sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Minha Familia.



Quem diria que o seu Francisco e dona Iracilda que  partiram de sua terra   natal o Ceará[ a mais de 40 anos para as terras do Rio de Janeiro, dariam origem a uma familia tão grande. Meu Pai se casou jovem aos 18 anos e minha mãe aos 21 anos.   Meu Pai era  conhecido como Chico Inácio  antes de casar adotou o nome de minha avó ( Francisca) e de meu avô (José),  se registrando como Francisco José. A vida de meu pai não foi e não é fácil até hoje.  Ele conta que  só colocou o primeiro par sapato no dia do casamento com a mamãe,  não curtiu a infância, não viu a tal juventude pois o meu Avô José era um homem que prezava e exigia que ele trabalhasse para ajudar a familia  e ao se casar trabalhava para manter a sua própria.  11 meses depois do casamento nascia o  seu primeiro filho que também se chamou Francisco,  quando Francisco  completou 20 anos e Iracilda 24 anos  o casal  recebeu a graça do segundo filho que logo o chamou de José.  A Cildinha engravidou pela terceira vez e aquela região já não dava mais para viver ai que o Jovem Francisco resolveu parti para o Rio  de Janeiro e aqui construir o seu patrimônio.   Deixou para trás a Cildinha e os dois garoto e menina que estava para nascer    a  Iracema que recebeu esse nome em homenagem a famosa Iracema dos lábios de mel.  No Rio de janeiro o jovem Francisco se esforçou e aprendeu uma profissão se tornou pedreiro e quando a Cildinha chegou com os garotos foi aquela festa e ainda tem mais com a  menina que logo nasceu no segundo domingo de agosto como um presente para esse dia que é dedicado aos pais.

Paga aluguel em Queimados, mora de favor aqui, ali e vai  para Japeri que estava recebendo o povo que vinha de terras distantes.  Em Japeri  a Cildinha novamente engravida e agora de um menino  que logo recebe o nome de Manoel Washington, o primeiro nome em homenagem a  nosso Senhor e o segundo influência do local e esse é o último que nasce em casa, em casarão na rua Isaias onde hoje é quadra coberta na nova Belém.Um ano depois a Cildinha volta a engravida e agora de uma menina que não sabemos  por qual motivo recebe o nome de Edileusa Neide a primeira a nascer em um hospital e um ano meio mais tarde nasce a pequena Maria Angelita recebe o nome de Maria em homenagem a Mãe de Jesus e Angelita por causa da música do Teixerinha  "Dorme Angelita"  e durante três anos minha mãe usa   contraceptivos  e por fim por uma ação de Deus  novamente pela sétima vez a Cildinha engravida e resolve que se fosse menino seria Raimundo Nonato, em homenagem a São Raimundo Nonato e a um afilhado que ela tinha no nordeste.  Chegou o grande dia nasceu forte e escandaloso o  Raimundo na Casa de Saúde  
Bom Pastor na cidade de Queimados.  Havia uma pratica entre meus pais que todos recebiam dois nomes,  um dado por meu pai e outro dado por minha mãe.  O nome Raimundo não foi aceito por meu pai então por influência do famoso Daniel Boone e o médico que assistiu o parto foi escolhido o nome de 
Daniel e manteve o Nonato, para não contrariar a mamãe. Daniel nascia na casa nova  que naquele momento era um luxo, uma sala onde dormia os rapazes e a cozinha onde dormia as meninas  e depois de um ano  três meses nasceu a pequeno Elizeu Gabriel que recebeu esse nome em homenagem ao profeta discipulo de Elias e Gabriel em homenagem ao anjo que anunciou a Salvação da Humanidade. Quando o pequeno Gabriel chegou da maternidade foi uma festa só,  minha mãe diz que eu queria pega-lo no colo,  Fomos batizados na mesma data, na Igreja de N. Sra da Conceição em Japeri, Foi me dado como padrinhos um cidadão de berço evangélico o Senhor Laércio,  uma católica que estudou em escola tradicional de Nova Iguaçu a Dona Alice de Souza e para fechar ganhei um padrinho extra o meu Irmão mais velho, para que eu não virasse lobisomem porque eu sou o sétimo filho da casa.     O Senhor Francisco e Dona Cilda gostava mesmo de cumprir a ordem da Biblia "crescer e multiplicar" e mais uma vez temos uma criança a caminho e desta vez  um moreninho da cor de indio o Samuel Martiniano,  o primeiro nome em homenagem ao profeta e segundo posso imaginar que é em homenagem ao meu tio Martins  o irmão mais novo de minha mãe.  Samuel nasceu com alguma dificuldade agora a Dona Cilda no seus quarenta anos de Vida.  Mesmo assim a minha mãe e meu pai não parou a fábrica e pela decima vez minha mãe engravida e agora de uma menina que morreu no ventre de minha mãe mas ganhou o nome de Elizabeth dado por meu pai e Carmelita dado por minha mãe. Elizabeth era branquinha muito parecida de acordo com meu pai com a minha irmã Edileuza. Nesta data minha mãe ligou e nunca mais engravidou.   Mas passou um grande período de tristeza e depressão, até que em 1983 ganhou um afilhado que veio morar conosco.

 Era uma casa de  sala e cozinha sem quartos, os homens dormiam na sala e as meninas dormiam na cozinha, as vezes ainda vinha as namoradas de meus irmãos e os namorados de minhas irmãs lá para casa,  e a casa acolhia a  todos. Quando acontecia enchentes o vizinho da  frente com seus 7 filhos, eram abrigados lá em casa.
 Uma da coisas mercante de meu tempo de criança era o domingo com forró o dia  inteiro na vitrola de meu pai, a galinha com batata (meu pai comprava a galinha viva e minha matava deslocando o pescoço da galinha)  e o café com leite / pão com manteiga. O nosso domingo era uma festa. Nossa televisão a válvula queimou por volta de de 1978 e nunca mais meu pai a consertou, então a vitrola ou rádio tocava o dia todo nas radio: Manchete, Mundial, Tamoio, Globo, Tupi, Nacional e a Relógio todas no AM.  Toda noite era o ritual sagrado ver televisão na casa de minha Tia até o ano de 1989 quando meu pai adquiriu um televisor
preto e branco  de 20 polegadas que se via mais fantasma do que imagem.  Com toda aquela pobreza, ainda  havia uma família   padrão, pai mãe e filhos.   Até que meus pais se separam e minha mãe entrou em depressão e sofreu muito, meu pai foi morar com uma prima nossa e nunca mais assumiu conosco o papel de Pai. Nos abandonando a sorte, eu, Angelita, Gabriel, Samuel e o Ueliton, nos viramos como podemos já que os os outros irmãos estavam casados e não tinham como nos ajudar. Lutamos vivemos dificuldades, dores mas vencemos. Angelita se casou,  Samuel morreu em 1998 causado por coagulo  no cérebro causado por uma meningite mau curada (no dia da morte de Samuel todos os homens desta família choraram do mais velho ao mais jovem), Gabriel casou-se, Uéliton esta noivo e eu  conheci a vida religiosa passei pelo exército, fiz uma faculdade, conheci uma jovem que veio se torna a mãe de minha única filha e resolveu ir embora para outro estado e sem me dá noticias,  mas  depois de 7 anos de busca veja essa história estamos em contato a 5 anos.
Meu Pai precisou de nossa ajuda e todos filhos estiveram  lá para ajuda-lo e ele pode perceber como eramos dele e como ele era nosso e recentemente  após um dia de trabalho aos 72 anos ele veio falecer e  novamente nos reunimos como família para  lamentar a partida de nosso Patriarca logo agora que estava  de novo em nosso meio com todas as magoas sanadas. 
Sei que você deve esta pensado como  deve ser a vida minha mãe, hoje ela esta feliz venceu a tristeza da separação e     demostrou sua fortaleza novamente no sepultamento do meu pai.   Nunca acreditei que sentiria tanta saudade pela partida de meu pai, mas é a vida e louvo a Deus por tido tempo de  perdoa-la e ele me perdoa. Trabalho naquilo que gosto, como todo trabalho tem suas dificuldades.Eu estou aqui escrevendo um pouco para tentar não esquecer de minha mocidade e dizer que a família é um tesouro. Com toda as dificuldades e dores não existe algo mais importante.
    



Nenhum comentário:

Postar um comentário

Obrigado pelo seu comentário.