam-se com Deus e querem que Deus se importe com eles. Na verdade, Deus importa-se, mas não do jeito que eles acham que deveria ser. O bandido que trouxe seu revólver e o esfregou no altar para dar sorte na hora de usá-lo tinha a noção mais errada possível de religião e de Deus. Ele e aquele homem que matou três soldados para tirar um companheiro de crime de uma viatura não estão sozinhos. Muita gente diz isso: "-Acho que Deus me jogou aqui e me esqueceu. Ele não se importa com o que acontece comigo".
Aí vem Jesus e diz que devemos olhar os lírios do campo e que devemos procurar, primeiro, o reino de Deus, que o resto nos será dado como acréscimo. Este primeiro o Reino é que pesa! Se não o procuramos nem queremos que ele venha cheio de misericórdia e de serviço aos irmãos, não haverá resto de acréscimo. Vem Jesus e diz que Deus não deixará que seja desperdiçado nem um fio de nossos cabelos (Lc 21,18) e sabe de cada fio de cabelo que temos na cabeça. Mas, como convencer uma pessoa que Deus se importa conosco e com cada célula de nosso corpo, se acontecem coisas ruins com as pessoas e Ele não interfere?
O mistério do bem e do mal sempre existirá. Quem por acaso, fizer uma leitura acurada do livro de Jó, vai descobrir que o livro se debruça sobre o mistério do sofrimento humano do começo ao fim. Desgraça após desgraça, só no fim é que Jó entende que Deus se importa com ele. Durante todo o período de sofrimento, assaltavam-lhe dúvidas cruéis. Era demais para a sua cabeça. Jó é um pouco de todos nós. Quando estamos bem não nos importamos muito com Deus. Quando estamos mal, gostaríamos que Ele se importasse conosco.
Como explicar ao ser humano, que o mistério da graça é mistério que se pode tentar entender, mas que não é fácil? Que tem que haver correspondência? Jesus curou gratuitamente o homem da piscina de Bethesda e sem que o homem pedisse. Mas ao encontrá-lo no Templo cobrou uma vida honesta para que não caísse numa pior (Jo 5.2-14). Cobrou de Pedro, de Judas, de todos. Avisou que haveria cruz! A graça pode até vir de graça, mas não fica de graça. Tem que haver resposta. O episódio da figueira que não produzia frutos porque não era estação foi dramático. Um exemplo que assustou os discípulos. Temos que produzir frutos. Não temos nem a desculpa de dizer que não era aquela a estação (Mt 21,18-21).
Vivemos cercados de mistérios e um deles é a existência do mal no mundo. O bem nos parece natural que exista. É o mal que dói sempre além da conta, porque é um mistério que incomoda. Como o mau não tem estação para injetar o seu veneno, o bom não pode esperar o tempo de fazer o bem. Se procurado, tem que ter o que oferecer! Pense dessa maneira no Deus que se importa! Ele se importa para que nos importemos!
Oremos para entender os desafios da vida...