terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Abertura Diocesana da CF 2012



No sábado dia 25/02/2012 a Diocese de Nova Iguaçu se reuniu próximo ao Centro de Saúde da Cidade de Queimados no lançamento da Campanha da Fraternidade[1] que tem como tema: Fraternidade e Saúde Pública com o Lema: Que a Saúde se Difunda sobre a terra.
A campanha acontece no período da Quaresma e tenta responder os seguintes aspectos da vida da Igreja e da sociedade (eventos especiais, como centenário da Rerum Novarum em 1991 - Solidários na Dignidade do Trabalho; ano da família em 1994 - A Família, como vai?, ); em 2012 queremos refletir sobre o problema da Saúde com o Tema: Fraternidade e a Saúde Pública e Lema: Que a Saúde se difunda sobre a Terra (Eclo: 18,8)[2]
Desafios sociais, econômicos, políticos, culturais e religiosos da realidade brasileira;
As Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil e documentos do Magistério da Igreja Universal; A Palavra de Deus e as exigências da Quaresma.
Abaixo colocamos  fazemos uma reflexão: 


A motivação da  CF 2012


sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Explosão de uma bomba na Catedral; 20/12/1979


Percebendo que existe uma busca por matérias que falam do periodo da ditadura militar no Brasil,   e vendo que muitos desconhecem alguns fatos da História da nossa Baixada Fluminense, publicamos  em nosso blog uma matéria intitulada: "A Igreja de Nova Iguaçu no Regime Militar: Atentado a Fé"  e tentando melhorar tal publicação partilhamos  a matéria abaixo  que foi usada como anexo da nossa monografia de Graduação Material publicado no  periódico semanal “A Folha”  sobre o   atentados a Diocese de Nova Iguaçu  e  ao  Bispo Adriano1  que viveu sua vocação de Profeta, Pastor e Sacerdote do Povo nesta região ainda tão sofrida e abandonada.  Então vamos para  entrevista de março de 1980 concedida ao periódico semanal "A FOLHA2".
Daniel Nonato
A Folha: Embora estivessem programadas entrevistas sobre a Campanha da Fraternidade, preferimos dar lugar aos acontecimentos lamentáveis que chocaram a Baixada Fluminense e  o Brasil no mês de dezembro passado. O senhor poderia resumir os fatos?

Relíquias do Atendado a Catedral
Dom Adriano: Pessoalmente eu gostaria de silenciar. O silêncio da dignidade ofendida. O silêncio de um perdão total. O silêncio do sofrimento. Mas o que aconteceu não atinge somente a minha pessoa. Atinge a Diocese de Nova Iguaçu e, no seu ato final - a explosão de uma bomba na Catedral - atinge toda a Igreja Católica.
A Folha: O senhor quer resumir os fatos?
Dom Adriano: Os fatos de novembro/ dezembro foram mais um capítulo na escalada de ódio e de terror que começou ostensivamente em setembro de 1976, com o meu seqüestro. Na noite de 8 para 9 de novembro foram pichadas as paredes externas da Catedral e a mureta gradeada que cerca o terreno da Igreja de Santo Antônio da Prata. As pichações queriam atingir o Bispo diocesano e, no Bispo, a linha pastoral da Diocese. Acusações de comunista e obscenidades. Calúnia de as Igrejas serem sede do Partido Comunista. Na noite de 8 para 9 de dezembro repetiram-se as mesmas pichações, com mais intensidade e prolixidade, nas paredes da igreja de Santa Rita, de Cruzeiro do Sul (bairro de Nova Iguaçu). Sempre as mesmas acusações e calúnias. Já um pouco antes de novembro alguns jornais atacavam freqüentem entre o Bispo e a  linha de pastoral. Também na Câmara dos Vereadores (de Nova Iguaçu) sucediam de vez em quando as hostilidades por parte de alguns edis. Denunciava-se, sobretudo o que chamavam de intromissão política do Bispo e da Diocese. Na reunião mensal do presbitério de dezembro alguns padres contaram que tinham recebido cartas anônimas e telefonemas anônimos e telefonemas anônimos contra mim. Sempre as mesmas ofensas e calunias. Nessa ocasião adverti aos padres para a campanha que se esboçava clara, mente e pedi que me comunicassem qual, quer novidade. Vários indícios apareceram nos dias seguintes. Até que no dia 20 de dezembro a escalada conseguiu o auge do seu ódio destruidor: uma bomba explodiu o Sacrário da Catedral.
A Folha: Como foram os fatos?
Dom Adriano: A explosão se deu pelas onze horas da manhã de 20 de dezembro. Na igreja estavam poucas pessoas. Alguém rezando e três operários da Diocese fazendo presépio para o Natal. Ajudava os operários um empregado (Ronaldo da festa de Sto. Antônio) da Catedral. De repente um estrondo que se ouviu até quase dois quilômetros de distância, parecendo explosão de uma das pedreiras que ficam perto da cidade. Colocaram a bomba debaixo da mesa que sustenta o sacrário. Deve ter sido um petardo de alto poder de destruição. O sacrário era de metal e pesado, com uns cinqüenta quilos. Foi estilhaçado, voando pedaços em todas as direções. O mais grave: também as duas âmbulas que estavam no tabernáculo foram destruídas, voando dispersas as Sagradas Hóstias. Por serem leves não ficaram totalmente desfeitas. Também ficaram parcialmente danificados os bancos mais próximos, as paredes, as sancas, um ventilador, quase todas as vidraças, das muitas janelas. O alarme foi geral. Os operários ficaram surdos com o barulho. Muitas pessoas chegaram à igreja para ver o que tinha acontecido. Eu estava em casa e logo fui avisado pelos padres da Catedral, P. Antônio, que é o cura, e o P. Enrique, que é o vigário-geral da Diocese.
A Folha: A Polícia tomou algumas providências?
Dom Adriano: Os padres avisaram logo a Policia. Mais tarde vieram policiais do DPPS e do DGIE do Rio, para tomar as providências. Até o momento desta entrevista (23 -12- 79) ainda não se conhecem os resultados da perícia. O terrível sacrilégio indignou toda a cidade e levantou um protesto geral.
A Folha: Como o senhor considera o ato de terrorismo que atingiu a Catedral de Nova Iguaçu em 20 de dezembro do ano passado, destruindo o sacrário e profanando o Santíssimo Sacramento?
Dom Adriano: As acusações de comunista que certas pessoas e certos grupos me fazem assumiram intensidade maior nos meses anteriores. Na manhã da explosão foram distribuídos muitos panfletos nas ruas de Nova Iguaçu, acusando de comunistas a Dom Hélder, Dom Paulo Evaristo e Dom Ivo. Nesse panfleto eu não era mencionado. Pelas onze horas sucedeu a explosão. Sobre o órgão da Catedral os terroristas deixaram Uma carta dirigi da a mim. Aí sou chamado de Bispo vermelho. Aí. me atacam e injuriam. Aí me advertem e ameaçam. O grupo, que mostra pertencer a uma linha de extrema direita radical, se denomina de “Vanguarda de Caça aos Comunistas” e se atribui à autoria do atentado. A primeira consideração que faço: trata-se, como no seqüestro e nos outros momentos da escalada de ódio, de um grupo radical de extrema direita. Estão marcados de obsessão anticomunista e vêem comunismo em toda a parte. Devem ter, portanto ligação íntima com outros grupos radicais de direita que atuam um pouco em toda parte do Brasil.
A Folha: Mas não queriam atingir somente o senhor?
Dom Adriano: De fato, as acusações, calúnias, manifestações de ódio, os atos terroristas têm um alvo muito mais amplo do que somente a minha pessoa. Por ocasião do seqüestro fazem explodir meu carro diante da sede da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, então localizada no Rio. Queriam, portanto atingir o episcopado brasileiro e a linha pastoral da CNBB. Isto, aliás, declarou o grupo terrorista de então que se auto denominava Aliança (ou Ação) Anticomunista Brasileira. Os ataques que me fazem também fazem a vários Bispos brasileiros com intensidade maior contra D. Paulo Evaristo (São Paulo), contra D. Hélder (Recife) contra D. Balduíno (Goiás Velho), D. Pedro Casaldáliga (Conceição do Araguaia), D. Waldir (Volta Redonda), D. José Pires (João Pessoa) etc. Querem atingir a linha pastoral de fé integrada, de decisão pelos pobres, de identificação com o Povo - a linha do Vaticano II mais, explicitada em Medellín e confirmada pm Puebla.
A Folha:que em Nova Iguaçu o ódio toma formas mais violenta.
Dom Adriano: Aqui o sofrimento do Povo é maior, parece que por isso também deve ser maior o sofrimento da Igreja, do Bispo e dos cristãos engajados. Todos nós que nos decidimos pela grande causa de Jesus Cristo temos de compreender que a decisão pelo Evangelho é um terrível passo na direção da cruz, da pobreza, do despojamento, da perseguição e da morte. Na Baixada Fluminense vive um povo abandonado, marcado de todo o tipo de sofrimento. Faltam comunidades para acolherem os milhares de irmãos que, tocados pelas secas, pelo descalabro da agricultura, mas também pela esperança de dias melhores, deixam suas terras, seus campos, seus trabalhos agrícolas e migram para a Baixada Fluminense. Aqui, diante de um crescimento caótico que, como já lembrei noutros momentos, é mais inchação do que crescimentos ainda não se formaram comunidades estáveis e organizadas. Toda a vida social está marcada de incerteza e de insegurança. Apesar de nossa boa vontade e de nosso esforço pastorais, ainda é pouco o que a nossa Diocese tem feito para apressar a formação de comunidades. Assim mesmo estou certo de que nenhuma outra instituição pode fazer esse trabalho com mais profundidade e com mais amplidão do que a Igreja Católica. Faltando comunidade de acolhimento, mais doloroso se toma à situação dos migrantes. São criaturas partidas e rachadas.
A Folha: Continuando a entrevista do domingo passado: a senhor atribuí os atos terroristas a uma vingança de grupos atingidos pela atividade pastoral da Diocese?
Dom Adriano: Não tenho condições de afirmar isso. Mas tenho certeza de que as iniciativas pastorais da Diocese e também o meu distanciamento em relação às fontes do poder - faço isto para poder servir melhor o Povo, para me identificar mais profundamente com o sofrimento das grandes camadas marginalizadas - tudo isto causa animosidade e hostilidade. Não sei quem está por detrás dos atos terroristas. Parece-me, no entanto que o espírito de hostilidade gera o ódio e o ódio gera os atos .terroristas. Lembrei o caso dos despejos. Há também o caso dos posseiros em algumas das poucas áreas agrícolas da Diocese. Tomamos a defesa dos posseiros que não sabem nem podem defender-se, pois a estrutura legal não funciona. E, com esta defesa, com nossa ajuda subsidiária, despertamos reação de certos grupos. Uma primeira represália de tais grupos ou de tais pessoas é a acusação de que sou comunista. Nunca em tempo nenhum tive qualquer simpatia pelo Marxismo e pelos regimes comunistas. Nunca em qualquer tempo disse ou escrevi qualquer coisa que fosse orientada a partir de Marx ou orientada na direção do Marxismo. Desafio qualquer pessoa a mostrar passagens de meus muitos escritos ou de minhas entrevistas ou de minhas práticas e conferências que tivessem uma conotação marxista. Respeito os comunistas, os marxistas e  qualquer  pessoas que se batem por suas convicções. Mas o meu ponto de partida e o meu ponto de chegada é Jesus Cristo. Os instrumentos e recursos que uso e emprego são marcados pelo Amor e pela Esperança. São frutos de minha Fé e de Amor à Igreja de Jesus Cristo. São tentativas modestas de prestar um serviço aos irmãos mais fracos, mais humildes, mais desamparados. Uma vingança baixa é, portanto acusar-me de comunista, como fazem com D. Hélder; Dom Paulo Evaristo, Dom Ivo e muitos outros Bispos, padres e leigos comprometidos com o Evangelho. Dão naturalmente mais acento às acusações contra os Bispos, porque nosso serviço é mais amplo e tem influência grande sobre as comunidades. Afirmam. Acusam. Caluniam. Nunca provam nada. São sempre interpretações deformadas. São sempre insinuações. Infelizmente há quem aceite tais acusações e calúnias sem discernimento. Assim está formado o grande coro: os que agem de má-fé e os que não refletem.
A Folha: Mas este grande coro se insere num contexto maior?
Dom Adriano: A situação política de nosso país facilita a hostilidade, a calúnia, os atos de ódio e de terror. Já se notou muitas vezes: os órgãos oficiais perseguem com rigor os extremistas de esquerda, levantam pistas de pessoas apenas suspeitas de marxismo. A história dos últimos dezesseis anos está confirmando essa observação. Mas quando se trata de radicalismo de direita - os exemplos são também numerosos -, por que nunca se chega a um resultado claro? por que o terrorismo de direita fica impune? por que não se aproveitam as pistas? A acusação de comunista é aceita com facilidade, por que, dentro do contexto, não precisa ser demonstrada nem provada. Basta ser feita. Ai temos seqüestros, explosões, pichações, torturas, assassinatos - tudo impune, tudo seguro de impunidade. E aí temos as deformações e as interpretações absurdas. Nunca em nenhuma, de nossas Igrejas de Nova Iguaçu o Bispo, os padres, os nossos animadores de comunidades, os nossos coordenadores de
movimentos fizeram qualquer pregação subversiva. Sempre que nos colocamos em defesa dos direitos humanos, em denúncia de aberrações jurídicas ou econômicas ou políticas, sempre que lutamos pela democracia - o que nos movia era, a Fé e uma consideração dos aspectos morais, religiosos, sociais dos problemas. Não a política. Não interesses pessoais ou grupais.
Não conquista de prestígio ou de posição. Apenas à vontade de servir os irmãos, a partir do Evangelho.
A Folha: Todos os atentados cometidos contra a Diocese de Nova Iguaçu, , contra a Eucaristia, contra o senhor, contra as nossas Igrejas, contra muitas pessoas de nossas comunidades. Isto é a nossa sexta- feira santa. Mas como será a nossa Páscoa, a nossa Ressurreição?
Dom Adriano: Num dia de Páscoa temos de alargar as nossas vistas, o nosso coração, a nossa vontade, a nossa sensibilidade para os valores definitivos e eternos. A cruz pertence ao mistério da nossa Fé e da nossa vida cristã. Pertenceu, como modelo e tipo para nós todos, à vida de Jesus Cristo. Mas a cruz não é a palavra final. A palavra final, definitiva, eterna é a palavra da ressurreição e da glória. Isto valeu para Jesus Cristo. Cristo ressuscitou. E vale para cada um de nós, vale para a Igreja universal e para cada Igreja particular. O Povo bom que é o Povo brasileiro, e o Povo bom que é o Povo da Baixada Fluminense ressuscitará depois do sofrimento que o marca há tantas gerações. Haverá, depois de uma longa noite de sexta-feira santa, uma manhã e um dia glorioso de Páscoa. Cristo ressuscitou. Com ele ressuscitaremos.
A Folha: O senhor pensa na ressurreição final?
Dom Adriano: Não somente na ressurreição final quando se realizará a plenitude do amor de Deus, quando será cumprido integralmente o seu plano de amor, quando nos veremos face a face, irmãos definitivamente unidos pelos laços do amor sem fim. Esta perspectiva da ressurreição final nos anima a descobrirmos e vivermos já agora alguns sinais antecipados da ressurreição final.
A Folha: Quais seriam estes sinais?
Dom Adriano: Primeiramente nossa luta pela construção da Paz. A Paz que nós queremos construir é a Paz de Jesus Cristo, alguma coisa da Paz de Jesus:. Cristo: uma Paz que se fundada na fraternidade, uma Paz que se funda na Verdade, uma Paz que se funda na Justiça. Apesar de tudo temos certeza de que todo o nosso sofrimento, também aquilo que tem ferido a Diocese de Nova, Iguaçu, representa uma pedra essencial, na construção da Paz. A serviço da Paz que gostaremos de construir, com a graça de Deus, inventamos diversos movimentos e diversos instrumentos de trabalho, assumimos várias causas dos irmãos. Todo o trabalho da nossa Diocese visa à conscientização, dos nossos irmãos. Esta conscientização é necessária, pois só ela torna as pessoas capazes de se assumirem e de assumirem sua responsabilidade. Ê sinal de ressurreição mostrarmos a todos os irmãos. que somos filhos de Deus, que somos imagem e semelhança de Deus, que estamos, graças à encarnação, morte e ressurreição de Jesus Cristo, numa situação de parceria com Deus. Sinal de ressurreição é a Diocese comprometer-se com a causa, da justiça, do amor fraterno, da verdade. E daí partir para cooperar com o Povo na luta por um mundo melhor, já aqui na Baixada Fluminense.
A Folha: O senhor espera mesmo que a Baixada possa viver dias melhores?
Dom Adriano: Tenho certeza absoluta. Quando? Não sei dizer. Mais brevemente ou mais tarde, isto vai depender de nossa maior inserção de cristãos, de nosso serviço em favor do Povo e dos irmãos. No dia da Páscoa nós nos preocupamos com a nossa missão, com a nossa fidelidade, com a nossa presença de cristãos, com a nossa participação na luta do Povo humilde. Sinal de nossa Páscoa é também a palavra de perdão que dirigimos a todos aqueles que não nos aceitam que nos odeiam e afligem. Passará essa atmosfera de ódio. O que ficará é o amor.


2 O periódico ‘ A FOLHA’ foi criado em 1973 e extinto em 1992 (todos os números estão no arquivo da diocese

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Programa Questões de Fé da 106,7 Radio Catedral FM em 11-02-2012

O Programa Questões de Fé na Radio Catedral FM 106,7 da Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro, vai ao ar todos os Sabados ás 16 hora e 10 min esta sob responsabilidade da Coordenação de Pastoral da Diocese de Nova Iguaçu. E todos os segundo e quinto sábado é animado pelo MCC / D. NI: representada por: Almir Tavares, Ronildo Burity, Daniel Nonato, Waldemir, Carlos Otavio, Edson Oliveira e Moisés Arantes

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

A História de um Reencontro


Como foi prometido no mês de janeiro vou  contar  a História de um Pai que não via a única filha há 8 anos e a 07 anos  não tinham noticia alguma.[1] 
Naquela manhã de  04 de janeiro de 2012,  o pai  se levantou da cama sabendo que naquele dia, iniciaria uma viaje de encontro ao desconhecido na  cidade de Alto Taquari no estado do Mato Grosso. Ele  não conhecia o local  e só passou olhar para aquela região há dois anos e sabia que naquele pedaço de chão estava a sua filha,  que fora tirado do convívio por motivos que não vale a pena citar[2].
Ela saiu de Japeri com dois anos de idade e agora no alto dos dez anos, talvez não saiba ou não queira conhecê-lo, foi  à primeira idéia que veio a mente daquele homem ao levantar. Pois, naquela noite ele não dormira só imaginando mil e uma coisas que poderia acontecer. Mas,  como  sempre,  o combate só se vence combatendo  e lá se foi o homem.  Com uma  esperança de abraçar pela primeira vez em oito anos aquela que  era o fruto  de um amor que não teve tempo para amadurecer ou não foi tratado com o devido respeito, amada por ele e aquela que fez aquele cidadão mudar suas atitudes de vida.

1. -    O embarque no ônibus. 

Eram 9 horas e 45 minutos quando ele chegou a  Rodoviária  Novo Rio  e quando viu que a passagem para o embarque não estava com ele, partiu direto para o guichê da  empresa  para  resolver da melhor forma, sabia que só embarcaria com a passagem na mão. Resultado foi orientado a numa  delegacia e  dizer que  fora roubado e assim fazer B.O (Boletim de ocorrência). Como ele poderia  fazer uma comunicação de falso crime, e tinha o conhecimento que estaria cometendo um crime, mas valeria à pena, eram oito anos que não via a sua única filha. 
Chegou a D.P, conversou com inspetor, explicou tudo  falou que precisaria fazer um B.O. O policial lhe pediu o nome do atendente que fizera tal proposta e que não poderia fazer qualquer tipo de   registro referente a tal situação e que a única opção era tentar se entender com a empresa de ônibus.
 Retornou a Rodoviária, disposto a comprar outra passagem, mas, para aquele dia  não havia vaga naquele ônibus, e  só teria vaga três dias depois. Ele deveria embarca naquele dia naquele horário e nem  um minuto a  menos. Ele me falou compraria a própria passagem e foi vetado pelo atendente, mesmo comprovando que o nome estava na relação de passageiros. Só restava uma medida: Apelar  para os Céus, ligou para alguns amigos eles perguntavam a onde ele estava com a cabeça para perde a aquela passagem. Ele respondeu:

-São provações como essa que Deus se revela e nos  fortalece e sei que Ele não irá deixar  que o meu clamor de 8 anos  seja em vão. 

Rezando igual aquele homem do filme “Joana D”Arca, quando ela foi ferida pelos ingleses,  irado e  com revolta ele dizia para Deus, que naquele momento ele precisava de sua Graça e Misericórdia,  falando  que  Deus não poderia falha naquele momento. Uma dor,  uma tristeza e o desespero invadiram seu ser, ele chorava por detrás daquele óculo escuro, tomou uma decisão de ir até o motorista e tentar o embarque na marra e que nada poderia conter.
plantação de soja  no estado de Goiás.  
 Deus é   Aquele  que nos fortalece quando estamos fracos e nos acalma quando estamos desesperados. O homem se aproxima do motorista  conta  a sua História e aquilo o tocou e ele permitiu o embarque com uma condição que no estado de São Paulo, ele estaria pela sua própria conta.      

2.      A viaje.  

Entrou naquele  ônibus e celebrou com alegria tudo que aconteceu e que mais uma vez Deus lhe tinha sido Fiel e não o abandonara a própria vontade. Fora rezando um terço do alivio. Na cidade de Taubaté/SP o motorista pergunta quem não tinha entregado a  passagem. Ele levantou a mão e novamente o motorista afirma que em São Paulo o caso seria resolvido. Muito bem,  por volta das 17 horas chegam à  cidade de São Paulo. Deus age no silêncio e no barulho,  o ônibus começou a fazer  um barulho estranho e não aceitava engatar a marcha ré  e não teve outra opção que trocar de veículo e com isso o motorista chega para o homem e fala:

- Se alguém  lhe pedir a passagem daqui em diante diz que ficou no  outro  ônibus que quebrou em São Paulo.

 Homem, com os olhos cheios de lágrimas se respondeu:

- Muito obrigado irmão, muito obrigado!!!

As orações que já eram ação de graça tomou um rumo de jubilo e louvor.  E durante toda viaje  não houve o confere da passagem em nenhuma parada.[3]
Cidade de Sta. Rita do Araguaia  
Mas, quando estava no estado de Goiás, o homem entrou no estado de desolação e de  extremo medo de ser rejeitado e que a viaje eram em vão,   como sabemos o inimigo de Deus começou a colocar no coração do homem  palavra de   desânimo    medo e toda insegurança possível. Era a cidade de  Bom Jesus de Dentro,   tinha um senhor que viajava lá atrás desde Uberlândia  no estado de Minas Gerais. Disse para o homem que aquele propósito era nobre o  Deus da Vida estava com ele e  tudo iria termina bem. Em  um esforço de não chorar  somente   ouvia aquele Senhor  lhe agradecia pelas palavras. Chegando ao fim  da primeira parte da viaje na cidade de Alto Araguaia no estado do Mato Grosso, comprou as passagens de volta, reservou o hotel para o outro dia e acreditando que Deus lhe trouxera até ali e lhe concederia a Vitória.  Estava chegando à hora de ver a filha que lhe fora tirada há 8 anos,  pegou outro ônibus  ainda faltavam 65 km para o destino final que era a cidade de Alto Taquari. No ônibus, uma senhora sentou-se do lado dele perguntou   o motivo dele esta naquele fim de mundo ele disse:

- Tenho algo muito importante para resolver,  preencherei  uma brecha enorme da minha História de Vida.

A  dona continuou puxando assunto,  ele puxou o celular e mostrou a foto da criança e a dona  falou que conhecia e deu toda a informação que ele precisava da menina. Ela não sabia, mas naquele momento atrás dos óculos escuros novamente o homem chorou e achou que a viaje, não fora a toa. Chegaram na cidade ele compra a passagem  de volta e  segue para uma Igreja para rezar um pouco. Infelizmente a Igreja estava fechada, mas quem reza, reza em qualquer lugar. Uma Senhora que estava na praça com um neto puxou e assunto e aproveitou para desabafar e chorar a magoa da vida, pacientemente ele escutou e deu uma palavra:  


Temos que  passar pela sexta-feira da Paixão e o sábado do silencio, para celebramos o Domingo da Ressurreição”.  

   
Matriz de Alto Taquari.

3.      Na cidade de Alto Taquari. 

Saindo da Praça  da Matriz de Alto Taquari foi até a uma farmácia comprar algumas coisas que necessitava,    aproveitou para perguntar sobre uma pousada para um pernoite.  O atendente perguntou se queria um local com diversão ou sem diversão. Ele não entendeu nada, apenas respondeu que precisava dormi lhe  foi  indicado  o Hotel Valentin, a duas quadras que  se tornaram quatro e depois oito. Chegando ao hotel ligou para a filha informando que estava na cidade,  foi uma alegria e combinaram como se encontrar às 6 horas   e 30 minutos da manhã  do dia  06/01/2012. Após se alojar  no hotel saiu para conhecer a região.  Em   cidade pequena você sabe tudo, desde  que faça a pergunta certa. E  foi informado de tudo,    onde a filha morava e até coisas que ele não precisava saber. Voltou para o hotel,  tentou dormi  e foi àquela luta  para dormi, ele puxou um terço em honra de  Nossa Senhora de Guadalupe agradecendo a Deus.[4]  Nossa Senhora como uma  boa Mãe   veio acalentar aquele coração e fazê-lo dormi.    

4.       Sexta - feira; 06/01/2012.

Como sempre, acordou com o coração acelerado  pensado, mil e uma coisa  novamente rezou  pedindo a Deus que tomasse a sua frente, os Anjos do Céu estivessem  na sua  guarnição  e que Nossa Senhora de Guadalupe não o deixasse desamparado se a noticia não fosse à melhor.  
Chegou à rodoviária  para o grande encontro às 06h15min e logo passou um gol para lá e  depois para cá. Ele vira uma menina olhando pela janela, mas não se levantou do lugar. Eis que vem aquela menina, que tanto ele buscou pela internet,  aquela menina que o chamara de Pai  poucas vezes e não teve tempo de se sentir amada por aquele Pai,  nestes 08 anos vivia os seus  dias na busca de vê-la  pelo menos por um minuto.  Ela o abraça e  a seguir relatamos a conversa dos dois, após a mãe se afastar:
Ele fala para filha:

- Minha filha como você cresceu!
-Quanta saudade que tenho de você.

Ela abaixa  o olhar e solta à frase que ele esta tentando responder até hoje.

-Pensei que você não me amava?

Matriz de Alto Araguaia.
Ele responde que sempre a amou, a ama e não teve dia ou noite que não pedisse a Deus que lhe concedesse  a alegria daquele momento.   Ambos choram como estamos chorando agora. Depois, embarcaram para cidade de Alto Araguaia e no outro dia para o  Rio de Janeiro, chegaram no Domingo da Epifania de Jesus, foi feito uma carreata e  os  21 dias de festa, com os amigos e familiares daquele homem que ainda tenta responder a primeira pergunta daquela filha que lhe fora tirada com 2 anos  e meio e agora   depois  de 8 anos se encontraram  pela graça de Deus.
No ultimo domingo  de janeiro embarcaram de volta  a cidade de Alto Taquari,  com a finalidade  retorna para a sua mãe que a ama tanto quanto esse Pai. A separação que aconteceu  agora deixou no coração deste pai uma saudade muito forte, mas com um rosto uma história ao contrário da primeira vez e  o pai deixa uma mensagem para a filha:

"-Filha nada no mundo ou   qualquer pessoa poderá te substituir na minha vida e vice e versa. Você sabe que toda a saudade que você sentiu antes de me conhecer é um sinal de um amor eterno e verdadeiro que ninguém no mundo poderá te oferecer. Como já dizia santo Agostinho: A medida do Amor e amar sem medida"    


Só resta pedir aos Senhor que permita que ela volte em  janeiro de 2013.



[1] -  EM FERIAS CURTIDO A GRAÇA CONCEDIDA de 09 de janeiro de 2012
[2]  - Em  busca de minha Filha de 28  de janeiro de 2011
[3] - Na volta  de Alto taquari houve pelo menos 4 conferência de passagens
[4] - Deixamos o agradecimento ao amigos da Diocese de Nova Iguaçu ( Irmãs da Congregação de Nossa Senhora de Fátima / Comunidade Sant'Ana em Conrado ,Irmãs Clarissas, Dom Luciano Bergamin, Padre Antonio Pedro, todos funcionários da Cúria Diocesana, o MCC em especial Moisés Arantes e Edson Oliveira nossos Irmãos no coração), minha família em especial minha Mãe dona Iracilda e todos que rezaram conosco nesta viaje através do SMS, do Facebook, Orkut e estiveram em comunhão na oração nos fortalecendo e a todos que colaboram de forma direta e indireta nesta missão.

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Marcas de Vitória

Deixo aqui para os amigos duas cancões, que me ajudaram  e ajudam a rezar durante os momentos de  desolação ou tristeza  suprema causada, pelo motivos que  explico abaixo. 
 Daniel Nonato
Durantes mais de 5 anos procurei  minha filha, teve noites que chorei, que perguntei  ao Senhor o motivo de tanta dor ou de tanta magoa. Deus na sua sabedoria nada me respondia ele apenas me consolava e me confirmava que um dia aquele pranto teria  um fim.  Nesta época, tinha uma banda católica que cantava "Seu  Amor é Demais"(vídeo1) essa canção fortaleceu minhas orações e  me permitiu a graça de não deixar de Crer que tudo seria melhor.  Não posso deixar de dizer para meu amigo que teve e tem noites que me passa um monte de coisa e o inimigo do Céu[1], sem mencionar os falsos amigos que me jogavam na mais funda vala.                                  
Deus sempre ouviu meu lamento não me deixou caído, ele me levantou quando pensei  que não tinha jeito[2].
Durante os sete anos de silêncio, sem sinal ou resposta. Foi duro não sei como cheguei até aqui, durante esse período mergulhei nos estudos, na oração no trabalho e  na busca  para aliviar a minha dor a minha saudade daquela que é fruto de um amor que não foi bem cuidado ou não  teve  tempo de amadurecer pela intervenções terceiros e alguma pressa da nossa parte. Sei que alguns amigos não querem saber deste fato, mas preciso dizer que depois de tantos anos,  encontra-la pessoalmente depois de tanta busca me faz rezar com essa linda canção "Marcas de Vitória".(video 2)
Encontra-la é uma Vitória agora carregar a saudade  essa é uma marca. 




sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

A Questão do Sentimento e o Respeito a si mesmo III

"Não tenho tempo de odiar os que me odeiam, estou ocupado demais amando quem me Ama"[1], começamos  com essa frase devido a tudo que ocorre em nosso ser depois  de que já passamos, mas parece que não entendestes que a verdade é como um sol[2]  e podemos  te afirma,   ele teima em continuar lá mesmo nos dias nublados ou nas noites mais escuras e  nunca perde o seu brilho. No agora disseste que somos uma moeda que temos duas faces ou que trabalhamos de uma forma de noite e de outra forma de dia, não existe em nosso ser o dualismo ou conflito de interesse[3],  já te falamos, que você deve querer caminhar conosco e nunca nos deixar esperando,   a mercer dos seus caprichos  e  de sua vontade  infantil. Quem sente aquilo que você diz sentir não pode agir da forma,   que tu  tens  agido consigo mesmo e com os outros que estão orbitando no teu  espaço[4].  Você não pode ferir  aqueles que tem querem bem  ou tão pouco  agir com eles do alto do seu orgulho afirmando, que não  nos deve nada, se devia já foi pago e por isso estamos quites,   o que  aconteceu já aconteceu  e agora é um novo começo, que cansou da brincadeira. Sim, foi isso que entendemos com seu comportamento que fala que nos quer e logo depois, diz que esta cansada de tudo  e que nada vale a pena.
Tudo causado por você, que omitiu um fato  e  agimos como tolos,  querendo acreditar que tudo era mentira que a verdade  estava em tuas palavras em   nosso sentimento,   que todo carinho que acontecia era sincero e todo resto era ilusão. Agora, nos atribui a loucura no sentido pejorativo da palavra  ou melhor,  diz ter conhecido a nossa face oculta e que o nosso comportamento e perigoso. Você se recorda  que tudo começou, com a omissão de um fato e daí geraste em nós o germe da insegurança e que para confiar em ti novamente, precisaremos de provas,  precisamos que nos cative[5] e nos convença  do contrario, sobre  aquilo  que outros nos comprovaram e  mostraram.  Aquela verdade  que não queriamos ver,  você mentiu,  tentou nos enganar mas, não conseguiu
Agora, não dá  para volta  o espelho outrora que refletia sinceridade e tua beleza que nos cegava  esta  quebrado e os  cacos nos revelam a  verdadeira imagem de sua beleza revelando apenas partes  separadas do seu ser e de tudo aquilo já foi um dia, nos deixando ver as falhas e omissão do seu ego.  Sabemos de sua confusão e de como deve esta dificil  o seu  agir como se nada acontecesse, que tudo que acontecia devia  parar  por aqui, mas o ser humano não controla sua própria vontade, desejo ou sentimento. Ele apenas sente vive   e tenta não se deixar levar pelo turbilhão do seu próprio egoismo e é isso que estamos tentando evitar  o descontrole daquilo que não pode ou não  deve ser controlado racionalmente. Assim,  é o nosso sentimento,  sofremos quando queriamos apenas o amor e maltratamos quando somos amados, somos ingratos  com quem devíamos só  amar.    
Atualmente, conhecemos o céu nos olhos e na presença de uma criança que foi  e é desejada e muito amada. E   tudo  que  somos hoje  se o somos, o motivo principal para não dizer único,  foi  e é  causado por Ela. Não estamos querendo o passado de volta, pois não precisamos dele, sobre tudo devido a dor que foi sentida e vivida  em nosso próprio ser, onde nossa alma foi torturada pelos algozes da vida alheia, o nosso coração foi pisoteado pela pessoa que devia proteje-lo.  Na verdade, já falamos uma vez[6]   que temos pena de sua prisão, que você teima em pintar de dourada, que se ilude com uma falsa liberdade e um sentimento   efémero  de alegria.
Desculpe;  não queremos te ofender mas,  depois de conhecermos  a tua realidade pessoalmente não podemos falar de outro jeito. Você se engana e engana aqueles que  estão ao vosso lado e  tudo que faz  é tentar se iludir de uma felicidade fantasiosa, para não dizer inexistente ou nula.   
Nós estamos aqui: Não podemos dizer que somos felizes porém, não estamos escravos de uma Ilusão e ainda somos livres. Sabemos que logo tu serás apenas uma cicatriz de um pequeno espinho[7] do passado,  tudo que aconteceu e ainda acontece conosco no futuro poderá não acontecer. 
Enquanto esse dia não chega, escolhemos a Solidão como companheira para não enganar ninguém ou tão pouco se enganar, vivendo a cada dia como um mercenário, cada dia tem sua luta.[8]   


[1] - RenatoManfredini Júnior: “o RENATO RUSSO”: (Nascido no    Rio de Janeiro, 27 de março de 1960 e falecido  no Rio de Janeiro, 11 de outubro de 1996) um dos maiores  nomes da música brasileira.  

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

BIG BROTHER BRASIL UM PROGRAMA IMBECIL.


Já fiz meus comentários sobre o o tal BBB e aqui repito o Cordel que deixou Rede Globo e Pedro Bial indignados...
Autor:Antonio Barreto[1]
Curtir o Pedro Bial
E sentir tanta alegria
É sinal de que você
O mau-gosto aprecia
Dá valor ao que é banal
É preguiçoso mental
E adora baixaria.

Há muito tempo não vejo
Um programa tão 'fuleiro'
Produzido pela Globo
Visando Ibope e dinheiro
Que além de alienar
Vai por certo atrofiar
A mente do brasileiro.

Me refiro ao brasileiro
Que está em formação
E precisa evoluir
Através da Educação
Mas se torna um refém
Iletrado, 'zé-ninguém'
Um escravo da ilusão.

Em frente à televisão
Longe da realidade
Onde a bobagem fervilha
Não sabendo essa gente
Desprovida e inocente
Desta enorme 'armadilha'.

Cuidado, Pedro Bial
Chega de esculhambação
Respeite o trabalhador
Dessa sofrida Nação
Deixe de chamar de heróis
Essas girls e esses boys
Que têm cara de bundão.

O seu pai e a sua mãe,
Querido Pedro Bial,
São verdadeiros heróis
E merecem nosso aval
Pois tiveram que lutar
Pra manter e te educar
Com esforço especial.

Muitos já se sentem mal
Com seu discurso vazio.
Pessoas inteligentes
Se enchem de calafrio
Porque quando você fala
A sua palavra é bala
A ferir o nosso brio.

Um país como Brasil
Carente de educação
Precisa de gente grande
Para dar boa lição
Mas você na rede Globo
Faz esse papel de bobo
Enganando a Nação.

Respeite, Pedro Bienal
Nosso povo brasileiro
Que acorda de madrugada
E trabalha o dia inteiro
Da muito duro, anda rouco
Paga impostos, ganha pouco:
Povo HERÓI, povo guerreiro.

Enquanto a sociedade
Neste momento atual
Se preocupa com a crise
Econômica e social

Você precisa entender
Que queremos aprender
Algo sério - não banal.

Esse programa da Globo
Vem nos mostrar sem engano
Que tudo que ali ocorre
Parece um zoológico humano
Onde impera a esperteza
A malandragem, a baixeza:
Um cenário sub-humano.

A moral e a inteligência
Não são mais valorizadas.
Os "heróis" protagonizam
Um mundo de palhaçadas
Sem critério e sem ética
Em que vaidade e estética
São muito mais que louvadas.

Não se vê força poética
Nem projeto educativo.
Um mar de vulgaridade
Já tornou-se imperativo.
O que se vê realmente
É um programa deprimente
Sem nenhum objetivo.

Talvez haja objetivo
"professor", Pedro Bial
O que vocês tão querendo
É injetar o banal
Deseducando o Brasil
Nesse Big Brother vil
De lavagem cerebral.

Isso é um desserviço
Mal exemplo à juventude
Que precisa de esperança
Educação e atitude
Porém a mediocridade
Unida à banalidade
Faz com que ninguém estude.

É grande o constrangimento
De pessoas confinadas
Num espaço luxuoso
Curtindo todas baladas:
Corpos "belos" na piscina
A gastar adrenalina:
Nesse mar de palhaçadas.

Se a intenção da Globo
É de nos "emburrecer"
Deixando o povo demente
Refém do seu poder:
Pois saiba que a exceção
(Amantes da educação)
Vai contestar a valer.

A você, Pedro Bial
Um mercador da ilusão
Junto a poderosa Globo
Que conduz nossa Nação
Eu lhe peço esse favor:
Reflita no seu labor
E escute seu coração.

E vocês caros irmãos
Que estão nessa cegueira
Não façam mais ligações
Apoiando essa besteira.
Não deem sua grana à Globo
Isso é papel de bobo:
Fujam dessa baboseira.

E quando chegar ao fim
Desse Big Brother vil
Que em nada contribui
Para o povo varonil
Ninguém vai sentir saudade:
Quem lucra é a sociedade
Do nosso querido Brasil.

E saiba, caro leitor
Que nós somos os culpados

Porque sai do nosso bolso
Esses milhões desejados
Que são ligações diárias
Bastante desnecessárias
Pra esses desocupados.

A loja do BBB
Vendendo só porcaria
Enganando muita gente
Que logo se contagia
Com tanta futilidade
Um mar de vulgaridade
Que nunca terá valia.

Chega de vulgaridade
E apelo sexual.
Não somos só futebol,
baixaria e carnaval.
Queremos Educação
E também evolução
No mundo espiritual.

Cadê a cidadania
Dos nossos educadores
Dos alunos, dos políticos
Poetas, trabalhadores?
Seremos sempre enganados
e vamos ficar calados
diante de enganadores?

Barreto termina assim
Alertando ao Bial:
Reveja logo esse equívoco
Reaja à força do mal.
Eleve o seu coração
Tomando uma decisão
Ou então: siga, animal.

FIM



[1] nasceu nas caatingas do sertão baiano, Santa Bárbara/Bahia-Brasil.Professor, poeta e cordelista. Amante da cultura popular, dos livros, da natureza, da poesia e das pessoas que vieram ao Planeta Azul para evoluir espiritualmente.  Graduado em Letras Vernáculas e pós graduado em Psicopedagogia e Literatura Brasileira. Seu terceiro livro de poemas, Flores de Umburana, foi publicado em dezembro de 2006 pelo Selo Letras da Bahia.
Vários trabalhos em jornais, revistas e antologias, tendo publicado aproximadamente 100 folhetos de cordel abordando temas ligados à Educação, problemas sociais, futebol, humor e pesquisa, além de vários títulos ainda inéditos Antonio Barreto também compõe músicas na temática regional: toadas, xotes e baiões.