terça-feira, 30 de novembro de 2010

Cristãos no primeiro século.


No primeiro momento a Igreja Cristã tinha um comportamento de tolerância junto aos judeus pois, eles não deixavam  as práticas da religião  judaica. Quando imperador romano se declara divino, temos um problema sério pois, os nazarenos, seguidores do Caminho ou  Cristãos, começam a  questionar essa tal divindade do imperador e  a declaração que Jesus Cristo era o filho de Deus que se encarnou  foi considerada uma blasfêmia para  as autoridades judaicas e romanas. E a aceitação de pagãos entre os cristãos deixou os judeus  em pavorosa. Lembramos que Roma deu liberdades de culto aos judeus desde que houvesse  a imolação de um cordeiro diariamente na intenção do imperador.  Mas os Cristãos se recusavam a reconhecer o imperador com tal divindade, questionando algumas vezes e até mesmo  afirmando que ele era apenas um homem.Eis um dos motivos da perseguição aos cristãos. Outro ponto, que mais tarde vai influenciar a perseguição é as famosas praticas secretas dos cristãos, seus cultos, que anunciava uma escatologia para agora, um fim eminente da realidade e até mesmo a coragem de se manter firme, quando torturados. Vejamos os textos:
II corintios: 11,23-24.
“São ministros de Cristo? Falo como menos sábio: eu, ainda mais. Muito mais pelos trabalhos, muito mais pelos cárceres, pelos açoites sem medida. Muitas vezes vi a morte de perto”. Cinco vezes recebi dos judeus os quarenta açoites menos um." 
I Pedro: 2,20
Morte de Estevão.
Que mérito teria alguém se suportasse pacientemente os açoites por ter praticado o mal? Ao contrário, se é por ter feito o bem que sois maltratados, e se o suportardes pacientemente, isto é coisa agradável aos olhos de Deus.”

E  história fala de milhares que rezavam e cantavam  na hora de seu martírio sendo um povo que não temia a morte.  Aqui se aplica a oração de S. Francisco " é morrendo que se vive para vida eterna",  Enquanto, eram condenados a morrerem eles se abandonavam na Fé de Jesus Cristo.
Como uma religião que pregava o Amor  podia ser maléfica?  Era ruim porque, rompia as barrreiras impostas pelo sistema, acabava com as classes sociais, defendia valores que se opunha as praticas sociais e religiosas daquele tempo.
  " Romanos 10,12-13: Pois não há distinção entre judeu e grego, porque todos têm um mesmo Senhor, rico para com todos os que o invocam  porque todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo."
Uma Religião que vem pregando uma igualdade entre pessoas não poderia agradar uma classe social que se dizia superior.  A principio a religião cristão era vivida por escravos e pobres. Era a religião que acolhia a todos sem distinção.  Não se sabe a quantidade exata de cristãos que tombaram sobre o poder de Roma existe documentos que fala de  milhares, Cipriano fala de (Martyrum Innumerarabilis populus),  ou seja uma quantidade incalculável. 
Outro espaço onde se percebe a questão do martírio é as reuniões nas catacumbas de Roma onde os cristãos se reuniam e devido tal reunião eram chamados de diversos títulos nada cristão, a questão da Eucaristia ou Ceia era entendido por alguns como  um ritual de canibalismo. Tudo que não dava certo era atribuído aos cristãos.  Foi nessa  culpa atribuída que Nero botou fogo em Roma e atribuiu aos cristãos manipulando a opinião popular.  
Alguns Martires: 
Podemos citar  alguns que tombaram por acredita no Cristo e pela sua adesão a Fé no Deus verdadeiro:  Zeferino, Cornélio, Sótere, Nereu, Filipe, Paulo, Pedro, Emereciana e muitos outros que viveram e ousaram em acreditar no Cristo como Senhor e  Deus.
Que não podem ser esquecidos ou deixado como simples mortais que nada fizeram pela Igreja, pois, graças a esses homens e mulheres que podemos celebrar esses 2010 anos de Cristianismo, o sangue deles que regou essa linda arvores que chamamos de Igreja. 
Algumas História de Martirio:

Os cristãos eram  entregues aos tribunais. São crianças de 11 anos, como a belíssima romana Inês. Em pleno circo, arrancam-lhe as vestes para rirem de sua nudez, mas Deus faz o milagre de os cabelos crescerem. Santa Inês é decapitada.
É o bispo Policarpo respondendo ao juiz que pede que blasfeme: “Eu sirvo a Cristo há 86 anos e ele nunca me fez mal; como posso blasfemar contra o rei que me salvou?”
É um jovem que vai para o martírio tremendo de medo e sua namorada o anima, encoraja, morrendo os dois.
É o jovem Tarcísio que leva a Comunhão aos doentes, escondendo o Pão embaixo da camisa e seus colegas, para descobrirem o que levava, acabam por matá-lo a pedradas.
É o velho bispo que, antes de ser executado, recomenda o cuidado por alguns pobres e doentes dos quais ele cuidava.
É o legionário Basílide (Egito, ano 203) que acompanha Marcela e sua filha Potamiena ao patíbulo e que escuta o agradecimento de Marcela antes de ser morta: “Rezarei por ti ao meu Senhor, para que ele recompense o bem que nos fizeste”. Basílide pede o batismo e serenamente é decapitado.
É a mãe que manda recados a Deus através do filho que será martirizado.
É o senador Apolônio (ano 183), bem humorado, que responde ao juiz que lhe pergunta se estava contente por morrer. Respondeu que não, gostava de viver, mas que preferia a vida eterna. E depois, concluiu: se morre também de febre e disenteria. Ao ser morto vou imaginar que a causa foi uma dessas doenças.
É a jovem Cecília, pretendida por muitos jovens aristocratas, que por nada trai a Jesus. É colocada numa sauna para morrer asfixiada mas, não morrendo, é decapitada.
É o filósofo Justino (séc. II) que, convertido, vai ao palácio do imperador Marco Aurélio defender os cristãos e acaba decapitado.
É o soldado Sebastião, da guarda imperial, que pede o batismo e depois é condenado a morrer a flechadas, amarrado a uma árvore. Pensando que estivesse morto, é abandonado. Os cristãos recolhem o corpo e cuidam bem, pois estava vivo. Sebastião se retraiu? Não! Foi ser catequista, sendo pouco depois martirizado.
Quanta simplicidade nesses santos que nos ensinam que não existe fé sem heroísmo, que não é possível ser cristão e viver na moleza!
 Século XX: um século de mártires
Na sua carta para o Terceiro Milênio, João Paulo II se referia a uma realidade do século XX: estamos diante de um novo tempo de mártires, talvez o maior da história do cristianismo, pois nunca tantas pessoas sofreram para serem fiéis à sua fé, como neste século que termina. Nem todos morreram, mas milhões viveram sua fidelidade na insegurança e na privação.
Os novos mártires podem ser englobados em quatro categorias:
- mártires da revolução mexicana (1927-1941) e espanhola (1931-1939),
- mártires do Comunismo (1917-1989),
- mártires do Nazismo e do Fascismo (1933-1945),
- mártires das lutas tribais e étnicas no Burundi, Congo, Sudão, Nigéria e outros países africanos (1990...).

No México e na Espanha foram milhares os religiosos e religiosas, sacerdotes e leigos, sumariamente fuzilados pelo fato de serem cristãos. Não havia processo nem acusação: era o ódio ao cristianismo que levou os mações mexicanos e os republicanos espanhóis a essa carnificina, numa guerra cruel entre filhos de uma mesma nação. Ao grito de “Viva Cristo Rei!”, explodiu no México em 1927 a revolução cristeira, onde milhares de camponeses e índios foram martirizados por quererem continuar cristãos.
O Comunismo materialista conquistou o poder na Rússia em 1917 e, em 1945, em todo o leste europeu; em 1949 a China e o sudeste asiático. A Rússia transformou igrejas em “museus do ateísmo”, enquanto a Albânia proclamou-se o primeiro país ateu do mundo, punindo com fuzilamento o pai que batizasse o filhinho. Diante do possível desaparecimento da Igreja desse país, o Vaticano permitiu a sagração secreta de bispos. A Igreja retornava às catacumbas, como no império romano. Mas as prisões e as mortes não amedrontaram esses heróicos cristãos. Não menos feroz foi a perseguição movida contra os cristãos da China, Vietnã, Coréia, Laos, Camboja, Birmânia...
O Nazismo alemão (1933-1945), a mais inexplicável mancha da história humana, planejava primeiramente a extinção dos judeus (seis milhões), seguindo-se a dos cristãos. Sacerdotes, religiosos e leigos ergueram-se contra esse moderno paganismo que idolatrava o Estado e por isso morrerram. Entre todos esses gloriosos mártires citamos São Maximiliano Kolbe e Santa Edith Stein.
Mártires por causa da Justiça
As últimas décadas do século XX foram enriquecidas pelos mártires que sofreram e morreram por causa da justiça e da paz, de modo especial no Brasil e na América latina. A situação de injustiça no mundo rural e urbano, as ditaduras militares, a falta de terra, a opressão sobre os índios..., desencadeou um profetismo original: ver o rosto de Jesus no injustiçado, optar por ele e por ele dar a vida. Essa opção evangélica tem feito muitos mártires: bispos, religiosos e leigos que derramaram o sangue por causa dos pobres, os preferidos de Deus.
No Brasil, poderíamos citar: o operário Santo Dias, o índio Simão, a agricultora Margarida, os padres Josimo Tavares, Antônio H. Pereira Neto, Ezequiel Ramin, Rodolfo Lukenbein, João Bosco Penido Burnier, Frei Tito Alencar e o seringalista Chico Mendes.
Em El Salvador, o arcebispo Dom Oscar Romero (1980) e os 4 sacerdotes jesuítas da Universidade católica (1989). Também as jovens Igrejas da Ásia e da África tem a alegria de poder apresentar a Deus seus mártires, cristãos justos que heroicamente deram a vida para que outros tivessem mais vida.
Podemos  afirmar que um autêntico encontro com Cristo não deixa ninguém indiferente. Ele é quem dá sentido à existência humana. A prova? Os milhões de mártires desses dois mil anos de cristianismo.
Para Refletir
1 - Quem foi o primeiro mártir de Cristo? Por que foi martirizado? Leia At 6,8-15.
2 - Quais são os mártires modernos? Quais as motivações de seu martírio?
3 - O martírio destrói ou fortifica a Igreja? Por quê?

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